< Coluna em Fórum PCs >
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19/10/2009
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< Frescuras de Windows Sete II: F5 a F7 > |
Segundo umas continhas bestas que fiz recentemente e publiquei em algum lugar, baseadas nas estatísticas do W3Schools, Windows 7 já vem rodando em mais de trinta milhões de máquinas em todo o mundo (quem discordar destas contas favor reclamar com o Paulo Couto, que é o editor do Fórum, com o bispo, intermediário entre o céu e os mortais, diretamente com Deus, se dispuser de um canal de comunicação confiável ou com quem melhor lhe aprouver; mas não comigo, por piedade, que já esgotei a paciência para discutir coisas que nada têm a ver com o tópico; e quem fizer mesmo questão de corrigir o número, tem desde já minha autorização para remover as palavras “milhões de” da frase lá de cima, pois para desenvolver o raciocínio que se segue, que é o que interessa, tanto faz trinta ou trinta milhões de máquinas). Mas somente foi lançado oficialmente há alguns dias. E veio cheio de novidades. Justamente para não chamá-las de “novidades” e não despertar a ira dos devotos de outros sistemas, que não toleram qualquer tipo de elogio a produtos da MS, chamei-as de “frescuras” e decidi expô-las em uma pequena série de colunas. O objetivo é simples: como o sistema deve começar a atrair novos usuários em um ritmo talvez um pouco mais acelerado que os sistemas operacionais usados pelas seitas rivais, e como alguns desses novos usuários podem ser meus leitores, tomar conhecimento das novas funcionalidades (digo, frescuras) de Windows 7 pode lhes ser útil na labuta diária com o sistema. Afinal, divulgar coisas é uma das funções de quem se mete a escrever sobre informática e desfruta do privilégio de tomar conhecimento delas antes do grande público (eu já estou rodando o Win7 há tanto tempo que quando uso máquinas com outra versão de Windows, seja qual for, estranho). É simples assim. O resultado foi, no mínimo, curioso. Pois, a julgar pelos comentários postados na coluna anterior, com as exceções de praxe os leitores se dividiram em dois grandes grupos: os que não gostam da maneira pela qual eu escrevo e os que se dedicaram com afinco a provar que em Windows 7 não há nada de novo, posto que tudo foi copiado dos sistemas tais ou quais que, por via de consequência, são muito melhores que Windows 7 já que por princípio o original é melhor que a cópia. Pois bem: aos primeiros, peço desculpas por escrever tão mal e usar tão poucas palavras em inglês. E, curvando-me a seu (deles) desejo de saborear palavras no idioma dos nossos colonizadores culturais, lhes ofereço agora uma frase inteirinha em inglês especialmente para seu (deles) deleite: “The quick brown fox jumps over the lazy dog”. Ressalto que se trata de uma frase qualquer, mas de algo realmente especial, escolhido com o devido carinho. Se repararem bem, a frase, apesar de curtinha, com menos de dez palavras e apenas 35 caracteres, contém todas as letras do alfabeto com um mínimo de repetições. Trata-se de um pequeno mimo de minha parte para os anglófilos, acompanhado de um pedido muito especial a eles dirigido: se a forma pela qual eu escrevo incomoda tanto assim suas almas sensíveis, façam um favor a si mesmos e abstenham-se de ler estas mui mal traçadas, poupando assim sua sensibilidade e minha paciência. Com uma recomendação especial (que agradeço ao leitor diego_paredes por haver chamado minha atenção para ela): visitem a página < http://www.americanteacherclub.com.br/sua_professor_1.html > “Sua Professor”, que divulga o currículo de um americano disposto a ensinar inglês no Brasil. Tenho certeza que irão apreciar muito o estilo do português do cavalheiro em questão (a quem, que fique bem claro, não faço qualquer crítica por ser descabida: ele é americano e não tem qualquer obrigação de escrever corretamente em português). Sugiro a visita apenas porque, ao que parece, o dele é uma boa amostra do estilo que alguns leitores gostariam que eu adotasse. Quanto ao segundo grupo, aqueles que insistem em afirmar que Windows 7 não passa de uma reles cópia dos sistemas tais e quais (sem explicar, no entanto, por que cargas d´água a cópia, mesmo antes de ser lançada, já tem quase tantos usuários quanto os originais, que estão rolando por aí há anos e não conseguem chegar perto dos dez porcento do mercado embora sejam gratuitos), quero declarar que eles contam com todo o meu apoio. Efetivamente, quase tudo que há em Windows 7 é uma cópia deslavada, seja de versões anteriores do próprio Windows, seja (horror dos horrores!!!) de outros sistemas. Para estes leitores, além de meu apoio e irrestrita solidariedade, ofereço também uma sugestão: não cedam! Não compactuem com esses calhordas copistas, esses falsários descarados, estes plagiadores de funcionalidades! Por uma questão de princípios, recusem-se peremptoriamente a usar um sistema que, como Windows 7, copia características e funcionalidades de outros sistemas. E tem mais: por se tratar de uma questão de princípios, e como com princípios não se tergiversa (eu espero, consulte o dicionário com a devida calma que o assunto é de responsa), recusem-se a usar todo e qualquer sistema operacional que tenha copiado alguma coisa de outro sistema operacional. Com princípios não se brinca e, nessas horas, há que ser radical! É claro que isto irá lhes impedir de usar computadores, pois sistemas operacionais que não copiam funcionalidades de outros sistemas não existem. Cheguei a pensar em recomendar que passassem a usar um PC com o PC DOS 1.0, mas me lembrei que também ele foi copiado do MS DOS que, por sua vez, também não era um produto original, já que foi copiado do QDOS que Bill Gates – sempre ele – comprou por 50 mil dólares da Seattle Computers e empregou Tim Patterson, seu autor, para modificá-lo e, com isso, ficar milionário (Gates, não Patterson). Mas isto é outra história. Mas, afinal, o que representa privar-se do uso de computadores diante da defesa de um princípio? Avante! Eia! Sus! Não titubeeis, jamais fraquejeis, nunca vacileis, sejais firmes que a vitória vos será assegurada. Um dia um sistema operacional totalmente novo, virgem, sem copiar nada de nenhum outro – e completamente inútil, naturalmente – surgirá graças a vosso esforço e sacrifício e vós colhereis os merecidos louros (ou louras, para quem as preferir). Coragem, que o triunfo será vosso! Agora chega de lero-lero (pois é, sou das antigas) e vamos ao que interessa. Eu e os quatro ou cinco leitores que sobraram depois de tantas diatribes, porém com a convicção que somos poucos, mas bons. F5: A nova Barra de Tarefas Como mencionado no final da coluna anterior, em Windows 7 a Barra de Tarefas é diferente das usadas em todas as versões anteriores de Windows. É bem mais alta, não mais contém a Barra de Acesso Rápido e os ícones são maiores.
Repare, na parte superior da Figura 1, o aspecto da Barra de Tarefas logo após a carga do sistema neste micro que vos fala. Além do botão Iniciar, mais discreto, ocupando a extremidade esquerda da barra, aparecem apenas quatro outros ícones: o do Internet Explorer, o novo ícone do Windows Explorer, o do Windows Media Player e o do Windows Live Messenger (este cercado por uma moldura e logo veremos porque). Estes quatro ícones, instalados por padrão pelo sistema, ocupam justamente a região antes destinada à barra “Iniciar rapidamente”, que foi eliminada por desnecessária. Antes que se alevantem vozes revoltadas, vou tentar explicar porque – por mais que eu estivesse acostumado a ela, como de fato estava – convenci-me que a barra Iniciar Rapidamente é desnecessária. Senão, vejamos. A função daquela barra era manter ao alcance de um clique, em um ponto sempre visível da Área de Trabalho (ou seja, em um trecho da Barra de Tarefas), os ícones dos programas que usamos com maior frequência. Quando se clicava sobre um deles, carregava-se o programa correspondente, o que fazia com que se abrisse na Barra de Tarefas o botão indicando que o programa estava carregado e em ação. Ora, o espaço na Barra de Tarefas é escasso e precioso. Manter nela (ou em um trecho dela, a barra Iniciar Rapidamente) um botão para carregar um programa e, uma vez carregado, abrir um segundo botão para indicar a carga, não parece uma estratégia de uso muito esperta. Por que não usar um único botão, mudando apenas sua aparência caso o programa esteja ou não carregado? Pois foi justamente isso que se fez em Windows 7. Repare, na parte de baixo da Figura 1, o aspecto da mesmíssima Barra de Tarefas após a carga de alguns programas. Note os novos ícones, o do Word, onde estão sendo digitadas estas mal traçadas, o do Dicionário Houaiss, que costumo manter sempre à mão para evitar deslizes, o de um programa auxiliar de meu teclado e o do Fireworks, um excelente programa gráfico da Adobe que uso para ilustrar meus artigos. Note que o ícone do Word está destacado com um fundo acinzentado, ligeiramente mais claro que o dos demais. Isso significa que ele detém o foco do sistema, ou seja, que está em primeiro plano e recebendo as entradas de teclado e mause (ou mouse, ou meuse, ou miuse ou