Sítio do Piropo

B. Piropo

< Coluna em Fórum PCs >
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28/03/2011

< O Firefox 4 está na praça >


Pois é... Mal foi publicada a < http://blogs.forumpcs.com.br/bpiropo/2011/03/21/internet-explorer-9-lancada-a-versao-final/ > coluna anterior abordando o lançamento da versão final do IE9 (para ser exato, no dia seguinte, 22/03/2001), vem a Mozilla e lança a versão 4, também final, de seu Firefox.

Então, já que demos espaço ao IE9, vamos ao Firefox 4 para sermos justos.
Mas vamos sem esperar grandes novidades. Pois, como escrevi em resposta a um comentário da coluna anterior que acusava o IE 9 de ser uma “cópia descarada do Chrome”, a única versão de programa navegador que não pode ser acusada de copiar pelo menos metade de seus recursos de alguma versão anterior dos concorrentes é a versão pioneira do Mosaic. E assim mesmo porque, sendo a primeira, não tinha de quem copiar.
Pois acontece que, como bem observou o leitor, quase tudo que o IE9 traz de novo é copiado das versões mais recentes do Chrome e, naturalmente, do Firefox. O que não deve espantar ninguém, posto que o pouco que ele traz de novo será mais adiante copiado pelo Firefox e pelo Chrome se a Mozilla e o Google conseguirem um meio legal de copiar.
Portanto, agora que o Firefox 4 está na praça, não há porque estranhar que quase tudo que ele traz de novo seja copiado das versões mais recentes do Chrome e do IE. E o pouco que efetivamente é novidade nele, logo será copiado pelo IE e pelo Chrome, se a MS e o Google conseguirem um meio legal de copiar.
E daí? O que há de errado nisso?
Certamente nada. Pois, não se iludam: nem Google, nem MS e nem Mozilla são entidades beneficentes. Nenhuma delas é “boazinha”. Da mesma forma que nenhuma delas é “malvada”. São organizações que têm empregados que esperam ser pagos regularmente e por isto mesmo necessitam faturar para poderem honrar seus compromissos (e embolsar algum lucro, pois afinal ninguém é de ferro). Que, se puderem fazer alguma coisa – desde que seja legal – para impedir que as concorrentes aumentem o faturamento, farão. E também não cultivem imagens românticas: a ênfase que dou ao fato da cópia ser possível desde que legal não decorre do fato de serem as citadas empresas exemplarmente escrupulosas, mas exclusivamente devido a que, se cometerem alguma ilegalidade, vão gastar uma nota pretíssima respondendo a um processo judicial movido pelas concorrentes que, se perderem, causará um prejuízo tão grande que a empresa poderá mesmo ter que fechar as portas.
Então, não vejo razão para esperar de qualquer uma delas um comportamento muito diferente do da outra. E, por favor, não me venham com aquele papo do “dont be evil” que o assunto já foi devidamente discutido por ocasião do recente entrevero Google x Facebook e quem tiver dúvidas consulte o excelente artigo de Diego Biscaia no DabsDesign, < http://www.dabsdesign.com.br/google-x-facebook-quem-e-o-mais-mau/ > “Google X Facebook – Quem é o mais mau?”.
Logo não deve causar surpresa a ninguém que cada nova versão de um programa navegador (e, a bem da verdade, de qualquer aplicativo que tenha concorrentes no mercado) incorpore as “novidades” previamente incorporadas pelos demais. Assim é, assim sempre foi e assim sempre será. Isto não é ilegal posto que, se fosse, os concorrentes já teriam partido para decidir o assunto pela via judicial. Tampouco é aético. Afinal, cada programa navegador deve procurar oferecer a seus usuários tudo aquilo que torna a navegação mais fácil e mais rápida. E se alguns dos recursos que contribuem para isto foram oferecidos antes pelos concorrentes, palmas para eles. O que, naturalmente, não é razão para que estes mesmos recursos deixem de ser incorporados à cada nova versão de cada programa navegador.
Isto posto, vamos ver quais foram as novidades do Firefox 4 recorrendo à própria página < http://www.mozilla.com/pt-BR/firefox/features/ > “Recursos do Firefox” oferecida pelo Mozilla.

