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B. Piropo

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22/10/2012

< Fonte Cougar CMX 850 >


Quem leu a <http://blogs.forumpcs.com.br/bpiropo/2012/10/18/cougar-challenger-mid-tower/> coluna anterior sabe que montei uma nova máquina com um gabinete Cougar Challenger (aliás, excelente). Para suprir a energia necessária para a placa-mãe e a voraz controladora de vídeo, usei uma fonte também Cougar, de 850 W, da linha CMX, a Cougar CMX 850.

Hoje falaremos sobre ela.

Figura 1: Fonte 80 Plus Bronze Cougar CMX 850 na caixa

Há cerca de um ano escrevi sobre a iniciativa 80 Plus. Trata-se de um esforço coletivo desenvolvido pelos fabricantes de fontes de alimentação de primeira linha para reduzir o desperdício de energia e a dissipação de calor no interior do gabinete. Isto porque uma fonte de alimentação é um conversor de energia. Ela converte energia elétrica fornecida sob a forma de corrente alternada de 110 V ou 220 V em corrente contínua estabilizada em tensões iguais e menores que 12 V. E sempre que se converte energia há uma perda de potência.

Ora, neste caso "perder potência" significa dissipá-la sob a forma de calor. E este calor é dissipado justamente em um ambiente que se pretende manter fresco: o interior do gabinete. Portanto, além de se ter que pagar pela energia perdida (afinal, ela foi consumida), há que remover o excesso de calor do interior do gabinete para manter a temperatura dos componentes da placa-mãe – inclusive o microprocessador – em uma faixa aceitável.Logo, quanto menor a potência perdida, melhor a fonte.

O indicador da energia dissipada por uma fonte de alimentação é sua eficiência, ou relação entre a energia consumida pela fonte e a por ela fornecida. Fontes de baixa qualidade apresentam eficiências iguais ou pouco superiores a 50% (o que significa que a metade, ou quase, da energia que ela consome é dissipada sob a forma de calor no interior do gabinete). Fontes de alta qualidade devem apresentar no mínimo 80% de eficiência. Daí a "Iniciativa 80 Plus".

A Iniciativa 80 Plus é fruto de uma resolução firmada em 2004 no congresso do ACEEE (American Council for an Energy-Efficient Economy ou Conselho Americano para uma economia energeticamente eficiente) com o objetivo de incentivar a fabricação de fontes energeticamente eficientes. Para ser certificada como "80 Plus" a fonte deve oferecer uma eficiência comprovada de 80% ou maior, de acordo com suas categorias (simples, Bronze, Silver, Gold e Platinum).

A fonte Cougar CMX usada na montagem da máquina assunto da coluna anterior é certificada como "80 Plus Bronze" e, segundo o fabricante, oferece uma eficiência máxima superior a 89% (a mínima é de 82% conforme o padrão "Bronze" da Iniciativa 80 Plus).

A Cougar é uma empresa fundada em 2007 na Alemanha por um grupo de entusiastas por jogos para fabricar produtos que satisfizessem suas necessidades específicas. Tornou-se conhecida pelos seus gabinetes, como o que vimos na coluna anterior, mas além deles fabrica ventoinhas de baixo ruído e elevada eficiência (como as que aparecem no gabinete discutido na <http://blogs.forumpcs.com.br/bpiropo/2012/10/18/cougar-challenger-mid-tower/>coluna anterior), acessórios e fontes de alimentação. Informações sobre sua linha completa de produtos podem ser encontradas em <http://www.cougar-world.com/> seusítio.

Como os demais produtos da Cougar, a linha de fontes CMX destina-se principalmente a suprir a demanda do mercado de aficionados por jogos. Sua ventoinha interna, também Cougar, propicia elevada capacidade de remoção de calor aliada a um funcionamento particularmente silencioso. Sua caixa nas cores preta e laranja se destaca no interior dos gabinetes de parede lateral transparente e a superfície superior, voltada para o interior do gabinete, é inteiramente perfurada para facilitar o escoamento do ar.

