Sítio do Piropo B. Piropo |
< O Globo >
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29/04/2002
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< FENASOFT 2002 > |
A Fenasoft mudou. Até de endereço: em vez do habitual Anhembi, esta décima sexta edição aconteceu no Expo Center Norte, em São Paulo, de terça a domingo da semana passada. E, na mudança, encolheu. Expositores, pouco mais de quatrocentos. Visitantes, não sei (escrevo antes do encerramento do evento). Mas a julgar pela facilidade com que transitei nos amplos corredores entre os estandes, o número ficou longe, muito longe do famoso (e duvidoso) milhão alcançado nos anos noventa, que "engarrafou" o Anhembi. Mas a mudança não se restringiu ao tamanho. Foi também conceitual. Ao contrário do imenso varejão em que a feira havia se transformado, a edição deste ano foi dividida em dois segmentos. Aquele voltado para o desenvolvimento de sofware, sobretudo de soluções integradas para o mercado corporativo, integrou o Software & Solution Show. Já o voltado para o "mercado consumidor" ganhou seu pavilhão próprio, o TecShoppint onde, além de mostrar, era permitido vender. Mas a mudança foi positiva? Na opinião dos irmão Cláudio e Eduardo Nasajon, da Nasajon Software, sim. E muito. Segundo Cláudio, realmente nos anos anteriores seu estande recebia um número incomparavelmente maior de visitantes. Mas a imensa maioria era constituída pelo que ele classificou de "folheteiros": adolescentes que guardavam em suas pastas todo tipo de papel que conseguiam recolher, sem fazer a menor idéia do que continham. Um mau negócio para uma empresa especializada em soluções integradas de gestão empresarial. Este ano o público era menor, porém mais selecionado. Tanto assim que Cláudio esperava cadastrar nesta edição um número de clientes potenciais semelhante aos das edições anteriores. Sem atropelo, sem congestionamento, sem aquela azáfama infernal de um pavilhão entupido de gente. E essa era a opinião prevalente entre os expositores: a mudança foi para melhor, como uma benéfica "volta às origens". Mas o que havia na feira? No TecShopping, além do varejo do Carrefour, vendendo de tudo um pouco, os destaques corriam por conta das editoras. Os nomes mais conhecidos do mercado editorial de informática estavam lá: Campus, Érica e Makron (com mestre Laércio Vasconcelos em pessoa, autografando seus últimos lançamentos) e seus estandes sempre cheios. Alguns ícones da indústria estavam presentes, como Canon, Epson, HP, Lexmark e Olivetti. Lá estava também a Symantec, lançando a versão Pro do Norton Internet Security 2002, e a Leadership, com as linhas Security e Wireless, de segurança de dados. Mas a grande pedida era o outro pavilhão. Lá, no Software & Solution Show, estava a Adobe, com seu novo Photoshop 7, e a Fácil informática (www.facil.com.br), uma sobrevivente da era DOS (quando desenvolveu o Fácil, certamente o melhor editor de textos em português daqueles tempos), cujo carro chefe agora é o Fácil Processos, um software corporativo para controle de departamentos jurídicos de empresas e escritórios de advocacia. E lançava o Fácil Clínicas, para gerenciamento de clínicas médicas. Havia mais. Como a Mosaic (www.mosaic.com.br), exibindo seu Mosaic Portal, uma interessante plataforma de desenvolvimento de portais e sítios da internet que garante acesso seguro e simples para atualização dos dados, e a Sama BSD (www.samabsd.com.br) com uma distriuiçao do Free BSD inteiramente em português. Além de um mundo de pequenos estandes, alguns mostrando produtos interessantes, como o GED da Work Image (www.workimage.com.br), um sistema de gerenciamento de documentos baseado em imagens escanerizadas que troca toneladas de papel empoeirado por alguns megabytes de espaço em disco. Em suma: para quem estava interessado em novidades estonteantes e corredores apinhados de ávidos compradores, a nova Fenasoft há de ter sido uma decepção. Mas para quem procurava apenas se manter em dia com o mercado e fazer contato com clientes e fornecedores em potencial, certamente valeu a pena. E esse, é bom lembrar, é o objetivo básico de uma feira voltada para desenvolvedores de software e seu mercado. B. Piropo |