As novidades do Firefox 4
Ao se instalar a nova versão do Firefox abre-se uma < http://www.mozilla.com/pt-BR/firefox/4.0/whatsnew/ > página que apresenta suas novidades onde aparecem seis ícones que deveriam ser sugestivos: um sapato alado, que provavelmente se refere ao aumento da rapidez, uma chave, que presumivelmente se refere à maior segurança, o logotipo da HTML5, auto descritivo, além de um lápis, uma abelha e uma nave espacial que minha inteligência limitada não conseguiu decifrar a que se referem.
Menos mal que todos eles levam à mesma página, < http://www.mozilla.com/pt-BR/firefox/features/ > “Recursos do Firefox”. Lá, consegui descobrir que o lápis corresponde a “Personalização poderosa” (embora não perceba correlação entre ideia e imagem) e a nave espacial é uma referência a “Acesso Universal”. A abelha, porém, permanece como insondável mistério, fora do alcance de minha alma simples, já que não achei qualquer referência a ela na página alvo.
Então vamos ao que há de novo de acordo com a Mozilla.
O Firefox aderiu à nova moda de trazer as abas para o topo da tela, dando fim à inútil barra título. Quando exibido em tela cheia, no lugar dela agora surgem, da esquerda para a direita, o novo “botão Firefox”, as abas, o quase imperceptível ícone do botão “Listar todas as abas” que mencionaremos adiante e os tradicionais botões de “minimizar”, “janela/tela inteira” e “fechar” de Windows (mas, se exibido em uma janela, a barra título reaparece, como se vê na figura).

