Windows Vista foi lançado oficialmente em 30 de janeiro de 2007. Sem discutir as qualidades do produto (eu mesmo até que gostei dele e o usei desde o estágio beta até o lançamento de seu sucessor, mas isso não parece coincidir com a opinião da maioria dos usuários), é certo que não foi um sucesso de vendas.
Segundo a < http://www.w3schools.com/browsers/browsers_os.asp > seção de estatísticas sobre plataformas mantida pelo W3Schools (que tenho usado há alguns anos e continuarei a usar para manter a mesma fonte de referência) Windows Vista levou quase dois anos para atingir o auge de sua aceitação (18,6% dos usuários em outubro de 2009) e desde então vem caindo rapidamente. Já Windows 7, seu sucessor, foi lançado oficialmente em outubro de 2009 – não por acaso justamente o mês em que a aceitação do Vista começou a declinar – e, ainda segundo a mesma fonte, em sete meses superou o máximo de aceitação do antecessor: em maio de 2010 (o último mês disponível das estatísticas do W3Schools na data em que esta coluna está sendo escrita) já havia sido adotado por 18,9% dos usuários.
Neste mesmo período a porcentagem dos usuários que acessam o sítio da W3Schools (cujo total, contabilizado em março de 2010, chegou perto dos quinze milhões que perfizeram mais de cem milhões de visitas a páginas) e usam Vista caiu de 18,6% para 12,4%, a dos que usam Windows XP de 63,3% para 55,2%, a soma das porcentagens dos usuários de Windows 2003 e 2000 caiu de 2,2% para 1,7% enquanto a dos de Mac OS manteve-se relativamente estável, evoluindo de 6,8% para 6,7% e a dos usuários Linux cresceu de 4,1% para 4,5%.
Ainda sem discutir a qualidade dos produtos, uma análise superficial destes números indica que quem vem migrando para Windows 7 nos primeiros setes meses após seu lançamento são os usuários das demais versões do próprio Windows, particularmente os de Vista, que abandonam um sistema que não lhes agradou, e os do Windows XP que, sentindo a necessidade de acompanhar a evolução tecnológica dos sistemas operacionais adotando uma versão mais recente (Windows XP foi lançado em agosto de 2001, há quase exatos nove anos, uma eternidade em se tratando de sistemas operacionais para a linha PC), parecem ter encontrado um sistema operacional que lhes inspira mais confiança que o Vista.
Pois bem: embora o Vista tenha sido lançado em 2007, desde meados de 2003 já se falava nele, então conhecido pelo codinome “Longhorn”. Quase quatro anos de “badalação” que, como mostram os números, em nada influíram na decisão dos usuários de adotar o sistema. Já sobre Windows 7 pouco se falou antes do lançamento. Pelo contrário, a primeira demonstração pública do produto foi feita em um evento ocorrido um ano antes do lançamento e a liberação da versão beta foi feita quase em surdina (foi somente depois que ela “vazou” para a Internet que a MS permitiu o acesso dos usuários em geral). Mas não creio que ninguém duvide que seu desenvolvimento consumiu tanto tempo ou mais que o consumido pelo desenvolvimento do Vista. A única mudança evidente é que a MS passou a adotar uma nova estratégia: só falar sobre novos produtos (pois com o Office 2010 não foi diferente) quando eles estiverem em um grau de desenvolvimento relativamente avançado.
Portanto não deve ser surpresa para ninguém que a MS já esteja trabalhando (intensamente...) no desenvolvimento do sucessor do Windows 7, que provavelmente será batizado de Windows 8 mas que poderá ganhar qualquer outro nome dependendo da vontade dos pseudomagos da área de marquetíngue da MS (mas que, por amor a simplicidade, continuaremos nos referindo a ele como Windows 8 pelo menos até que seu nome oficial seja divulgado dentro de alguns anos). E também não haverá de ser surpresa para ninguém que, ao ser indagado sobre o assunto, os executivos da empesa se neguem polidamente a falar a respeito.