Figura 2: a Cougar CMX 850 no interior do gabinete

Uma característica importante que só se encontra em fontes de alta qualidade como a CMX é a solução adotada para gerenciamento dos cabos. Repare, na Figura 3 (imagem obtida no sítio da Cougar), nos oito conectores na face frontal, quatro vermelhos (já voltaremos a eles) e quatro negros, além de um conjunto de cabos que aparece na parte inferior da Figura 3 (mas é melhor visualizado na Figura 2). Este último conjunto de cabos, permanentemente instalados na fonte, contém os elementos, digamos, obrigatórios: um cabo ligado a um conector de 20/24 pinos para alimentação da própria placa-mãe, um cabo de 4 pinos/12 V para alimentação da UCP e os cabos com conectores de 4 e 6 contatos (um de cada em cada cabo) para alimentação da placa de vídeo.

Figura 3: Conectores da fonte

Fora estes, não há mais cabos ligados à fonte, apenas os conectores onde podem ser encaixados os cabos que forem necessários à alimentação dos periféricos, escolhidos entre os conjuntos modulares fornecidos com a Cougar CMX e mostrados na Figura 4. E apenas eles. Ou seja: usa-se o número mínimo de cabos estritamente necessários. O resultado disto, combinado com os orifícios da base metálica que suporta a placa-mãe fornecida com o gabinete Cougar, que dispõe de orifícios que permitem a passagem dos cabos para a face posterior desta placa por onde podem ser encaminhados aos periféricos sem ocupar espaço no interior do gabinete, é um volume acima da placa-mãe notavelmente "limpo", praticamente livre da presença de cabos que estorvam o escoamento do ar movimentado pelas ventoinhas da fonte, do dissipador de calor da UCP e do próprio gabinete.

Figura 4: Conjunto (parcial) de cabos fornecidos com a Cougar CMX

A Figura 4 mostra o conjunto parcial dos cabos fornecidos com a fonte (além deles, há mais dois cabos que não aparecem porque estão no interior da máquina, usados que foram para alimentar o conjunto de discos rígidos, adaptadores e face frontal do gabinete). Note que o revestimento dos cabos é plano para facilitar o fluxo de ar.

Como se vê, além dos usados na montagem e dos dois cabos que se vê ao fundo com conectores vermelhos, há um cabo com quatro conectores SATA, outro com três conectores PATA e até mesmo um adaptador para os velhos acionadores de discos flexíveis que, embora dificilmente seja usado em uma máquina moderna, indica um cuidado especial do fabricante. Afinal, sempre é melhor guardar um pequeno cabo sem uso do que não poder conectar um acionador de discos flexíveis cujo uso se faz necessário seja lá por qual razão.

Finalmente, os famosos conectores vermelhos de oito contatos. Estes na verdade são a combinação de dois conectores de 12 V e quatro contatos exigidos pela nova especificação PCI Express 2.0 e que podem, além disto, alimentar as UCPs de placas-mãe que usam dois processadores.

O resto mantém o mesmo elevado padrão de qualidade: um acabamento impecável, capacitores sólidos de 12 V, 3,3 V e 5 V, compatibilidade com a especificação Energy Star 5.0, proteção integral, capacitoresjaponeses de alta qualidade resistentes a temperaturas de até 105ºCe uma garantia de três anos.

O resultado é uma boa fonte em um bom gabinete para uma boa máquina.

Agora é instalar o sistema e os aplicativos e começar a trabalhar.

PS: Gabriela Neto Lacerda estuda jornalismo. Recebeu como tarefa entrevistar "uma personalidade". Sabe-se lá por que razão ela achou que eu me enquadrava nesta qualificação e solicitou uma entrevista, que foi publicada em seu blog com o título <http://nasmultidoes.blogspot.com.br/2012/10/de-frente-com-piropo.html> "De frente com Piropo". O resultado não foi um trabalho de estudante, foi de profissional competente. Segundo ela, para não quebrar a espontaneidade, decidiu publicar o que eu disse exatamente como dito, sem alterações ou correções dos erros do português falado. Conseguiu com isto uma autenticidade inatingível por outros meios. Ao ler o texto, quem me conhece perceberá o quanto há de verdade nisto. E quem não me conhece passará a conhecer um poucomais sobre este velhinho simpático(não sou eu quem o diz, é ela)que digita estas mal traçadas. Sugiro que leia a entrevista não por achar que vale a pena me conhecer, mas por ter certeza que vale a pena ler um trabalho bem feito. E, se o fizer, não se esqueça de deixar um comentário no final da entrevista. A moça merece.


B. Piropo