O mouse foi inventado por Douglas C. Engelbart, então um estudante graduado de engenharia elétrica da Universidade da Califórnia trabalhando em uma pesquisa do Stanford Research Institute sobre formas inovativas de comunicação entre humanos e computadores. A idéia foi baseada em sua experiência como técnico de manutenção de radares na segunda guerra mundial e o novo dispositivo foi apresentado ao público na Fall Joint Computer Conference, um evento realizado em San Francisco, Califórnia, em 1968, não atraindo o menor interesse.
Havia boas razões para isso. Com as interfaces baseadas em caracteres de então, o mouse tinha uma utilidade muito limitada. Até 1983 era raramente usado, quase uma curiosidade. Foi apenas em 1983, com o lançamento do Apple Lisa e sua interface gráfica, que o mouse adquiriu popularidade, passando a ser um acessório indispensável aos micros da linha Apple que usavam esse tipo de interface. Com a adesão da linha PC às interfaces gráficas devido ao sucesso de Windows no início dos anos noventa, hoje em dia há quem não consiga usar um computador sem mouse.
Os primeiros tinham apenas um botão. Era apontar, clicar, arrastar e olhe lá. Depois acrescentaram mais um, muito bem-vindo. Aí surgiu a rodinha que, muita gente não sabe, mas também é um botão. E apareceram mouses com dois e até quatro botões adicionais. Resultado: contando com a rodinha, tem mouse por aí de até sete botões.
Será que vale a pena? Questão de gosto e de hábito. Eu acho sete um exagero. Mas, considerando que quando seguro um mouse todos os meus dedos podem ser usados para clicar, e levando em conta que o dedo mínimo é pouco dotado de precisão, acho que um mouse de “rodinha” e quatro botões é bastante confortável, desde que se atribua funções de uso comum aos botões adicionais e se adquira o costume de usá-los.
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Figura 1 |
A figura exibe a aba “Botões” que mostra como configurar as funções dos botões do mouse e onde eles estão localizados. No caso, trata-se do IntelliMouse Optical, um mouse ótico da Microsoft, mas há outros fabricantes. Veja os ajustes.
Para os botões padrão, esquerdo e direito, não há muito o que inovar (exceto quando se é canhoto, quando é conveniente inverter suas funções): o esquerdo é o principal, que serve para abrir e mover objetos, o da direita para abrir menus de contexto. E a “rodinha”, que muita gente usa apenas para “rolar” o conteúdo girando-a, também é um botão (ou seja, pode ser clicada apertando-a para baixo) e nesse caso costumo usar também o ajuste padrão: o clique fixa o cursor em um ponto do conteúdo, que pode ser rolado movendo o mouse. Uma coisa mais fácil de entender fazendo do que lendo a explicação: se seu mouse tem “rodinha”, abra um texto longo em um editor de textos como o Word, clique no interior do texto com a rodinha e mova o mouse que você logo entenderá. Não é preciso fazer ajuste algum, essa é a função padrão do clique com a “rodinha” de todo mouse que dispõe dela, embora nem todo o mundo saiba disso.
Resta então decidir que ações atribuir aos botões laterais, os que ficam sob os dedos anular e polegar. O driver do IntelliMouse oferece literalmente dezenas de possibilidades que vão desde invocar o sistema de ajuda até imprimir a tela, passando pela atribuição de qualquer tecla ou pela chamada de funções como “Pesquisar” e “Executar” do menu Iniciar. Eu escolhi as que me pareceram mais óbvias pela freqüência com que recorro a elas: copiar e colar (mas, repito, é uma questão de gosto e de hábito; os seus provavelmente serão diferentes). E me habituei de tal forma a eles que quando uso um computador com um mouse comum, de apenas dois botões e sem “rodinha”, volta e meia me surpreendo esfregando o dedo indicador sobre ele na vã tentativa de rolar o texto ou espremendo suas laterais na hora de copiar e colar.
Na sua próxima compra de mouse, dê uma chance ao de quatro botões. Você poderá ter uma boa surpresa ao descobrir como ele pode facilitar sua vida.
B.
Piropo