Sítio do Piropo

B. Piropo

O Globo
Volte
28/07/1997

Fenasoft 97


Este ano a Fenasoft abriu às dez da manhã para os portadores de cartão Gold. A plebe (o público em geral) somente era admitida depois das duas da tarde. E quem pretendia ver o que havia de novo e conversar com os expositores sobre suas expectativas, tinha das dez às duas. Porquê daí em diante mal se conseguia caminhar na feira, tal a muvuca que invadia o Anhembi, entupindo os corredores e exigindo atenção integral dos expositores.

E o que tanta gente foi fazer na Fenasoft? Em princípio, comprar. Se comprou mesmo, não sei: os preços não eram caros, mas procurando bem, aqui fora sempre se podia achar um pouco mais barato. Os expositores a quem indaguei sobre o movimento não estavam decepcionados, mas também não soltavam foguetes para comemorar. Mas seja como for, quem foi à Fenasoft este ano, foi para vender. A exceção eram alguns estandes como o da Microsoft, Intel, IBM/Lotus e Creative- justamente os maiores - cujo objetivo era apenas divulgar seus produtos. A IBM dando ênfase à linha Lotus, a Microsoft provocando uma fila de dar volta em quarteirão para assistir às palestras sobre o novo NT, a Intel, estranhamente, enfatizando a tecnologia MMX em detrimento do novíssimo Pentium II e a Creative simplesmente encantada com o mercado brasileiro que, segundo Mark Adams, o entusiasmado diretor para a América Latina, já é responsável por oito porcento das vendas mundiais da marca - uma fatia respeitável. Além do conjunto de pequenos estandes destinados às empresas americanas - onde encontrei o pessoal da PowerQuest, mostrando o Partition Magic e seus demais produtos, ao lado de seu representante brasileiro, a Complete Computer Solutions, de Petrópolis. Mas o que me chamou a atenção mesmo foi a ausência da AMD, que lançou há pouco o bem sucedido K6 e estranhamente se escondeu.

Fora isto, o resto era feira de vender. Havia dezenas de revendedoras de produtos e suprimentos, vendendo desde plotters de vinte mil reais até papel para impressora jato de tinta. Ocupando quarteirões, como o da Net Box, que parecia satisfeita com as vendas da sua linha Blaster, resultado de uma associação da Tropcon com a Creative, ou se espremendo em pequenos estandes, como a maioria.

Novidades, muito poucas. Houve, é claro, o anúncio do nome da futura versão de Windows 95, codinome Memphis, que chamar-se-á oficialmente Windows 98 e cujo lançamento está previsto para o final do ano, mas o fato foi divulgado mundialmente na quarta-feira passada e a Microsoft do Brasil apenas aproveitou-se da coincidência com a feira para noticiá-lo em uma coletiva. Fora isto, a novidade mais interessante que vi foi o WinControl 97, um produto nacional da Pix que brevemente será lançado nos EUA. Trata-se de uma versão incrementada e vertida para o inglês do System Manager, uma caixa de ferramentas para gerenciamento de Windows 95, com módulos de visualização de arquivos, desinstalação de aplicativos, compressão, descompressão e arquivamento, busca de arquivos, estatísticas, diagnósticos, o diabo. Não cheguei a rodar o programa, mas a demonstração que vi na feira me impressionou muito favoravelmente.

Também me agradou o CAD32 Win95, um programa CAD voltado especificamente para a arquitetura que vai da planta à maqueta e inclui um módulo de animação que permite "caminhar" no interior do prédio projetado. Trata-se de um desenvolvimento conjunto argentino/brasileiro. Um produto interessante, mas para profissionais: custa mais de mil reais e é protegido por hardlock - aliás a única forma de proteção que considero aceitável.

Interessante também o Guia Eletrônico Geomapas, uma planta de São Paulo em CD-ROM que abrange os Municípios de São Paulo e vizinhanças, permite busca rápida pelo nome da rua, bairro ou ponto de referência, calcula a distância entre pontos ao longo de roteiros que o usuário traça na tela e permite imprimir os roteiros. Um bom produto que seria ainda melhor se, ao invés de uma simples imagem rasterizada, a planta fosse vetorizada - o que permitiria zoom e deslocamento contínuo na tela, ao invés de pular de página em página. Mas ainda assim pode ser muito útil.

 

B. Piropo