Sítio do Piropo

B. Piropo

< O Globo >
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18/02/2002

< Norton Ghost >


Você decidiu, afinal, substituir seu disco rígido por outro de maior capacidade. Gastou seu suado dinheirinho para comprar um HD novo. Agora, basta instalá-lo em seu micro e copiar nele os arquivos do velho, certo?

Errado! Se o HD original contém o disco de sistema (ou seja, se o drive “C:” se aloja nele ou em uma de suas partições), é preciso ainda transferir certas estruturas (como o setor de inicialização e o setor mestre, ou MBR). Do contrário, depois da substituição, ao ligar o micro você conseguirá apenas uma mensagem de erro informando que o disco está “sem sistema ou com defeito”.

Uma das formas de criar uma cópia funcional é usar o Norton Ghost 2002 da Symantec. Que, além de duplicar discos, é capaz de criar “imagens”, compactadas ou não, de discos inteiros ou partições – um bom meio de manter cópias de segurança completas. A cópia pode ser feita entre dois discos na mesma máquina ou em máquinas diferentes ligadas seja em rede, seja por suas portas paralelas ou USB, e as imagens podem ser criadas em meios removíveis (discos Zip, CDs R ou RW) que podem ser inicializáveis. O Ghost suporta os sistemas de arquivos FAT (16 e 32, do DOS/Windows), NTFS (de Windows 2000/NT), HPFS (do OS/2) e EXT2 (do Linux). Se for preciso modificar uma imagem criada pelo Ghost antes de restaurá-la (removendo, movendo ou adicionando arquivos), isso pode ser feito com o utilitário Ghost Explorer que acompanha o programa. E, finalmente, quando o tamanho da imagem exceder a capacidade do meio removível, o Ghost permite “parti-las” em pedaços que caibam em CDs, discos Zip ou disquetes.

Em tese, o Ghost é um programa Windows. Mas para cumprir suas funções precisa assumir tão completamente o controle da máquina que só pode rodar em DOS. Sob Windows roda apenas o “Assistente de inicialização”, que gera um disquete de inicialização (do PC-DOS ou, se o usuário preferir, do MS-DOS) e inclui nele o executável do Ghost. É possível criar três tipos de disquetes de inicialização: para ser usado em rede, para criar imagens em CDs inicializáveis (R ou R/W) ou para ser usado em micros isolados ou conectados via LPT ou USB.

Para rodar o Ghost há que se inicializar o micro com um desses disquetes. Após uma tela de abertura, aparece um menu que permite escolher entre cópia local, via LPT, via USB ou via rede (conforme as opções indicadas durante a criação do disquete), além de “Opções” e “Sair”. A entrada “Opções” permite ajustar parâmetros que nas versões anteriores eram introduzidos através de linha de comando, simplificando bastante a operação do programa. Feitos os ajustes, indicadas a origem (disco, partição ou imagem) e o destino (idem), o Ghost assume o controle da máquina e efetua a cópia.

Para duplicar discos ou partições, o Ghost é excelente. Testei a transferência de disco para disco e de disco para partição do conteúdo de diversos discos. Em todas elas o resultado foi uma cópia inteiramente funcional que, quando era o caso, inicializou o micro sem dificuldade (inclusive com Windows 2000). Em discos ATA 100 a transferência se deu em uma taxa média de 450 Mb/min (um disco rígido de 20 Gb é duplicado em cerca de 17 minutos).

Já para criar imagens não tive o mesmo sucesso. Tentei criá-las em CD, mas o programa se recusou a “fechar” o CD. O resultado foram diversos CDs virgens inutilizados. Depois de muito procurar no sítio da Symantec (em inglês; a busca no sítio em português foi infrutífera) descobri que meu gravador de CD, um HP 8100 que funciona perfeitamente com outros aplicativos, não é compatível com o Ghost (se pretende usar o Ghost para criar imagens em CDs, verifique antes se o seu drive está na lista dos compatíveis, em <http://service1.symantec.com/
SUPPORT/ ghost.nsf/docid/2001102516563825
>). Tentei, então, criar a imagem de uma das partições de um disco em outro à guisa de cópia de segurança, mas o resultado foi ainda mais frustrante: embora todos os discos rígidos aparecessem na caixa de escolha da origem, não apareciam na de destino, impossibilitando sequer iniciar o processo. Em princípio, a tarefa é possível, mas embora tentasse arduamente, apelando até para o recurso heróico de destrinchar o manual do programa (em português), não houve jeito de descobrir como cumpri-la. Ora, tenho consciência que não sou o gênio da informática que minha mãe e alguns de vocês acreditam, mas por outro lado sei que não sou propriamente um usuário inexperiente. Logo, presumo que há algo de errado no programa ou no manual.

Em resumo: o Ghost se revelou um programa adequado para duplicar discos e partições mas, pelo menos no que me diz respeito, deixou bastante a desejar na criação de imagens.

O Norton Ghost 2002 faz parte do pacote Norton System Works 2002 mas pode ser comprado separadamente por R$ 101,30. Seus concorrentes são Drive Image e Drive Copy, ambos da PowerQuest, DriveWorks, da V Communications e HDCopy, da HDTronic.

B. Piropo