Este
ano a Fenasoft abriu às dez da manhã para os portadores
de cartão Gold. A plebe (o público em geral) somente
era admitida depois das duas da tarde. E quem pretendia ver o que
havia de novo e conversar com os expositores sobre suas expectativas,
tinha das dez às duas. Porquê daí em diante
mal se conseguia caminhar na feira, tal a muvuca que invadia o Anhembi,
entupindo os corredores e exigindo atenção integral
dos expositores.
E o
que tanta gente foi fazer na Fenasoft? Em princípio, comprar.
Se comprou mesmo, não sei: os preços não eram
caros, mas procurando bem, aqui fora sempre se podia achar um pouco
mais barato. Os expositores a quem indaguei sobre o movimento não
estavam decepcionados, mas também não soltavam foguetes
para comemorar. Mas seja como for, quem foi à Fenasoft este
ano, foi para vender. A exceção eram alguns estandes
como o da Microsoft, Intel, IBM/Lotus e Creative- justamente os
maiores - cujo objetivo era apenas divulgar seus produtos. A IBM
dando ênfase à linha Lotus, a Microsoft provocando
uma fila de dar volta em quarteirão para assistir às
palestras sobre o novo NT, a Intel, estranhamente, enfatizando a
tecnologia MMX em detrimento do novíssimo Pentium II e a
Creative simplesmente encantada com o mercado brasileiro que, segundo
Mark Adams, o entusiasmado diretor para a América Latina,
já é responsável por oito porcento das vendas
mundiais da marca - uma fatia respeitável. Além do
conjunto de pequenos estandes destinados às empresas americanas
- onde encontrei o pessoal da PowerQuest, mostrando o Partition
Magic e seus demais produtos, ao lado de seu representante brasileiro,
a Complete Computer Solutions, de Petrópolis. Mas o que me
chamou a atenção mesmo foi a ausência da AMD,
que lançou há pouco o bem sucedido K6 e estranhamente
se escondeu.
Fora
isto, o resto era feira de vender. Havia dezenas de revendedoras
de produtos e suprimentos, vendendo desde plotters de vinte mil
reais até papel para impressora jato de tinta. Ocupando quarteirões,
como o da Net Box, que parecia satisfeita com as vendas da sua linha
Blaster, resultado de uma associação da Tropcon com
a Creative, ou se espremendo em pequenos estandes, como a maioria.
Novidades,
muito poucas. Houve, é claro, o anúncio do nome da
futura versão de Windows 95, codinome Memphis, que chamar-se-á
oficialmente Windows 98 e cujo lançamento está previsto
para o final do ano, mas o fato foi divulgado mundialmente na quarta-feira
passada e a Microsoft do Brasil apenas aproveitou-se da coincidência
com a feira para noticiá-lo em uma coletiva. Fora isto, a
novidade mais interessante que vi foi o WinControl 97, um produto
nacional da Pix que brevemente será lançado nos EUA.
Trata-se de uma versão incrementada e vertida para o inglês
do System Manager, uma caixa de ferramentas para gerenciamento de
Windows 95, com módulos de visualização de
arquivos, desinstalação de aplicativos, compressão,
descompressão e arquivamento, busca de arquivos, estatísticas,
diagnósticos, o diabo. Não cheguei a rodar o programa,
mas a demonstração que vi na feira me impressionou
muito favoravelmente.
Também
me agradou o CAD32 Win95, um programa CAD voltado especificamente
para a arquitetura que vai da planta à maqueta e inclui um
módulo de animação que permite "caminhar"
no interior do prédio projetado. Trata-se de um desenvolvimento
conjunto argentino/brasileiro. Um produto interessante, mas para
profissionais: custa mais de mil reais e é protegido por
hardlock - aliás a única forma de proteção
que considero aceitável.
Interessante
também o Guia Eletrônico Geomapas, uma planta de São
Paulo em CD-ROM que abrange os Municípios de São Paulo
e vizinhanças, permite busca rápida pelo nome da rua,
bairro ou ponto de referência, calcula a distância entre
pontos ao longo de roteiros que o usuário traça na
tela e permite imprimir os roteiros. Um bom produto que seria ainda
melhor se, ao invés de uma simples imagem rasterizada, a
planta fosse vetorizada - o que permitiria zoom e deslocamento contínuo
na tela, ao invés de pular de página em página.
Mas ainda assim pode ser muito útil.
B.
Piropo