Em suas andanças pela Internet talvez você já tenha encontrado atalhos (“links”) na forma de um pequeno botão retangular de cor laranja, contendo apenas as letras “RSS” ou “XML” (se ainda não encontrou não se preocupe: mais adiante eu lhe direi onde encontrar um monte deles). Se, por curiosidade, clicou nele, deparou-se com uma página ininteligível, coberta por um código estranho parecido com o código fonte de uma página HTML. Se você já passou por essa experiência e não tem idéia do que é isso, saiba que se trata de uma tecnologia que veio para facilitar a vida dos internautas ávidos por notícias. Chama-se RSS, de “Really Simple Syndication” (que pode ser traduzido livremente por “método realmente simples de divulgação de conteúdo, mas há também quem o chame de “Rich Site Summary”), um negócio que fará com que, em vez de correr atrás de notícias, você faça com que elas venham até você.
Aquele código aparentemente incompreensível é um arquivo RSS, ou seja, um arquivo texto contendo código aderente ao padrão XML (eXtensible Markup Language, ou linguagem extensível de marcação) que apenas pode ser interpretado e exibido adequadamente por um leitor de RSS (ou “agregador” de RSS). Se você não tem um, não se preocupe: há um monte deles, de diversos tipos, preços e graus de complexidade. Veja uma pequena lista com a respectiva análise no sítio da CNET
<http://reviews.cnet.com/4520-10088_7-5143606.html?tag=nav>
e outra em
<http://msdn.microsoft.com/aboutmsdn/rss/>.
Eu uso o SharpReader, desenvolvido por Luke Hutterman, que pode ser obtido em <www.sharpreader.net/> e que, além de simples de usar, tem a inquestionável vantagem de ser gratuito. É ideal para principiantes mas só pode ser instalado em máquinas que usem o .Net Framework da MS.
RSS é uma forma de divulgar imediatamente informações postadas na Internet e permitir acesso a elas. A tela da maioria dos leitores de RSS adota o mesmo formato usado pelo Outlook Express (e por quase todos os programas de correio eletrônico): à esquerda, um painel com uma estrutura em árvore mostrando os sítios selecionados (que podem ser agrupados por assunto ou tipo), á direita dois painéis. E, em cima de tudo isso, um conjunto de menus, uma barra de ferramentas e uma caixa de endereços.
Um arquivo RSS (ou “RSS feed”) nada mais é que uma lista codificada de artigos postados na Internet, com seu título, seu URL e um resumo de seu conteúdo. Entre, na caixa de endereços do leitor de RSS, com o URL (ou “endereço Internet”) de um desses arquivos (ou simplesmente arraste seu botão “RSS” ou “XML” diretamente do navegador até lá) e o conteúdo do arquivo será mostrado nos painéis da direita, o de cima exibindo uma lista com os títulos dos artigos, o de baixo exibindo o resumo e o URL do artigo selecionado. Clique sobre o URL e o conteúdo do artigo será exibido neste mesmo painel inferior ou, dependendo do ajuste do seu leitor de RSS, na janela de seu navegador.
Achou que a idéia é interessante, mas que não passa de uma nova forma de navegar na rede? Ah, isso é porque eu ainda não mencionei a característica mais revolucionária da coisa: a possibilidade de “assinar” os sítios. Para isso, basta introduzir na caixa de endereços o URL do arquivo RSS que contém as novidades do sítio e clicar no botão “Subscribe” (ou equivalente) de seu leitor de RSS. A partir desse momento, o endereço passa a fazer parte da estrutura contida no painel da esquerda e seu conteúdo é verificado periódica e automaticamente pelo leitor de RSS (desde que você esteja conectado à Internet, naturalmente; o sistema é ideal para os assinantes de Internet rápida, ou “banda larga”, mas não deixa de ser útil para quem usa conexão discada). Quando há novidades, elas são incluídas na lista de artigos e alguns programas, como o SharpReader, abrem uma discreta janela no canto da tela que exibe a lista de novidades por alguns segundos e logo desaparece. Artigos mais antigos são removidos automaticamente da lista. Não há forma melhor de se manter atualizado sobre temas que lhe interessam (em
<http://msdn.microsoft.com/aboutmsdn/rss/default.aspx?pull=/msdnmag/issues/04/04/xmlfiles/>
há uma minuciosa explicação do que é e como funciona o RSS, inclusive com exemplos de arquivos RSS).
A maioria dos sítios que adotam o RSS são americanos. Em NewsIsFree
<http://www.newsisfree.com/about.php?what=feeds>
você encontra uma imensa lista deles. Em
<www.cnet.com/4520-6022_1-5115040-1.html?tag=ft>
há dezenas de atalhos RSS agrupados por temas (todos sobre informática) oferecidos pela CNET News.Com. Em
<http://msdn.microsoft.com/aboutmsdn/rss/>
há outros tantos que interessam a desenvolvedores que usam produtos MS. E em
<http://rss.userland.com/>
há atalhos para jornais como o Washington Post, New York Times, além de portais com literalmente centenas de atalhos para “RSS feeds”.
No Brasil, ainda estamos começando. Alguns sítios de conteúdo, como o Plantão Info
<http://info.abril.com.br/aberto/infonews/index.shl>
já adotaram o sistema, assim como o sítio Linux Mail, em
<www.linuxmall.com.br/index.php?page=categ/rss>.
Mas talvez o projeto mais interessante seja o RSSficado, em
<www.rssficado.com.br/>,
criado há dois anos por um grupo de internautas que, como a maioria dos sítios de conteúdo ignora solenemente o padrão RSS, resolveu indexá-los e colocá-los à disposição dos internautas. Seus atalhos estão em
<www.rssficado.com.br/index.php?wiki=__RSSs_do_RSSficado__ >.
Bom proveito.
B. Piropo