< Hardware >
|
||
16/06/2003
|
< O novo monitor e a fonte > |
|
P: O que significam os números que classificam os Athlon? Eu gostaria de saber o que significam os números que aparecem nos Athlon XP: 1700+, 1800+, 2000+, etc. São a velocidade? R:
Começando do princípio, como convém: quando o campo é ciência e
tecnologia, onde se inserem a física e a eletrônica, deve-se tomar
cuidado com o emprego de termos técnicos. O termo “velocidade”,
por exemplo, tem um significado muito específico: exprime o quociente
entre um espaço percorrido e o tempo gasto para percorrê-lo. Portanto
implica movimento e não deve ser usado para se referir a desempenho
de microprocessadores. Neste contexto, o termo técnico mais correto
seria “rapidez” ou mesmo “desempenho”. As diferenças de rapidez
entre máquinas antigas e modernas são facilmente percebidas pelo
usuário quando, por exemplo, pede para exibir uma imagem complexa
na tela e ela se apresenta quase instantaneamente na máquina reluzente
recém comprada pelo vizinho enquanto demora uma aparente eternidade
para surgir na tela do velho micro do escritório. Mas, quando se
procura fazer uma comparação em bases mais técnicas, essa sensação
subjetiva não basta. É necessário apelar para um parâmetro numérico
que quantifique a diferença de desempenho. Há um par de anos os
técnicos se baseavam exclusivamente na freqüência de operação (também
conhecida por “clock”) do processador, mesmo sabendo que ela não
era o único fator responsável pelo desempenho (no exemplo citado
acima, a qualidade, o tipo e a quantidade de memória instalada na
controladora de vídeo pode ter uma influência significativa e portanto,
naquele caso, a comparação deveria ser feita com máquinas usando
exatamente as mesmas controladoras de vídeo e com a mesma quantidade
de memória instalada, diferindo apenas nos microprocessadores).
Naqueles dias, um microprocessador com, digamos, uma freqüência
de operação de 800 MHz, apresentava um desempenho aproximadamente
duas vezes mais rápido que um de 400 MHz. Ultimamente, dada a significativa
diferença entre a arquitetura interna dos microprocessadores da
Intel (fabricante do Pentium e do Celeron, entre outros) e da AMD
(fabricante do Athlon e Duron, entre outros), a combinação favorável
de fatores como maior número de instruções por ciclo (sim, microprocessadores
que utilizam arquitetura superescalar e a tecnologia denominada
“pipelining” podem executar mais de uma instrução por ciclo), maior
freqüência do barramento de sistema e maior tamanho do cache interno,
podem fazer que microprocessadores de mesma freqüência tenham desempenho
nitidamente diferentes. E foi exatamente isso que passou a ocorrer
há pouco mais de um ano, quando a freqüência de operação dos microprocessadores
ultrapassou a barreira do 1 GHz (1 GHz = 1.000 MHz). A arquitetura
usada pela AMD (que ela batizou de QuantiSpeed) fez com que seus
processadores apresentassem um desempenho significativamente superior
aos da Intel de mesma freqüência. Ora, como os técnicos ainda se
apoiavam na freqüência para quantificar o desempenho, a AMD se sentiu
prejudicada. E, usando programas de aferição de desempenho global,
passou a comparar seus microprocessadores com os da Intel e chegou
à conclusão que seu Athlon que operava a 1.330 MHz (1,33 GHz) tinha
um desempenho superior ao Pentium da Intel a 1.500 MHz. Por isso
designou o chip de Athlon 1500+ (lido 1.500 “plus”), querendo dizer
que seu desempenho era melhor que o chip de 1,5 GHz da concorrente.
Desde então a AMD passou a adotar essa prática para designar seus
chips. O Athlon de 1,4 GHz foi denominado 1600+, o Athlon de 1,47
GHz foi denominado 1700+, o de 1,53 GHz recebeu a designação de
1800+ e assim por diante. Hoje, 16/06/2003, o chip mais rápido da
AMD é o Athon 3200+, que opera efetivamente em uma freqüência de
2,2 GHz. Portanto, respondendo à sua pergunta: sim, aquele número
se refere ao desempenho dos microprocessadores Athlon, mas não representa
sua freqüência de operação. Mas aqui cabem duas observações. A primeira:
embora, inicialmente, a AMD sustentasse (ou pelo menos deixasse
entrever) que o número que antecedia o sinal de “+” representava
a freqüência de operação do microprocessador da Intel de desempenho
equivalente, hoje ela sustenta oficialmente apenas que se trata
de um “model number” (número do modelo) cujo objetivo é tão somente
relacionar entre si os desempenhos dos processadores da própria
AMD (embora ela continue afirmando em seu sítio que o Athlon 3200+
tem um desempenho superior ao do Pentium 4 da Intel operando a 3
GHz, como você pode verificar na resposta à pergunta “What does
the 3200+ model mean?” em B. Piropo |