muuse, conformem preferirem, desde que não me encham o taco com reclamações). É um sinal sutil, mas importante, sobretudo quando a Área de Trabalho (e, por via de consequência, a Barra de Tarefas) está congestionada. Agora reparem nos quatro ícones que lá estavam desde o começo. O do Media Player continua lá, sem qualquer mudança. O do Windows Live Messenger continua destacado com uma única moldura, também como estava antes. Mas os do Internet Explorer e Windows Explorer agora aparecem cercados com molduras múltiplas. Isto, é claro, tem um significado. O fato do Media Player não receber qualquer destaque significa que ele está ali, disponível, mas não há nenhuma instância dele rodando (ou seja: o ícone está cumprindo exatamente o mesmo papel que cumpria caso estivesse na Barra Iniciar Rapidamente). O do Windows Live Messenger (assim como o dos demais programas á sua direita acima mencionados) está circundado por uma única moldura para indicar que há uma, e apenas uma, instância dele sendo executada (ele já estava assinalado na parte superior da Figura 1, que mostra a barra logo após a inicialização do micro, porque foi ajustado para ser carregado automaticamente com o sistema, por isso há sempre uma instância dele rodando). Agora, reparem nos ícones do Internet Explorer e Windows Explorer. Eles estão circundados por uma moldura dupla. O que indica que há múltiplas instâncias de cada um deles rodando simultaneamente (para verificar, basta pousar o ponteiro do mause sobre cada um deles e ver se abrir as miniaturas descritas na frescura F4 descrita na coluna anterior). Resultado: por paradoxal que pareça, ao eliminar a Barra Iniciar Rapidamente, Windows 7 conseguiu reduzir a ocupação do precioso espaço da Barra de Tarefas e ainda assim aumentar significativamente a quantidade de informações sobre os programas mediante um simples exame da Barra de Tarefas (depois que você se acostumar a esta nova configuração verá não somente que ela é mais prática como também que oferece ainda outras informações úteis; por exemplo: quando um programa em segundo plano requer sua atenção, seu ícone pisca discretamente na Barra de Tarefas). Para fechar este tópico, duas observações. A primeira é que os quatro ícones instalados por padrão na Barra de Tarefas, evidentemente, podem ser de lá removidos assim como novos ícones podem ser lá postos, de forma similar ao que se fazia com a extinta barra Iniciar Rapidamente. Para incluir um novo ícone, que permanecerá próximo à extremidade esquerda da Barra de Tarefas mesmo que nenhuma instância do programa correspondente esteja sendo executada, basta clicar com o botão direito sobre qualquer ícone de qualquer programa (ou seu atalho) em qualquer janela (inclusive nos painéis do Windows Explorer) para abrir seu menu de contexto e clicar sobre a entrada “Fixar na Barra de Tarefas” (para remover, use a Jump List, a próxima frescura a ser examinada). A segunda observação é que, como mencionado na coluna anterior, os saudosistas que não conseguirem vivem sem a barra Iniciar Rapidamente podem ressuscitá-la. Basta clicar com o botão direito sobre um ponto vazio da Barra de Tarefas para abrir seu menu de contexto, acionar a entrada “Barras de Ferramentas”, clicar em “Nova Barra de Ferramentas” e, na caixa “Pasta” da janela que então se abre, entrar com: “%userprofile%\AppData\Roaming\Microsoft\Internet Explorer\Quick Launch” (assim mesmo, mas sem as aspas) e clicar no botão “Selecionar pasta”. A velha barra Iniciar Rapidamente aparece em todo seu resplendor (provavelmente fora de lugar, mas pode ser arrastada com o mause para o local de costume, junto ao botão Iniciar; e fica um pouco melhor quando se clica com o botão direito sobre ela e desmarca as entradas “Mostrar Texto”, “Mostrar título” e “Bloquear barra de tarefas”) mas eu duvido que alguém prefira mantê-la. Felizmente é fácil fazê-la voltar ao mundo dos mortos: clique com o botão direito sobre ela e escolha “Fechar barra de ferramentas”. Mas esta não é a única frescura nova da Barra de Tarefas. Há também a: F6: Listas de Atalhos As Listas de Atalhos (na versão em inglês, “Jump Lists”) são, na verdade, um tipo especial de menu de contexto aplicável apenas aos ícones da Barra de Tarefas. Em se tratando de menus de contexto, como seria de esperar seu conteúdo varia com o contexto, ou seja, cada ícone apresenta sua própria Lista de Atalhos. A Figura 2 mostra três Listas de Atalhos obtidas ao clicar com o botão direito do mause nos ícones do Media Player, Internet Explorer e Windows Live Messenger, respectivamente, da Barra de Tarefas.
