Sítio do Piropo

B. Piropo

< O Globo >
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09/05/2005

< Gravando 8,5 GB >


Antigamente gravadores de CD eram um luxo. Hoje em dia não há máquina que não tenha um. E as melhores vêm com gravadores de DVD.

A diferença é a capacidade. Enquanto em um CD podem ser gravados míseros 700 MB (Megabytes), um DVD simples comporta quase sete vezes mais com seus 4,7 GB (Gigabytes).

Ambos adotam a mesma tecnologia: um raio laser refletido na direção de uma célula fotoelétrica por uma superfície espelhada com microscópicas deformações. Quando o raio incide sobre uma deformação, desvia-se da célula e provoca um “pulso” na corrente gerada por ela. Essa sucessão de pulsos é convertida em uma seqüência de bits que, reunidos oito a oito, geram os bytes que contêm os dados. A diferença entre um CD e um DVD é o tamanho das deformações, que no DVD são muito menores (permitindo gravar mais dados em uma mesma superfície), e a cor do raio laser, vermelho nos CDs e azul (de menor comprimento de onda) nos DVDs.

O padrão que determina as características dos DVD admite duas camadas de gravação na mesma face. Algo que, a princípio, parece impossível. Mas, no fundo, trata-se apenas de uma questão de foco. A camada inferior é idêntica à usada nos DVDs simples. A segunda é formada por um material translúcido (ou semitransparente) capaz de refletir uma fração da energia luminosa que recebe e se deixar atravessar pela fração restante. Ela se localiza no interior da placa transparente que protege o DVD, entre a face externa e a camada refletora inferior.

Os 4,7 GB de dados gravados na camada de baixo são lidos da forma usual. Já para ler os dados da camada superior, usa-se um expediente engenhoso: altera-se a distância focal de uma objetiva atravessada pelo raio laser de tal forma que ele focalize precisamente na altura da camada superior. Que, como é parcialmente refletora, funciona de forma análoga à inferior, provocando os pulsos de corrente. A única diferença é que esta camada tem menor capacidade: nela, cabem apenas 3,8 GB, o que eleva a capacidade de um DVD de dupla camada para 8,5 GB. Mas tudo isto está previsto desde a criação do padrão. Então onde está a novidade?

Bem, a novidade é o DRU-800A, um gravador de DVD que a Sony acaba de lançar, capaz de ler e gravar DVDs de dupla camada
(veja em , http://smb.us.sony.biz/is-bin/INTERSHOP.enfinity/eCS/Store/-/-/-/[na mesma linha. N.W.]
BB_DisplayProductInformation-Start?CategoryName=smb-cpu_Sony_[na mesma linha. N.W.]
PCAccessories_CD%2fDVDBurn_DVDBurners&ProductSKU=DRU800A
>).
E o melhor: é compatível com os dois padrões que atualmente brigam pela primazia desse tipo de gravação, o DVD+RW (também conhecido por “double layer”) e o DVD-RW (também chamado de “dual layer”). Além disso, o dispositivo também é capaz de gravar CDs, dispensando a necessidade de um gravador independente para este fim.

O DRU-800A consegue gravar um DVD-R inteiro em seis minutos (no padrão DVD+R a gravação é mais lenta). É um dispositivo interno compatível com o padrão EIDE que já está disponível no mercado americano por US$ 129,99 (nos EUA). Até o final deste mês será lançado um modelo semelhante, porém externo.

O preço ainda é um pouco salgado. Mas é só esperar um pouco que a concorrência fará seu trabalho e logo os gravadores de DVD de dupla camada estarão ao alcance até mesmo dos orçamentos mais apertados...

B. Piropo