P: Comprei um Pentium 150, mas quando o instalei percebi
que a mensagem que aparece durante a inicialização
dizia que o processador estava trabalhando a 166 Mhz. Configurei
a placa para 150 MHz acreditando que ele não iria funcionar
e me surpreendi ao ver que ele também funcionava a 150 Mhz.
Como posso ter certeza que meu processador é um Pentium 150?
Existe alguma coisa escrita no processador que o identifique?
R: As informações que aparecem na tela durante
a partida refletem os ajustes da placa-mãe, não as
características do processador. Estes ajustes geralmente
são efetuados através de jumpers que definem, entre
outros, três parâmetros básicos: a freqüência
de operação do processador, a freqüência
de operação do barramento e a tensão de alimentação
do microprocessador (ou tensões de alimentação,
já que alguns microprocessadores modernos são alimentados
com dupla tensão). Em outras palavras: não é
o microprocessador que determina sua própria freqüência
de operação, mas sim a placa-mãe. Um processador
de 133 MHz encaixado no soquete de uma placa-mãe ajustada
para que a CPU opere, digamos, a 166 MHz, funcionará de fato
a 166MHz (mas por quanto tempo, só Deus sabe; na verdade
há toda uma teoria sobre o assunto, quase uma ciência
chamada "overclocking", sobre a qual você encontra
maiores informações na soberba página do Tom
Pabst, "Tom's Hardware Guide", em [http://sysdoc.pair.com]; o
Tom jura que, seguindo-se direitinho os devidos preceitos, o chip
funcionará acima da freqüência nominal por anos
a fio). O ponto mais crítico, na verdade, é o ajuste
da tensão de alimentação, que não deve
em hipótese alguma exceder o valor recomendado pela Intel.
E existe, sim, uma forma de saber as características nominais
de seu Pentium, ou seja, aquelas determinadas pela Intel. Basta
saber seu "s-spec number", um código gravado no
próprio chip (algumas vezes na parte de baixo). O código
não é padronizado, mas em geral começa por
duas letras das quais a primeira é "S" e a segunda
pode ser "K", "L", "U", "X",
"Y" ou "Z", seguida (geralmente) por três
números (por exemplo: SY120, que por acaso corresponde a
um Pentium de 100MHz). A lista de todos os "s-spec numbers"
e características dos chips Pentium correspondentes pode
ser encontrada em [http://developer.intel.com/design/pentium/qit/].
Já as características dos Pentium Pro e Pentium II
estão em links encontrados em [http://support.intel.com/oem_developer/micros.htm].
(10/11/97)
P: Comprei uma placa-mãe com
um Pentium 120 MHz. Ao ler o seu manual reparei que estava configurada
como Pentium 133 MHz, ou seja, freqüência externa a 66
MHz e interna multiplicada por 2.0. Pergunto se tal configuração
poderá afetar o desempenho do processador, ou danificá-lo.
E, se positivo, qual a configuração correta?
R: O que fizeram com sua placa chama-se
"overclocking", ou seja, ajustá-la para que o processador
passe a operar com uma freqüência superior à nominal,
melhorando o desempenho da máquina. As opiniões sobre
o assunto divergem. Há duas correntes distintas. A primeira,
apoiada pela Intel por razões óbvias, assegura que
os processadores são testados na fábrica e são
liberados com uma freqüência nominal correspondente a
uma operação segura dentro de rígidos limites
que levam em conta todos os fatores intervenientes e que, operando
em uma freqüência mais elevada dissipam mais calor, aumentando
a temperatura de operação e reduzindo sua vida útil.
O que é verdade. A corrente oposta admite que tudo isto é
correto, mas alega que o final da vida útil de um processador
tarda mais que sua obsolescência e que portanto uma redução
que não faça o chip entrar em colapso antes de se
tornar obsoleto não traz nenhum inconveniente. O que também
é verdade. Trocando em miúdos, o que esta segunda
corrente alega é que se a vida útil de um microprocessador
concebido para durar, digamos, dez anos, for reduzida em 50%, na
prática o prejuízo é insignificante (o que
você acha que poderá fazer com um Pentium 200 daqui
a cinco anos além de usá-lo como peso de papeis?).
Se você quer mais informações sobre overclocking,
visite a excelente página do Tom Pabst, em [http://sysdoc.pair.com].
Na minha opinião pessoal, o overclocking é admissível
desde que decidido pelo dono do chip. Ou seja: você tem todo
o direito de ajustar seu Pentium 90 para operar a 200 MHz, pois
quando ele derreter o prejuízo e seu. Mas ajustar um Pentium
120 para operar a 133 MHz e vendê-lo como P 133 sem informar
à vítima é, no mínimo, prova de mau
caráter. No seu caso, o ajuste correto corresponde a uma
freqüência do barramento de 60 MHz e a um multiplicador
de 2.0. O que vai reduzir o desempenho de toda a máquina
( e não só do microprocessador) devido à menor
freqüência do barramento.
B.
Piropo