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Figura 2: A nova interface

O “botão Firefox” (seta 1, na figura), que se destaca por sua cor alaranjada e por ocupar a primeira posição na extinta barra título, assumiu as funções da barra de menu. Um clique nele e surgem as entradas correspondentes ao agora desaparecido menu e mais alguma coisa, inclusive a navegação privativa e a configuração do Sync, este sim uma novidade genuína sobre a qual falaremos adiante.
Os botões “Favoritos” (2), “Parar/Recarregar” (3) e “Página inicial” (4) mudaram de posição: foram movidos para a direita da linha correspondente à caixa de endereços (5) que, agora, memoriza a lista de favoritos e sítios recentemente visitados e os exibe na forma de sugestões à medida que se digita o endereço. Infelizmente a caixa de endereços não incorporou as funções da caixa de pesquisas (6), que continua existindo e tomando espaço na mesma linha. Mas agora ela é “inteligente” e oferece sugestões à medida que se digita um termo para pesquisa. E, caso você solicite a abertura de uma página que já está aberta, o Firefox 4 simplesmente moverá o foco para ela em vez de abrir uma duplicata (o que eu não sei se é uma coisa boa ou não; há ocasiões que o que se deseja é justamente abrir uma duplicata como quando se deseja consultar simultaneamente trechos diferentes de um texto).
Os botões “parar” e “recarregar” foram fundidos em um só. Pois os desenvolvedores do Firefox enxergaram o óbvio (que, não obstante, ainda não foi percebido pelos do IE que ainda exibe os dois botões): você jamais precisará de ambos simultaneamente. Então, quando a página está carregada aparece o botão “recarregar”. Que, enquanto a página está sendo carregada, é substituído pelo “parar”. Simples, pois não?
Mas tudo isto são refrescâncias. Vamos, então, ao que de fato me pareceu novidade.
A maioria delas são pequenos achados do tipo “como é que ninguém pensou nisso antes” e que, naturalmente, brevemente serão incorporadas aos demais programas navegadores. Dois bons exemplos são o “Listar todas as abas” já mencionado alguns parágrafos acima e o “Reabrir aba”.
O primeiro é um minúsculo botão que, por razões inexplicáveis, passa quase despercebido à direita da última aba aberta (na verdade, na extremidade direita da linha onde ficam as abas; se o Firefox estiver sendo exibido em tela cheia, ele se situará imediatamente antes dos ícones minimizar / tela cheia / fechar janela ali tradicionalmente situados). Seu ícone tem a forma de um simples traço, ou hífen, e você terá que prestar muita atenção para percebê-lo (na figura está assinalado pela seta 7). Pois bem: um clique sobre ele mostra, em um menu tipo cortina, a lista de todas as abas abertas (que, se você ajustou seu Firefox 4 de acordo, será encimada pela entrada “Grupos de abas” relativa ao recurso “Panorama”, que discutiremos adiante, seguida de “Abas de outros computadores” caso você tenha aberto uma conta Sync, que também será adiante discutida). Esta lista é o tipo da coisa útil para quem precisa pular rapidamente para uma determinada aba e não está disposto a decifrar o conteúdo do pequeno trecho do nome que aparece nas abas quando há muitas delas abertas simultaneamente. Seria bem melhor, naturalmente, se fosse possível arrastar diretamente desta lista o ícone de uma ou mais abas e com isto abri-las em uma nova instância do navegador. Mas, mesmo sem isto, é um bocado útil.
O outro achado é “Reabrir aba”. Imagine que você esteja no meio de um trabalho que exige pesquisar em um monte de páginas simultaneamente e, inadvertidamente, acabou de fechar justamente aquela de que mais vai precisar. Dureza, pois não? Bem, agora no Firefox 4 ela pode ser recuperada sem redigitar seu URL na caixa de endereços. Basta executar um clique no botão “Firefox” para exibir suas opções, pousar o ponteiro na entrada “Histórico” (sem clicar, pois o clique fará se abrir a janela do histórico) e mover o ponteiro para a entrada “Reabrir aba”. Isto fará aparecer a lista das abas fechadas na sessão de trabalho corrente. Um clique na linha correspondente faz com que qualquer uma delas volte a se abrir. Uma bobagem, como eu disse. Mas é o tipo da bobagem que pode poupar muito tempo e aborrecimento. Incidentalmente: se, em vez de fechar sem querer uma aba você fechou uma janela com todo seu conjunto de abas, pode reabri-la exatamente da mesma forma. A única coisa que muda é que você deverá pousar o cursor do mause em “Reabrir janela” em vez de “Reabrir aba” e escolher a janela desejada na lista que então se apresenta.

Os recursos que se destacam
Dentre os novos recursos incorporados ao Firefox 4, dois me pareceram especialmente dignos de atenção.
O primeiro deles é o “Panorama”.
Como tudo o que é novo, é preciso se habituar a ele e adquirir alguma destreza em seu uso. Mas, depois que você se acostumar e vencer as dificuldades iniciais, o Panorama se converterá em uma “mão na roda”.
“Panorama” é um novo recurso que permite organizar abas em grupos e trabalhar com os grupos independentemente, porém simultaneamente. Para quem usa muito a Internet para pesquisas e consultas por tópicos, facilita enormemente o trabalho.
Para usá-lo é preciso antes habilitá-lo, o que se faz clicando no botão Firefox, movendo o ponteiro do mause até “Opções” e clicando em “Personalizar barras”. Isto feito, é só procurar pelo ícone “Grupo de abas”, arrastá-lo para a barra de ferramentas e largá-lo lá.
Pronto. Agora é começar a navegar e, quando necessário, abrir novas abas. Quando o número se tornar demasiadamente grande para que possam ser manejadas com facilidade, um clique no ícone do “Panorama” (que, em inglês, é mais convenientemente denominado “Tab groups”) criará um grupo com todas elas.

