Sítio do Piropo

B. Piropo

Jornal o Estado de Minas:
< Coluna Técnicas & Truques >
Volte
29/09/2005

< HD Externo >


Nos idos de 1987 meu primeiro disco rígido custou US$ 600 e abrigava 40 MB. Um custo unitário de US$ 15/MB. Para não comparar em moedas diferentes: há menos de um mês, nos EUA, cobrindo o IDF, encontrei em oferta em uma loja especializada um disco rígido de 250 GB por cem dólares. O custo unitário do MB, em pouco mais de quinze anos, despencou de quinze dólares para quatro centésimos de centavo de dólar, uma queda de exatas 37.500 vezes. Não sei de nada cujo preço tenha caído tanto no mesmo período.
Na década de oitenta fazia-se cópia de segurança em disquetes, geralmente de 1,44 Mb. Um HD de 40 MB inteiro cabia em menos de trinta disquetes. Uma pilha respeitável, porém manejável. Mas a capacidade dos HDs cresceu depressa. Eu, que sempre fui dado ao vício de manter minhas cópias de segurança em dia, migrei para fitas magnéticas e, depois, CDs graváveis. Ultimamente vinha apelando para DVDs. E já tinha adotado a estratégia de usar discos rígidos diferentes para programas e dados: quando a preguiça apertava, copiava apenas o de dados. Ainda assim, eram 40 GB e um bocado de trabalho.
Recentemente atualizei minha máquina. Como o problema da cópia de segurança vinha me apoquentando há algum tempo e minha nova placa-mãe suportava o padrão RAID que, entre outras coisas, me permitiria usar dois discos idênticos, um “espelhando” o outro, comprei dos discos de 200 GB. Afinal, com a queda dos preços, copiar um HD em outro me parece a solução mais econômica para usuários domésticos Mas o espelhamento é bom para preservar dados contra falhas físicas. Em caso de problemas lógicos, como por exemplo infecção por vírus e assemelhados, o espelhamento propaga a desgraça instantaneamente de um disco para o outro. A solução ainda não me parecia a ideal.

Clique e amplie...
Figura 1


A (que me pareceu) ideal me ocorreu em uma visita a uma loja de informática: discos rígidos externos conectados a portas USB. Lá encontrei um estojo para discos rígidos com o respectivo dispositivo de alimentação. Custou menos de quarenta dólares – sem o disco rígido, naturalmente. Mas, afinal, eu havia comprado um par pensando no espelhamento.
A idéia é simples: uma caixa metálica com uma gaveta e circuitos eletrônicos necessários para abrigar um disco rígido comum, desses conhecidos como “de 3,5 polegadas”. Encaixa-se o HD na gaveta, devidamente conectado aos circuitos internos da caixa. Para quem usa Windows XP, isso é tudo (as versões anteriores exigem a instalação de um driver, mas também aceitam o dispositivo). Depois, é ligar o dispositivo de alimentação em uma tomada e conectar a caixa a uma porta USB 2.0 (funciona também na 1.1, mas a taxa de transferência é demasiadamente lenta para uso confortável). O sistema reconhece o novo dispositivo e se ajusta de acordo. O ícone do novo drive aparece no Windows Explorer e no “Meu Computador” e o bichinho está pronto para uso.
O dispositivo funciona como um HD externo comum. O que fazer com ele, fica por conta de sua criatividade (e necessidade): um HD adicional, dispositivo para transferir arquivos entre micros (é só desconectar de um e conectar no outro), para armazenar dados sensíveis (trancando-o no cofre quando não em uso), o que sua imaginação mandar. Eu uso o meu para cópias de segurança. Continuo adotando dois drives lógicos, um para programas outro para dados. Mas, agora, ambos são partições de meu HD interno. Como o externo é idêntico, particionei-o nas mesmas proporções. Com um destes programas para criar imagens de discos rígidos, copio regularmente ambas as partições do interno para o externo. Gasto menos de quinze minutos. Depois, desligo o HD externo o durmo tranqüilo sabendo que meus dados, programas e configurações estão em segurança.

B. Piropo