A Intel lançou mundialmente na última segunda-feira cinco novos modelos de microprocessadores Pentium 4 para micros de mesa (“ desktops”) cuja maior novidade é o endereçamento de memória de 64 bits através da tecnologia denominada EM64T (Intel Extended Memory 64 Technology). Além disso, os novos modelos incorporam a tecnologia HT (HyperThreading), têm o cache L2 (memória interna que permite acelerar significativamente o desempenho copiando nela trechos da memória principal com acesso recente) ampliado de 1 MB (megabytes) para 2 MB e suportam a tecnologia EIST (Enhanced Intel SpeedStep Technology), similar à adotada nos microprocessadores da linha Centrino para dispositivos móveis, que permite reduzir a freqüência de operação nas ocasiões de menor demanda de capacidade de processamento.

Seguindo a nova estratégia da Intel de não mais usar a freqüência de operação no nome comercial de suas CPU, dos cinco novos modelos, quatro constituirão a nova “Linha 600” (Pentium 4 modelos 630, 640, 650 e 660) e o quinto será nova a jóia da coroa da Intel na linha de CPU para micros de mesa, o Pentium 4 Extreme Edition. Todos terão a capacidade do cache L2 elevada para 2 MB. Os quatro membros da “Linha 600” se comunicarão com a memória principal através de um barramento frontal (FSB, de Front Side Bus) de 800 MHz enquanto o Extreme Edition adotará um FSB operando em 1.066 MHz. Embora não mencionada na designação dos novos chips, o que efetivamente os diferencia é a freqüência em que operarão: os quatro membros da Linha 600 funcionarão em 3.0 GHz, 3,2 GHz, 3,4 GHz e 3,6 GHz, enquanto o Extreme Edition, alem do FSB mais rápido, operará a 3,73 GHz.

A tecnologia HT (HyperThreading), lançada há três anos e já incorporada a mais de dois terços dos processadores Pentium vendidos no ano passado, permite que, em determinadas condições, as duas rotas de processamento internas (ou “pipelines”) de um Pentium sejam “enxergadas” pelo sistema operacional como dois processadores independentes, trazendo para os micros de mesa parte dos benefícios das plataformas multiprocessadas (para detalhes, visite < www.bpiropo.com.br >, vá a seção “Pesquisar” e efetue uma busca com o termo “hyperthreading”). O aumento da capacidade do cache L2 traz uma melhoria no desempenho que, segundo testes da Intel, pode chegar a sete porcento. E o uso da EIST, além de economizar energia, permite reduzir significativamente o ruído gerado pela máquina através da redução da velocidade da ventoinha nas ocasiões em que o máximo desempenho não é necessário (a EIST requer a cooperação do sistema operacional e por isso seus efeitos só se fazem sentir em sistemas dotados de Windows XP com SP2).

Mas a grande novidade da linha 600 e do novo Extreme Edition é o suporte à tecnologia EM64T que, segundo a Intel, “possibilita a computação de 64 bits em PCs baseados em processador Intel de volume de mercado”. Segundo a Intel, ainda este ano ela será incorporada a todas as novas versões de suas CPU, inclusive as da linha Celeron.

É claro que os novos processadores, sendo adaptações das versões atuais do Pentium 4 para operar em 64 bits, terão um desempenho bastante inferior ao dos Itanium, o topo de linha da Intel, processadores desenvolvidos desde a prancheta para operar em 64 bits. Mas afinal quem precisa de um Itanium em um micro de mesa? Para as máquinas atuais, a EM64T parece mais que adequada. E deixa a linha Intel preparada para equipar micros que receberão o Windows XP Professional x64, a versão do Windows XP especialmente desenvolvida para computação em 64 bits.

Porém, uma advertência: se você pretende atualizar sua máquina, preparando-a para a computação em 64 bits, não basta correr e comprar um novo P4 linha 600 com EM64T. Como o processamento em 64 bits depende também da colaboração dos circuitos auxiliares do sistema, os novos processadores somente poderão exibir todas as suas potencialidades em máquinas com  placas-mãe equipadas com os chipsets da família 925/915 Express da própria Intel.

B. Piropo