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Figura 3: O Panorama com três grupos abertos

Mas que negócio de “grupo” é esse?
Bem, este é justamente o conceito sobre o qual se desenvolve a ideia do “Panorama”. Um grupo é exatamente o que o nome indica: um conjunto de abas. Criado um, como acima descrito, um novo clique sobre o ícone do “Panorama” fará aparecer um painel contendo a janela do grupo com a miniatura de todas as abas.
É tudo o que você precisa para organizá-las. Experimente: arraste uma delas para fora do grupo e veja como ela passa a constituir um novo grupo. Arraste outras miniaturas de janelas do primeiro grupo para cima da segunda e elas serão movidas para o novo grupo. Clique no ícone de uma das miniaturas de qualquer dos grupos e o Firefox ressurgirá com ela em primeiro plano e as demais do mesmo grupo ocupando as outras abas. Clique no ícone do Panorama e o painel dos grupos reaparecerá, permitindo criar novos grupos, acrescentar abas aos existentes, removê-las, movê-las e, se você desejar, batizar os grupos.
Em pouco tempo você terá todas as páginas devidamente organizadas, agrupadas em páginas correlatas obedecendo ao critério determinado por você e, se desejar, com nomes sugestivos atribuídos a cada grupo.
Parece um tanto confuso (e, no início, é mesmo), mas aposto que este recurso rapidamente conquistará os corações e mentes dos usuários do Firefox. Eu o achei formidável. E olhe que ainda não explorei nem metade de suas potencialidades.
O outro recurso que me pareceu notável (embora, a bem da verdade, não seja uma novidade absoluta porque o Chrome já incorpora algo muito parecido se não idêntico) é o Sync.
Sync é a forma que a Mozilla encontrou para fazer com que o usuário que usa o Firefox 4 em mais de um dispositivo possa passar de um para o outro e encontrar exatamente a mesma configuração, os mesmos favoritos, em suma, o mesmo navegador. É o grande passo que a Mozilla dá na direção da nuvem.
Para usar o Sync é preciso antes criar uma conta. O que é fácil: clique no botão Firefox, acione a entrada “Configurar Sync” e siga as instruções. Não se esqueça de anotar a (longa) chave de segurança que é fornecida em um dos passos pois ela será necessária para efetuar a sincronização do programa nos demais dispositivos.
Criada a conta, basta instalar o Firefox 4 em cada um dos locais onde você pretende usá-lo (inclusive nos “telefones espertos” e quaisquer outros dispositivos móveis, como micros portáteis ou tabletes) e, neles, configurar o Sync usando a chave adrede anotada.
Daí para frente você poderá passar de um para o outro e seu navegador se comportará como se tivesse cuidadosamente anotado seus movimentos e configurações. Todos os seus dados de navegação, incluindo histórico, favoritos e mais o que for, estarão disponíveis em qualquer dos dispositivos.
Eu tenho usado algo parecido que não somente sincroniza as diferentes instalações do mesmo navegador em minhas diferentes máquinas como também sincroniza alguns dados, notadamente os “favoritos”, em todos os navegadores. Mas trata-se de um complemento (aliás, muito bom, o XMarks). Porém, incorporar a função ao próprio navegador é indiscutivelmente um avanço (embora não mantenha os favoritos sincronizados com os outros navegadores, como o XMarks).

