O Globo
14/07/1997
Partition Magic - Mágica nas Partições
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14/07/1997
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Partition Magic - Mágica nas Partições |
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O sistema de arquivos usado pelo DOS e pela versão original de Windows 95 chama-se FAT e grava arquivos em grupos de setores denominados clusters. O tamanho do cluster varia com o tamanho do disco (ou da partição). Discos maiores que 1.024 Mb usam clusters de 64 setores, ou seja, 32 kb. Discos de 512 Mb a 1.024 Mb usam clusters de 32 setores (16 kb). Como nenhum arquivo pode ocupar menos de um cluster, um arquivo de um único byte gravado em um disco de mais de 1.024 Mb ocupará 32 kb - um brutal desperdício de espaço. Em um disco de, digamos, 1.023 Mb, este mesmo arquivo ocupará 16 kb - ainda um desperdício, mas não tão grande. Um de meus discos tem exatos 1.035 Mb e, distraidamente, eu o particionei em uma única partição que ocupou todo o disco e, portanto, usava clusters de 32 kb. Resultado: o desperdício chegou a mais de 200 Mb. Se aquela partição tivesse 12 Mb a menos, usaria clusters de 16 kb e reduziria muito o desperdício. Ou seja: mesmo que eu deixasse "vazios" os últimos 12 Mb, provavelmente o ganho de espaço seria significativo. Mas seria preciso reparticionar o disco, reformatá-lo e restaurar o backup. Se pelo menos houvesse um jeito de reparticionar sem precisar disto tudo... Há. Chama-se Partition Magic, um programa desenvolvido pela Power Quest. Nos EUA custa menos de US$ 60. Achei que o trabalho poupado valia o preço. Comprei-o. E foi um dos negócios mais compensadores que já fiz na vida. Porquê tão logo o instalei, usei-o para reduzir o tamanho daquela partição para menos de 1.024 Mb. Fi-lo arrastando com o mouse a barra que representava a partição para o tamanho desejado e esperando alguns minutos enquanto o programa ajustava os clusters no novo tamanho. Deixei "vazio" o espaço que sobrou para não alterar as letras de meus drives. O desperdício baixou para de 70 Mb, um ganho líquido de quase 120 Mb. Só isto valeu o programa. Mas lendo o manual (aliás, excelente), constatei que, além de alterar partições, o programa as copia sem perder um único byte. Tão logo o descobri, decidi trocar meu disco de boot, tarefa que há meses vinha empurrando com a barriga para adiar o trabalho de reparticionar, reformatar e instalar sistema no novo drive. Enfiei o disco no micro e com o Partition Magic copiei a partição de meu velho drive C para o disco novo. Isto feito, ainda usando o Partition Magic, com meia dúzia de cliques de mouse alterei a partição recém copiada para o tamanho desejado e criei mais uma no final do disco. Desliguei a máquina, removi o disco antigo e fiz do novo o disco de boot. Foi ligar a máquina e ver o sistema surgir como se nada houvesse mudado. Um sonho... O Partition Magic reconhece os sistemas de arquivos FAT, NTFS, HPFS e, na versão 3.0, a nova FAT32. É fornecido com o Boot Manager, um programa desenvolvido pela IBM que acompanha o OS/2, permite instalar sistemas operacionais distintos em diferentes partições e escolher, na hora do boot, o sistema desejado. E vem com o Mover, um utilitário que permite mover programas Windows para outro disco sem ter que reinstalá-los. Além de utilitários para fazer diagnósticos de drives, fornecer informações detalhadas sobre discos e partições e fazer mais umas tantas gracinhas. Ao fim e ao cabo, me parece que a única coisa errada com o programa é o nome. "Mágica" me parece pouco apropriado. "Milagre", quem sabe, cairia melhor...
B.Piropo |