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B. Piropo
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29/12/97

<Determinando as características>
<de um Pentium>


P: Comprei um Pentium 150, mas quando o instalei percebi que a mensagem que aparece durante a inicialização dizia que o processador estava trabalhando a 166 Mhz. Configurei a placa para 150 MHz acreditando que ele não iria funcionar e me surpreendi ao ver que ele também funcionava a 150 Mhz. Como posso ter certeza que meu processador é um Pentium 150? Existe alguma coisa escrita no processador que o identifique?
R: As informações que aparecem na tela durante a partida refletem os ajustes da placa-mãe, não as características do processador. Estes ajustes geralmente são efetuados através de jumpers que definem, entre outros, três parâmetros básicos: a freqüência de operação do processador, a freqüência de operação do barramento e a tensão de alimentação do microprocessador (ou tensões de alimentação, já que alguns microprocessadores modernos são alimentados com dupla tensão). Em outras palavras: não é o microprocessador que determina sua própria freqüência de operação, mas sim a placa-mãe. Um processador de 133 MHz encaixado no soquete de uma placa-mãe ajustada para que a CPU opere, digamos, a 166 MHz, funcionará de fato a 166MHz (mas por quanto tempo, só Deus sabe; na verdade há toda uma teoria sobre o assunto, quase uma ciência chamada "overclocking", sobre a qual você encontra maiores informações na soberba página do Tom Pabst, "Tom's Hardware Guide", em [http://sysdoc.pair.com]; o Tom jura que, seguindo-se direitinho os devidos preceitos, o chip funcionará acima da freqüência nominal por anos a fio). O ponto mais crítico, na verdade, é o ajuste da tensão de alimentação, que não deve em hipótese alguma exceder o valor recomendado pela Intel. E existe, sim, uma forma de saber as características nominais de seu Pentium, ou seja, aquelas determinadas pela Intel. Basta saber seu "s-spec number", um código gravado no próprio chip (algumas vezes na parte de baixo). O código não é padronizado, mas em geral começa por duas letras das quais a primeira é "S" e a segunda pode ser "K", "L", "U", "X", "Y" ou "Z", seguida (geralmente) por três números (por exemplo: SY120, que por acaso corresponde a um Pentium de 100MHz). A lista de todos os "s-spec numbers" e características dos chips Pentium correspondentes pode ser encontrada em [http://developer.intel.com/design/pentium/qit/]. Já as características dos Pentium Pro e Pentium II estão em links encontrados em [http://support.intel.com/oem_developer/micros.htm]. (10/11/97)


P: Comprei uma placa-mãe com um Pentium 120 MHz. Ao ler o seu manual reparei que estava configurada como Pentium 133 MHz, ou seja, freqüência externa a 66 MHz e interna multiplicada por 2.0. Pergunto se tal configuração poderá afetar o desempenho do processador, ou danificá-lo. E, se positivo, qual a configuração correta?
R: O que fizeram com sua placa chama-se "overclocking", ou seja, ajustá-la para que o processador passe a operar com uma freqüência superior à nominal, melhorando o desempenho da máquina. As opiniões sobre o assunto divergem. Há duas correntes distintas. A primeira, apoiada pela Intel por razões óbvias, assegura que os processadores são testados na fábrica e são liberados com uma freqüência nominal correspondente a uma operação segura dentro de rígidos limites que levam em conta todos os fatores intervenientes e que, operando em uma freqüência mais elevada dissipam mais calor, aumentando a temperatura de operação e reduzindo sua vida útil. O que é verdade. A corrente oposta admite que tudo isto é correto, mas alega que o final da vida útil de um processador tarda mais que sua obsolescência e que portanto uma redução que não faça o chip entrar em colapso antes de se tornar obsoleto não traz nenhum inconveniente. O que também é verdade. Trocando em miúdos, o que esta segunda corrente alega é que se a vida útil de um microprocessador concebido para durar, digamos, dez anos, for reduzida em 50%, na prática o prejuízo é insignificante (o que você acha que poderá fazer com um Pentium 200 daqui a cinco anos além de usá-lo como peso de papeis?). Se você quer mais informações sobre overclocking, visite a excelente página do Tom Pabst, em [http://sysdoc.pair.com]. Na minha opinião pessoal, o overclocking é admissível desde que decidido pelo dono do chip. Ou seja: você tem todo o direito de ajustar seu Pentium 90 para operar a 200 MHz, pois quando ele derreter o prejuízo e seu. Mas ajustar um Pentium 120 para operar a 133 MHz e vendê-lo como P 133 sem informar à vítima é, no mínimo, prova de mau caráter. No seu caso, o ajuste correto corresponde a uma freqüência do barramento de 60 MHz e a um multiplicador de 2.0. O que vai reduzir o desempenho de toda a máquina ( e não só do microprocessador) devido à menor freqüência do barramento.

B. Piropo