Um exame das duas primeiras listas mostra que elas são, principalmente, um conjunto de atalhos para os arquivos mais recentes abertos com os respectivos programas (mas para sossego dos cavalheiros que não desejam que suas respectivas damas saibam por onde eles andaram vagueando e para as damas que não desejam que os respectivos cavalheiros idem, qualquer atalho pode ser removido após um simples clique com o botão direito sobre ele) para permitir que se reabra qualquer deles caso necessário. Mas não é só isso. Reparem na parte inferior das janelas das três listas. Todas elas contêm um atalho para o programa propriamente dito (que parece supérfluo mas, ao contrário, é extremamente útil, já que é a forma mais direta de abrir uma nova instância do programa quando existem outras abertas), um comando para fixar (ou desafixar, dependendo dele ter ou não sido previamente fixado) o programa da Barra de Tarefas e, quando é o caso, um atalho para fechar todas as janelas abertas do programa. Tudo isso pode ser útil mas nada tem de revolucionário. Mas as Listas de Atalhos oferecem uma nova possibilidade que, esta sim, dependendo da criatividade dos programadores, pode vir a ser revolucionária. Reparem no trecho central das janelas das Listas de Atalhos. Veja que elas contêm atalhos para funcionalidades específicas de cada programa (como iniciar navegação privada no WE, continuar lista anterior de arquivos no MP e enviar mensagens instantâneas e diversas outras funções do WLM. Isto quer dizer que, além da lista de arquivos recentes na parte superior e das funções comuns na parte inferior, o conteúdo das Listas de Atalhos é programável. Ou seja: as ferramentas de desenvolvimento de programas para Windows 7 permitem que os programadores acrescentem às Listas de Atalhos as funcionalidades que melhor lhes aprouverem para facilitar a vida dos usuários de seus programas. Pode ser que um treco destes não venha a dar em nada, como muitas das funcionalidades introduzidas nas versões anteriores de Windows que não caíram nas graças dos usuários ou programadores (lembra das buscas de Vista?). Mas, se a coisa der certo, pode ser uma ajuda e tanto... F7: A “balançadinha” e outras frioleiras Já há muitos anos me acostumei a usar dois monitores e estender a área de trabalho para ambos. A queda dos preços dos novos monitores LCD e a imensa facilidade que a ampliação da área de trabalho propicia fez com que, depois do aumento da capacidade de memória RAM, agregar um novo monitor talvez seja a providência que oferece melhor relação custo/benefício (quem quiser saber como conectar mais de um monitor, consulte a série de colunas “Dois monitores”). Por isso, em minha máquina quase sempre há um programa rodando em tela cheia em um dos monitores. Mas, em qualquer situação, há ocasiões em que preciso passar rapidamente um determinado programa da tela cheia para a janela e vice-versa. O que, em qualquer versão de Windows, pode ser feito com um duplo clique sobre a barra título, como acho que todos sabem. Portanto, incluir ainda outra forma de fazer isso parece, definitivamente, frescura em seu mais alto teor de pureza (já veremos porque não é bem assim, pelo menos em alguns casos). Pois Windows 7 oferece. A coisa funciona assim: abre-se um programa qualquer em uma janela e começa-se a trabalhar com ele. Quer que ele ocupe toda a tela? Pois arraste sua barra título com o mause até que ela venha a encostar no alto da tela. O programa imediatamente se expande para tela cheia. Quer sua janela de volta? Pois arraste a barra título para longe da moldura superior da tela. Para que serve? Bem, depois que você se acostumar com isso se surpreenderá usando nas ocasiões mais diversas. Eu, por exemplo, costumo usar muito quando estou trabalhando com o Windows Explorer para examinar o conteúdo de uma pasta e, por alguns momentos, quero dar uma olhada na árvore hierárquica. Você, certamente, descobrirá as suas utilidades de acordo com seus hábitos de trabalho. A segunda frescura deste tipo é ainda mais estranha: se em vez de arrastar a barra título de modo que ela encoste na moldura do alto da tela você a arrastar de forma que a janela venha a encostar inteiramente em uma das molduras laterais, ela imediatamente mudará de aspecto e ocupará exatamente metade da área de trabalho, que ficará dividida ao meio verticalmente. E se porventura você arrastar outra janela para a moldura lateral oposta, ela ocupará imediatamente a outra metade da tela e você ficará com duas janelas lado a lado, cada uma em sua metade, como na Figura 3.
