< Coluna em Fórum PCs >
|
||
20/06/2011
|
< Resenha da Computex 2011 – III > |
Na < http://blogs.forumpcs.com.br/bpiropo/2011/06/15/resenha-da-computex-2011-%E2%80%93-ii/ > coluna anterior abordei os expositores do Pavilhão de Nangang e seus produtos. Mas, se bem que este seja o maior de seus pavilhões, a Computex se estende para muito além dele. Para ser exato, este ano, com o aumento da participação dos expositores internacionais – particularmente os da China Continental – havia mais quatro pavilhões (nos anos anteriores eram apenas três), todos situados na região central de Taipei, nas vizinhanças do Taipei 101, marco da cidade e um dos prédios mais altos do mundo com seus cento e um andares.
Os tabletes afinal
Havia tabletes de todos os tipos e tamanhos, rodando diferentes sistemas operacionais e equipados com praticamente todos os tipos de UCPs de baixo consumo. Não vai dar para falar de todos, portanto vou deixar de fora os Eee Transformer e Padfone, ambos da Asus, sobre os quais já escrevi em nota anterior, e alguns que claramente foram desenvolvidos apenas para “aproveitar a onda”. Vamos então aos que merecem mais atenção.
Começando pelo Iconia Tab da Acer, cuja série 500 acabou de ser lançada aqui mesmo na Computex. A diferença básica entre os dois modelos mostrados acima é o tamanho da tela. No mais, são idênticos ou muito parecidos. Fixemo-nos no modelo maior, mais recente e poderoso, o A500. Como a maioria dos tabletes de grande desempenho, há dois tipos disponíveis, um com 16GB de armazenamento secundário (SSD), outro com 32GB. Roda Android Honeycomb 3.0, é equipado com uma UCP Tegra 2 de 1GHz e núcleo duplo da NVidia e 1GB de memória primária (RAM). Tela sensível ao toque de 10” com resolução de 1200 x 800 pontos, conexão via WiFi e Bluetooth (mas não 3G), portas HDMI e USB 2.0 e câmara de vídeo. Um belo brinquedo, porém um tanto limitado.
A Acer não quer perder freguesia. Por isto desenvolveu também um modelo que roda Windows, versão 7 Professional. Este é equipado com uma UCP AMD C-50 de núcleo duplo e 1 GHz, vem com 2GB de memória primária e tem uma porta adicional de rede padrão Ethernet. Uma máquina razoavelmente mais poderosa do que a que roda Android.
Para não fugir das marcas mais conhecidas, vamos ao S-1080 da Gigabyte mostrado nas figuras acima, acoplado ao teclado e nas mão de uma simpática técnica que me atendeu no estande da empresa. É um tablete relativamente pesado (900g) que roda Windows 7 Home Premium, equipado com um Atom N570 de núcleo duplo e 1,66 GHz da Intel. Tela de 10” formato largo (1024x600), vem com 2GB de memória primária e um disco rígido (magnético) SATA de 320GB de memória secundária. Tem portas USB (2.0 e 3.0), rede Ethernet, entrada para rede telefônica (conexão tipo “dial up”), leitor de cartão SD e comunicação sem fio via WiFi, Bluetooth e, opcionalmente, 3G. Além de câmara de vídeo. Pesa pouco menos que seu concorrente da Acer: 850g. Tanto um quanto outro parecem uma tentativa de adaptar uma concepção de máquina convencional para funcionar como tablete.
Há também os oportunistas. O que vocês vêem acima é um tablete Pierre Cardin. Por incrível que pareça, ele é fornecido em oito modelos diferentes, alguns rodando Windows, outros Android, com quatro diferentes UCPs, distintas capacidade de armazenamento e opcionais. Evidentemente não se trata de um fabricante. Trata-se de uma empresa, a Shenzhen Vogue Industries Co, que licenciou a marca Pierre Cardin e adquiriu de diferentes fabricantes seus distintos modelos, estampando neles o logotipo da marca. Não vale a pena perder tempo com as especificações técnicas já que, amanhã ou depois, a empresa pode simplesmente encomendar outros modelos de outros fabricantes, estampar o logotipo Pierre Cardin e vendê-los para os otá... digo, clientes que dão mais importância à marca que ao produto. No que me diz respeito, só considero válido usar um computador Pierre Cardin envergando uma calça Intel, uma camisa AMD e um tênis Asus.