Desempenho e padrões
Por último, mas não menos importante, há que ver como evoluiu o Firefox no que diz respeito à melhoria de desempenho e conformidade com os novos padrões.
Quanto ao desempenho, indiscutivelmente melhorou. Segundo a Mozilla, a nova versão está “mais de seis vezes mais rápida” que a anterior. E isto graças, essencialmente, aos mesmos recursos utilizados pelo IE9 e já discutidos aqui: gerenciamento mais eficiente de objetos JavaScript (seu novo motor de JavaScript foi batizado de “JagerMonkey”, um nome tão estranho quanto o “Chakra” do IE), suporte a ECMAScript5 e, como seria de esperar, aceleração de hardware.
De fato, acelerou. E muito.
Repetindo com o Firefox 4 os mesmos testes disponíveis na página “Internet Explorer Test Drive” citada na < http://blogs.forumpcs.com.br/bpiropo/2011/03/21/internet-explorer-9-lancada-a-versao-final/ > coluna anterior, percebe-se uma melhora significativa em relação à versão 3.x. O problema é que esta melhoria ainda não foi suficiente para alcançar o avanço do IE9.
Isto fica claro comparando os resultados obtidos com alguns dos testes de rapidez (“Speed Demos”) da página < http://ie.microsoft.com/testdrive/Default.html > “Internet Explorer Test Drive”. E não cabe dizer que a página não é confiável porque foi desenvolvida pela MS para demonstrar as excelências de seu navegador pois se fosse assim o desempenho pífio da versão 3.x do Firefox teria se repetido na versão 4. E isto claramente não ocorre.
Verifique por si mesmo. Se é que ainda não o fez, instale a versão 4 do Firefox e a versão 9 do IE, abra os dois navegadores em duas janelas colaterais, visite a página de testes, clique em “Speed Demos” (e não deixe de reparar no último atalho, “More Speed Demos”, que leva a dezenas de outros testes de rapidez), escolha alguns testes e execute-os em ambos os navegadores.
Há casos em que isto não é possível. Por exemplo: o teste “Window Performance”, que mede o tempo que as páginas levam para serem carregadas, não pode ser executado no Firefox porque nele ainda não foi implementada a interface “Navigation timing” desenvolvida pelo W3C. E há casos em que o desempenho do Fireworks supera o do IE9, como o do teste “Shakespeare Tag Cloud”, em que uma “nuvem” de palavras é criada a partir de um texto de Shakespeare no qual o Firefox é cerca de três vezes mais rápido que o IE9 (na minha máquina, a nuvem de palavras baseada no texto extraído da comédia “Cymbeline” foi criada em 78 ms pelo IE e em apenas 24 ms pelo Firefox) ou do teste “HTML5 Sudoku”, onde o IE9 resolveu os quebra-cabeças em 10,551 s enquanto o Firefox o fez em inacreditáveis 1,543 s.
Mas estes foram a exceção, não a regra. Procurando apenas os testes que não dependiam da atuação do usuário e apresentavam resultados numéricos, que podiam ser aferidos, cheguei aos seguintes resultados (obtidos nesta máquina que vos escreve; na sua os valores podem ser diferentes):

