P:
Caro
Piropo, conheces algum software que realize uma formatação
física em disquetes de 3,5"?
R: Formatar um disco é gravar
em sua superfície magnética informações
que identificam as trilhas e setores em que é subdividida
para que os arquivos nelas gravados possam ser encontrados. O processo
é análogo a marcar no piso de um grande estacionamento
as vagas e vias de escoamento, permitindo o acesso ordenado e a
identificação de cada vaga. Em disquetes virgens,
a formatação é feita trilha à trilha,
gravando efetivamente as "marcas" magnéticas que
identificam a posição das trilhas, os intervalos entre
os setores e outras informações que são de
interesse do sistema operacional. Além disso, todos os setores
(de 512 bytes cada, por padrão, seja qual for a capacidade
do disquete) são totalmente preenchidos com o valor F6 (em
hexadecimal), são gravadas informações sobre
o disquete e o sistema operacional no primeiro setor da trilha zero
(o chamado "setor de boot") e alguns setores das trilhas
iniciais são reservados para serem usados pelo sistema operacional
para armazenar informações sobre o nome e localização
dos arquivos no disco (respectivamente o "diretório"
e as "tabelas de alocação de arquivo", estas
últimas no plural, porque são criadas duas cópias
idênticas por segurança). A este processo, em que são
efetivamente gravadas as informações, denomina-se
"formatação física". Nas versões
iniciais do DOS, esse processo era repetido toda vez que se mandava
formatar um disquete acionando o comando "FORMAT" (nos
discos rígidos a coisa era um pouco diferente). Depois, constatou-se
que na maioria dos casos isso implicava perda de tempo, já
que não havia necessidade de preencher novamente os setores.
A partir da versão 5 do DOS o comando FORMAT passou então
a dispor do parâmetro /Q (de "quick"), para executar
a "formatação rápida", onde o conteúdo
dos setores não é sobrescrito e apenas são
alteradas as informações contidas no diretório
e tabelas de alocação de arquivos para informar que
todos os setores estão disponíveis para gravação.
E foi criado o comando UNFORMAT para restaurar o estado anterior
de um disco formatado por engano (desde que nada fosse gravado sobre
ele). Mas, para garantir que as informações anteriormente
contidas em um disquete formatado fossem definitivamente eliminada,
foi criada a opção /U (de "unconditional"),
que formatava incondicionalmente um disquete e sobrescrevia as informações
(ou seja, realizava uma formatação física).
Lamentavelmente, Windows 98 eliminou esta possibilidade e não
há mais como sobrescrever as informações contidas
em disquete apenas usando seu comando FORMAT ou a opção
"Formatar" do menu de contexto dos drives de disquete.
Como, segundo me parece, sua preocupação deve-se a
questões de segurança, sugiro que você mantenha
sempre a mão um disquete de boot do DOS 6 que contenha o
arquivo Format.Com da mesma versão. Quando quiser formatar
fisicamente um disquete, inicialize o micro com o DOS 6 e, do prompt
do drive A, comande "FORMAT A: /U", remova o disquete
de boot e coloque no drive A aquele que deseja formatar. A alternativa
é usar um programa que contenha sua própria rotina
de formatação, como o excelente XTreeGold do DOS,
cuja função de formatar disquetes sempre efetua uma
formatação física. B.Piropo
B.
Piropo