Os primeiros discos rígidos obedeciam aos padrões MFM e RLL. Não vou descer a tediosos detalhes técnicos, apenas comentar que eles se comportavam de forma semelhante aos disquetes magnéticos: vinham virgens e tinham que ser particionados e submetidos à formatação lógica. Mas, antes de tudo isso, tinham que sofrer a chamada “formatação física”, ou “formatação de baixo nível” (“low level formatting”) que consistia em gravar na superfície magnética virgem os locais das trilhas e suas subdivisões em setores. Para ler ou escrever em um setor, as cabeças magnéticas percorriam as diversas faces do disco “lendo” as informações até encontrar a face, trilha e setor procurado.
Surgiu então o padrão ATA (AT Attachment), depois conhecido por IDE (Integrated Device Electronics) que evoluiu para EIDE (Enhanced IDE). A diferença essencial entre este padrão e os anteriores é que os discos que a ele aderem dedicam uma face inteira apenas para localizar trilhas e setores. Assim, quando se quer ler ou escrever em um setor, a cabeça magnética desta face localiza a posição da trilha e do setor desejado e então aciona a cabeça correspondente à face onde está localizado o setor que contém os dados para a operação de leitura e escrita. Se isso lhe pareceu complicado, apenas tenha em mente que discos ATA, IDE ou EIDE dispensam a “formatação física” ou “de baixo nível”. Para instalá-los basta particionar e usar o sistema operacional para efetuar a formatação lógica.
Acontece que há casos em que a face usada para localização de trilhas e setores nesses discos se corrompe (se o processo de formatação lógica for interrompido por falta de energia ou desligamento da máquina, é quase certo que isto ocorra). E o disco, aparentemente, fica inutilizado (em geral, ao tentar o acesso a ele, o sistema operacional indica uma unidade de tamanho “zero” e o disco refuga o particionamento ou formatação). Se isso ocorreu com seu disco, talvez ele de fato tenha se inutilizado. Mas talvez não.
É fácil descobrir se o disco ainda é recuperável: basta acionar o “setup” do micro (em geral premindo a tecla “Del” durante a inicialização) e verificar se ele ainda é reconhecido pelo BIOS. Se não, por mais que eu deteste ser portador de más notícias, devo cumprir o doloroso dever de informar que provavelmente seu disco faleceu. Mas se for reconhecido, há uma boa chance de recuperá-lo. Basta conseguir o software adequado, fornecido gratuitamente pelo fabricante, e executar uma “formatação em baixo nível” (na verdade, embora os fabricantes se refiram a ela como tal, não se trata efetivamente de formatação física mas apenas da reconstituição dos dados que permitem localizar trilhas e setores).
Se seu disco é Seagate, a operação se chamara “zero fill” e pode ser executada com o software “DiscWizard Starter Edition”, baixado gratuitamente do sítio da Seagate em < www.seagate.com/support/disc/drivers/discwiz.html >. Se for Maxtor, terá que usar o programa PowerMax, que pode ser obtido em
< www.maxtor.com/portal/site/Maxtor/menuitem.3c67e325e0a6b1f6294198b091346068/
[Na mesma linha. N.W.M.]
?channelpath=/en_us/Support/Software Downloads/All Downloads&downloadID=22 >
(onde poderá encontrar inclusive uma versão em português do software). E se for Western Digital terá que ir até < http://support.wdc.com/download/index.asp?swid=1 > e baixar as “Data Lifeguard Tools 11”. E mesmo que seu HD seja Quantum, que já não mais fabrica HDs nem fornece suporte para os que fabricou, encontrará a ferramenta necessária na seção Low Level Formatting de GroupWorks em < www.ameriwebs.net/groupworks/index.html >.
Alguns deles devem ser rodados a partir da inicialização por disquete. Outros podem rodar de CDs ou mesmo de “Thumb Drive”. Seja qual for o seu caso, boa sorte. E feliz 2006.
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Figura 1 |
B.
Piropo