  • no teste “Psychedelic Browsing” registrou-se um virtual empate: o IE9 rodou em 1.810 RPM contra 1.774 RPM do Firefox 4 (no modo “alucinogênico”: 610 para o IE, 599 para o Firefox);
  • o teste “Preschool”, que apela para os recursos de áudio e vídeo da HTML5, foi executado pelo Firefox em 10,795 s enquanto o IE9 o executou em 3,985 s;
  • no teste “Mr. Potato Gun” tanto o IE quanto o Firefox rodaram em 60 quadros por segundo, mas o Firefox obteve apenas 14.704 pontos em 18,6 s enquanto o IE marcou 45.486 em 19,2 s;
  • o teste “Maze solver”, que avalia a capacidade de manejar estruturas “desenhadas” exclusivamente com os recursos das CSS, em um labirinto de 30x30 quadros o IE9 encontrou a solução em 18 s enquanto o Firefox levou 153 s;
  • no teste Galactic (aliás, belíssimo; se você tem uma boa placa de vídeo e uma tela de alta resolução, recomendo pela beleza das imagens) os planetas atingiram uma “velocidade” de 301,45 km/s no IE9 e apenas 189,39 km/s no Firefox;
  • o teste “Pulsating Bubbles” não apresenta resultados numéricos. Mas rodando ambos lado a lado com o mesmo número de “bolhas” e no mesmo nível de ampliação (“zoom”), percebe-se claramente que as elipses se movimentam mais rapidamente na janela do IE9;
  • e, finalmente, meu preferido: o “FishIE Tank”. Como mostrado na Figura, com um aquário povoado com mil peixes (o único valor que chegou a mostrar diferença), o IE9 consegue gerar 53 quadros por segundo enquanto o Firefox apenas chega a 44 quadros por segundo (e, curiosamente, como se percebe na figura, para mostrar o que teoricamente seria a mesma resolução, de 790x765 pixels, o Firefox exibe uma imagem bastante mais reduzida, fato para o qual não encontrei explicação).
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Em resumo: comparando os resultados dos testes que independem da interferência do usuário, o IE9 mostrou-se significativamente mais rápido que o Firefox 4.
Por outro lado, mesmo com um desempenho ainda inferior ao do IE9, a versão 4 do Firefox representa um avanço extraordinário em relação à 3.x.
Já no quesito “aderência aos novos padrões”, e ainda apesar da enorme evolução experimentada entre as versões 8 e 9 do IE, este continua sendo vergonhosamente batido pela concorrência, seja pelo Chrome, o indiscutível campeão, seja, agora, pelo Firefox 4.
Isto pode ser claramente observado com uma simples visita ao sítio < http://html5test.com/ > “The HTML5 test”, que nada faz exceto aferir a conformidade do programa navegador que está efetuando a visita com o padrão HTML5. O sítio faz isto simplesmente interrogando o programa sobre o suporte a cada um de 400 recursos do novo padrão e atribuindo um ponto a cada recurso suportado.
O campeão indiscutível ainda é o Chrome, com seus ainda imbatíveis 288 pontos de um máximo possível de 400, seguido de perto pelo Firefox 4 com seus notáveis 255 pontos. E longe, na rabada, vem o pobre IE9, com seus míseros 130 pontos.
Uma derrota vergonhosa.
É verdade que, para o bem do IE9, o sítio lista cada um dos recursos suportados e não suportados agrupados por categorias. O que permite ao observador atento perceber que, nas categorias mais visíveis e de uso mais geral, como Canvas, Vídeo, Áudio e Novos Elementos, o IE9 não faz feio e ou empata ou até mesmo supera a concorrência. Mas nas categorias Formulários, Armazenamento, “web workers” (uma interface que permite que rotinas, ou “threads”, rodem como um processo em segundo plano no programa navegador) e “web applications”, o IE9 faz vergonha. E bota vergonha nisso.
É certo que as categorias em que o IE9 apanha feio são justamente aquelas utilizadas no desenvolvimento de sítios interativos, cuja interatividade, presumo, a MS espera suprir com sua tecnologia Silverlight. Portanto, a falta de aderência aos padrões na maioria das situações sequer será percebida pelo usuário.
Mas nada justifica dar as costas aos padrões. Muito pelo contrário. A bem da verdade o IE não os abandonou, como é fácil perceber comparando suas versões 8 e 9. Mas, como se vê nos parágrafos acima, ainda não foi o bastante. Seguramente é preciso fazer mais.
O fato inconteste, no entanto, é que dados os trâmites por findos percebe-se que há três programas navegadores disputando renhidamente o mercado das máquinas da linha PC: Chrome, Firefox e IE.
O Chrome, cujo número de usuários não cessa de crescer desde o lançamento, é um excelente navegador. E agora os outros dois contendores lançaram suas novas versões carregadas de recursos.
Resultado: pela primeira vez há na praça três programas navegadores disputando o mercado e, preferências pessoais à parte, todos os três, sem favor nenhum, podem ser considerados primorosos.
Comemoremos.
Pois quem ganha com isto, não importa qual seja o navegador que mora no coração de cada um de nós, é o mercado.
E ganhar para variar, não deixa de ser uma coisa boa e nova. Pois, sempre é bom lembrar: o mercado somos nós. Que, no que toca ao embate com as empresas de tecnologia, estamos mais acostumados a apanhar que a ganhar...
Aproveitemos, pois...
B. Piropo

B. Piropo