Por exemplo: segundo Ina Fried, ainda em novembro do ano passado em sua coluna < http://news.cnet.com/8301-13860_3-10402522-56.html?tag=mncol;txt > “Beyond B1nary” da CNet News, ao ser questionado sobre o sucessor de Windows 7 em uma entrevista durante o MS Professional Developers Conference, Steven Sinofsky, Presidente da divisão Windows e Windows Live da MS, declarou que achava natural que as pessoas quisessem informações sobre o que vem pela frente mas que ainda era cedo para tocar no assunto. Disse ele que falar sobre Windows 8 naquela ocasião seria uma atitude equivalente a do comensal que entra na cozinha de um restaurante, encontra uma batata na panela, resolve prova-la antes que esteja cozida e, a partir desta experiência, emite sua opinião sobre o prato. Lembrou que desde o estágio em que era conhecido como “Longhorn” até a data efetiva do lançamento, o Vista sofreu importantes e significativas alterações e que com o Windows 8 não haveria de ser diferente. Portanto, mostrá-lo no estágio de desenvolvimento em que estava naquela ocasião resultaria em discutir “opiniões baseadas apenas em capturas de telas”, o que ele não pretendia (segundo Fried, Sinofsky afirmou textualmente “We don't want feedback on a screenshot”). Mas acrescentou que a atitude da MS sobre novas versões de Windows se baseia essencialmente em uma palavra: responsabilidade, afirmando textualmente: “There's not another project in software to work on that a billion people use and we take that really, really seriously in the hallways of our dev team” (“Não há, para se trabalhar, qualquer outro projeto de um software que seja usado por um bilhão de pessoas e isso é levado muito, muito a sério nos corredores onde trabalha nossa equipe de desenvolvimento”).
Portanto não resta dúvida que o sucessor do Windows 7 está sendo desenvolvido pela MS. Mas para quando deveremos esperar seu lançamento? Bem, há um ano, em uma apresentação sobre o Windows Server (provavelmente na Itália, posto que o slide menciona “Ciclo di svillupo”, ou “Ciclo de desenvolvimento” em italiano), a MS apresentou o slide mostrado na Figura 1 e capturado no sítio < http://www.ditii.com/ > diTii.com ilustrando o artigo < http://www.ditii.com/2009/08/07/windows-8-server-due-2012-2013/ > “Windows 8 Server due 2012 /2013!”. Repare, destacado com a seta em vermelho (destaque nosso) a provável data de lançamento de um “Major Release” do produto: “~2012” (o sinal gráfico “til”, neste contexto, significa “aproximadamente” 2012). E repare, mais abaixo, o nome deste “lançamento importante”, também realçado por nós com uma oval vermelha: Windows 8 (o mesmo slide, agora em inglês, foi exibido em novembro de 2009 no sítio “Microsoft Kitchen” em < http://msftkitchen.com/2009/11/windows-8-more-roadmaps.html > artigo de Stephen Chapman).
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Figura 1: Slide da MS apresentado em 2009 |
Então, não somente podemos continuar chamando o sucessor do Windows 7 de Windows 8 como, ao que parece, também podemos esperar seu lançamento para 2013 ou, no máximo, 2013.
Até agora, as novidades não são propriamente excitantes. Sabemos – quer dizer, pensamos saber – que o sucessor de Windows 7 se chamará Windows 8 e será lançado em 2012. E daí? O que interessa mesmo é saber como será ele. Que novidades trará. Em que diferirá do antecessor. E sobre isso a MS não fala nem amarrada.
Será que alguém fala?
Bem, por mais surpreendente que pareça, no sítio < http://linuxtree.blogspot.com/ > LinuxTree, há um artigo de Gautham Raj intitulado < http://linuxtree.blogspot.com/2010/02/5-new-things-about-windows-8-and-ubuntu.html > “5 New Things about Windows 8 and Ubuntu 10.04” com algumas informações. Diz ele que a data de lançamento de Windows 8 ocorrerá um ano antes do previsto no slide da Figura 1 (que ele cita). Mais especificamente prediz que a MS anunciará o lançamento para 2012 mas o antecipará para 2011. Afirma ainda que uma das novidades do novo sistema será uma dupla de funções “Hibernar/Acordar” totalmente nova, baseada em um novo mecanismo de compressão de arquivos denominado TLZ que fará com que ambas as funções sejam executadas muito mais rapidamente. Acrescenta que haverá um novo conjunto de recursos de segurança, autenticação e criptografia que, entre outras coisas, impedirá que arquivos do sistema sejam alterados por programas indesejados. E, finalmente, afirma que Windows 8 aprimorará o suporte para uso de monitores múltiplos (o que eu, pessoalmente, acho excelente) otimizando a interface com o usuário para este fim (a quinta novidade mencionada no título do artigo é que o responsável por tudo isto é Steven Sinofsky, o que já sabemos). A Figura 2, obtida no artigo de Raj, mostra uma tela do que viria a ser Windows 8.
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Figura 2: Windows 8 segundo Gautham Raj |
Mas tudo isto são conclusões de Raj baseadas em boatos e conversas dele com o pessoal da MS, nada que tenha o timbre da empresa.
Na situação atual, com a disposição da MS em não se pronunciar sobre o novo sistema, parece que isto é tudo o que podemos esperar. A não ser, é claro, que alguém tenha obtido informações “vazadas” da própria MS ou de um de seus parceiros e que as tenha tornado públicas.
Seria isto possível?
B.
Piropo