O que vocês vêem acima são dois tabletes Arko. Não posso afirmar com segurança, mas tudo indica se tratar de um caso semelhante ao anterior, com a diferença que a marca Arko não é badalada como a outra. Mas a Arko fabrica (ou não fabrica? Encomenda?) catorze (!?) modelos de tabletes. Das especificações constam dados como: “CPU – (600 + 600) dual core”, sem mencionar marca ou modelo. Todos rodam Android 2.2 ou 2.3. Não divulgaram o preço no varejo (a feira é voltada para distribuidores internacionais), mas suspeito que sejam baratinhos. Se você comprar um deles, conte com toda a minha simpatia e comiseração.
A Semoor é uma empresa especializada em automação de serviços em restaurantes. Os três dispositivos mostrados à esquerda permanecem fixos nas mesas e, neles, os comensais escolhem os pratos (reparem nas figuras exibidas nas telas) e enviam diretamente suas ordens para a cozinha através de uma conexão sem fio. Já o dispositivo que é mostrado na extremidade direita da foto é o tablete da Semoor. Considerando que ela fabrica seus terminais, presumivelmente há de fabricar também seu tablete. Mas o material de divulgação distribuído na feira não informava as características técnicas.
A figura acima mostra o tablete da Visture. Este é um caso a parte dos que vínhamos vendo até o momento, inclusive os da Gigabyte e Acer. Pesa 590g e é um tablete de verdade, leve, portátil, equipado com um processador Cortex-A9 de núcleo duplo (um processador de arquitetura ARM). Roda Android 2.2, tem uma tela de 9,7” com resolução de 1024 x 768 (padrão SVGA), suporta conexão sem fio 3G opcional, além de WiFi e Bluetooth, tem memória secundária de 8 GB e primária de 512 MB (ambas de pequena capacidade, como se vê mas a secundária pode ser expandida até 40 MB com um módulo micro SD no devido slot), câmara de vídeo, enfim, tudo o que um tablete precisa. O custo não foi fornecido, mas deve ser bastante baixo. Trata-se de um tablete de pequena capacidade de processamento, pouca memória, desempenho limitado, porém um tablete de verdade e não uma adaptação de última hora para surfar na onda dos tabletes. E é um produto bem acabado.
Finalmente, o Ragoo. O fabricante fornece sete modelos, todos com tela de sete polegadas com exceção do modelo A101, de 10,1” com resolução de 1024 x 600. Fixemo-nos nele. Vem com UCP CortexA-8 da Samsung com arquitetura ARM rodando a 1 GHz. Sua memória secundária é de míseros 4 GB e a primária de 512 MB. Roda Android2.2 e dispõe de conexões sem fio WiFi e Bluetooth, além de portas HDMI, USB e leitor de cartões micro SD. Não tem câmara de vídeo. Em resumo: um modelo semelhante ao anterior, porém ainda mais limitado. O balanço final
Em seguida tomaram a palavra os responsáveis pela coordenação do evento, como Belinda Chen que se vê na foto acima, para fornecer detalhes sobre as atividades. E, entre eles, revelaram que este ano a Computex promoveu mais de mil encontros diretos entre os fornecedores e eventuais compradores, os já tradicionais “procurement meetings”, onde foram fechados negócios em um montante superior a quatrocentos milhões de dólares americanos – enquanto a feira, em sua totalidade, promoveu negócios de mais de vinte e cinco bilhões de dólares americanos. Negócios que envolveram, principalmente, as estrelas da feira: dispositivos móveis e conectados sem fio, como tabletes e telefones espertos, tecnologia de imagens tridimensionais e computação em nuvem. B. Piropo | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||