Parece frescura das mais puras, pois não? Mas pense um pouco. Volte a examinar a Figura 3 e veja o que ela mostra. Na esquerda, uma janela do WE com o conteúdo de uma pasta de meu disco rígido, justamente aquela em que eu armazeno as apresentações de minhas aulas sobre Arquitetura de Computadores. E na janela da direita o conteúdo de outra pasta, esta armazenada em um disco removível de estado sólido (“pen-drive”), que costumo levar para a sala de aula. Naturalmente é importante que os conteúdos destas duas pastas sejam coerentes. Reparou como fica mais fácil compará-los quando exibidos assim, em duas janelas lado a lado ocupando a tela inteira? Pois a terceira frescura desta leva é quase inacreditável. Trata-se da “balançadinha”. Para lhes ser franco, eu mesmo nem sabia que ela existia. Quem me chamou a atenção para ela foi justamente o leitor simbiake em um dos primeiros comentários à coluna anterior. Dizia ele: “o shake minimiza todas as janelas atrás da janela que você deseja ficar somente à mostra. Para isto basta clicar na barra da janela ativa e balançar a mesma para ambos os lados”. Cuméquié? Confesso que quando li isso pensei que o rapaz estivesse brincando. Pois pelo que eu entendi, bastaria clicar sobre a barra título de qualquer janela e balançá-la um pouco para que todas as demais fossem minimizadas. Seria verdade? Esse treco funcionaria mesmo? E, sobretudo: se funcionasse, para que diabos serviria? Experimentei. Pois não é que funciona? Experimente você também (a função chama-se “Aero shake” e só funciona com o Windows 7, não com o Vista). Com diversas janelas abertas, mova o cursor do mause para a barra título de qualquer uma delas (mesmo que esteja maximizada), clique com o botão esquerdo, mantenha o botão premido e balance a janela rapidamente de um lado para o outro. Milagrosamente todas as demais janelas desaparecerão (na verdade serão minimizadas pois os programas continuam rodando e seus ícones permanecem na Barra de Tarefas). Quer fazer as demais janelas reaparecerem? Pois balance de novo. É simples assim e consta da Ajuda do Windows 7 (há um atalho de teclado que faz a mesma coisa: “Tecla Windows + Home”; funciona como um comutador de estado, da primeira vez minimiza todas as janelas exceto a ativa, da segunda fez restaura todas as janelas que a ação anterior minimizou). Mas por que diabos fazer isso com a “balançadinha”? Pareceu-me um negócio inteiramente sem sentido. Será que a turma do marquetingue da MS pirou? Que negócio mais bizarro para incluir em uma interface de um sistema operacional sério! Parece coisa de doido, sô... Quer dizer, pareceu só até eu ler, logo adiante do comentário do simbiake, um novo comentário, desta vez do dedraks. Diz ele: “O Aero Shake é muito útil pra em máquinas com touchscreen. Eu uso muito no meu tablet PC”. Bingo! Se algum de vocês leu a coluna que escrevi sobre a Computex 2009( “De volta da Computex 2009”), uma senhora feira de informática que rolou junho último em Taipei, na China Insular, talvez lembre que, dentre as poucas novidades mostradas em uma feira nos tempos de crise, uma das poucas dignas de menção foi a maciça presença dos AIO (“All In One”), computadores desenvolvidos tendo em mente principalmente o entretenimento que, em muitos casos (e muitas casas) substituirão os clássicos computadores de mesa. E certamente recordarão que uma das mais marcantes características destes micrinhos é o fato de se parecerem mais com uma televisão que com um computador. Pois bem: nada faz uma televisão parecer mais com um computador que um teclado. Por isso a maioria dos AIO ou simplesmente não têm teclado ou têm um teclado sem fio que permanece a maior parte do tempo escondido, longe das vistas dos visitantes. Para operar as maquinetas são usados principalmente dois recursos: controle remoto e tela sensível ao toque. Pois é isso. Imagine que você acabou de consultar meia dúzia de programas em seu AIO para escolher o filme que pretende assistir e agora quer passar diretamente para ele sem perder tempo fechando ou minimizando todas as demais janelas. Seu AIO usa Windows 7? Ótimo, porque dentre as frescuras de Windows 7 está o suporte nativo a telas sensíveis ao toque. Estique o dedo, toque na barra título da janela onde seu filme começou a ser exibido e dê uma balançadinha... Viu como até as coisas aparentemente sem sentido têm lá sua utilidade quando se sabe como usá-las? (Incidentalmente: em micros com telas sensíveis ao toque, usar os dedos para arrastar a janela para o topo ou para as laterais da tela para maximizá-la ou fazer ocupar meia tela certamente é muito mais prático). B. Piropo |