Sítio do Piropo

B. Piropo

< Coluna em Fórum PCs >
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08/06/2009

< Notas da Computex 2009 >


Durante a semana que estive em Taipei visitando a Computex 2009 enviei diversas notas sobre a feira, todas elas publicadas na seção “Notícias”.

Talvez você já as tenha lido todas. Talvez apenas algumas. Não obstante, movido principalmente pelo desejo de manter organizado o material que aqui publico, decidi reuni-las todas nesta coluna. Com isto, não apenas mantenho em ordem meus “escritos” como também dou àqueles que não leram as notas (ou somente leram algumas) a oportunidade de ter uma visão geral daquilo que eu encontrei ao percorrer os pavilhões da feira. Mas não se aflijam que a coluna seguinte, ainda sobre a Computex 2009, virá muito breve.

Até lá, vamos às notas.

Nota 1 - Brasil na Computex - I

O Brasil está representado no evento. Devido a questões relativas à política internacional, o Brasil não pode ter embaixada em Taiwan. Mas tem um escritório comercial, o Brasil Business Center que participou da Computex 2009 com um estande. Na foto, estou cercado pela denodada equipe do BBC. O cavalheiro simpático que aparece à minha esquerda (lado direito da foto) é o diplomata Sérgio Abi-Sad, Diretor do Brasil Business Center.

Nota 2 - Brasil na Computex - II

A Bematech é uma empresa genuinamente brasileira, com sede em Curitiba / Paraná e representações na América Latina, EUA e Europa. Projeta e fabrica computadores industriais de alto desempenho e elevada resistência, sistemas de automação comercial, monitores, leitores de código de barras, dispositivos de entrada para automação de restaurantes e lanchonetes, em suma, todo o necessário para organizar e controlar desde pequenas lanchonetes até grandes redes. Como por exemplo o McDonalds, nos EUA, que usa seus equipamentos.

Na foto, a equipe da Bematech e o diretor do escritório comercial brasileiro no estande da empresa na Computex 2009.

Nota 3 - Procurement Match

Mais que uma gigantesca exposição de tudo o que diz respeito à tecnologia de informática e telecomunicações, a Computex é sobretudo uma feira de negócios. E, se tem uma coisa que os chineses levam a sério, é fazer negócios.

O melhor exemplo disso é o “Procurement Match”, um jeito fácil de fazer, oficial e organizadamente, o que nas outras feiras é feito informal e desordenadamente. A idéia é de uma simplicidade franciscana: criar um ambiente onde compradores e vendedores em potencial possam se encontrar, trocar ideias e fechar negócios.

Os compradores vão a um centro de informações e se registram. Os representantes dos vendedores, previamente inscritos, aguardam o contato. E a organização da Computex verifica quais deles têm interesses em comum e põe uns em contato com os outros. Mais simples, impossível.

Veja a foto. O ambiente é despojado. Não há luxo nem frioleiras. Tudo é feito de forma rápida e direta. Em primeiro plano, sentados, os representantes dos vendedores. Aquela senhora em frente ao quadro branco põe ordem nas coisas, convocando os participantes para cada reunião. E, ao fundo, naquelas dezenas de mesas, realizam-se os contatos comerciais.

Uma forma eficaz de fazer aquilo que é necessário para cumprir o objetivo da feira. Não é à toa que a cada edição da Computex são fechados centenas de milhões de dólares em negócios. Mais que uma gigantesca exposição de tudo o que diz respeito à tecnologia de informática e telecomunicações, a Computex é sobretudo uma feira de negócios. E, se tem uma coisa que os chineses levam a sério, é fazer negócios.

O melhor exemplo disso é o “Procurement Match”, um jeito fácil de fazer, oficial e organizadamente, o que nas outras feiras é feito informal e desordenadamente. A idéia é de uma simplicidade franciscana: criar um ambiente onde compradores e vendedores em potencial possam se encontrar, trocar ideias e fechar negócios.

Os compradores vão a um centro de informações e se registram. Os representantes dos vendedores, previamente inscritos, aguardam o contato. E a organização da Computex verifica quais deles têm interesses em comum e põe uns em contato com os outros. Mais simples, impossível.

Veja a foto. O ambiente é despojado. Não há luxo nem frioleiras. Tudo é feito de forma rápida e direta. Em primeiro plano, sentados, os representantes dos vendedores. Aquela senhora em frente ao quadro branco põe ordem nas coisas, convocando os participantes para cada reunião. E, ao fundo, naquelas dezenas de mesas, realizam-se os contatos comerciais.

Uma forma eficaz de fazer aquilo que é necessário para cumprir o objetivo da feira. Não é à toa que a cada edição da Computex são fechados centenas de milhões de dólares em negócios.

Nota 4 - De tudo um pouco...

Em uma feira do tamanho de uma Computex 2009 encontra-se de tudo. Desde que tenha, ainda que remotamente, algo a ver com computadores e congêneres.

O que vocês estão vendo na foto são máquinas de copiar CDs e DVDs. Põe-se o original na máquina, empilha-se centenas de discos virgens nos eixos verticais que a cercam e liga-se a tralha toda. Cada máquina tem certo número de acionadores/gravadores de discos. A cada disco gravado, a porta do gravador se abre automaticamente, um braço mecânico retira o disco, empilha-o junto com os demais discos gravados, pega um disco virgem e o introduz no gravador. O movimento é incessante. Dependendo do número de gravadores, o braço mecânico não para.

Sei não, mas conheço uns cavalheiros que frequentam a calçada do Edifício Avenida Central no Rio de Janeiro (em sua cidade, deve haver um local semelhante) que adorariam pôr as mãos em uma maquineta dessas...

Nota 5 - Picoprojetores

Taipei / Taiwan – Um dos ganhadores do prêmio “Design & Innovation” da Computex 2009 foi o Pocket Cinema V10 Plus da AIPTEC. Um exemplo particularmente bem concebido de um novo tipo de dispositivo que recebeu o nome de “Pico Projector”.

Aqui está ele no estande da AIPTEC. Repare no tamanho, que justifica o nome (lembre que “pico” é um prefixo que denota uma subunidade mil vezes menor que “nano”).

Trata-se de um projetor tipo “data show”, porém de dimensões minúsculas. O modelo da foto recebe um sinal de TV, seja RGB, seja S-Vídeo, e o projeta em uma tela ou parede. Pode ser usado individualmente, como na primeira foto, ou acoplado a um pequeno amplificador de som com altofalantes, como abaixo.

Há modelos, tanto da AIPTEC como de outros fabricantes, concebidos para serem usados especificamente como “data show”, ou seja, que recebem o sinal diretamente do computador através de uma porta USB.

A foto acima mostra um destes produtos, também fabricado pela AIPTEC, em pleno funcionamento. Repare que uma das conexões está ligada diretamente a uma das portas USB do “notebook”.

Já esta foto mostra um modelo de outro fabricante em funcionamento, enquanto a seguinte exibe um conjunto de diferentes modelos em exposição. Para avaliar o tamanho, repare nas chaves que aparecem no canto inferior direito da foto.

Como se pode ver, todos eles cabem no bolso, com folga.

Agora, para fazer uma apresentação para uma audiência acomodada em uma sala não muito grande (a resolução e o foco perdem bastante quando as dimensões da imagem projetada crescem demasiadamente, o que depende da distância entre o projetor e a tela ou parede), basta um pequeno “netbook” e um picoprojetor.

Facilitou um bocado a vida dos bons vendedores...

Nota 6 - Windows 7 rodando em netbook

Para quem acha o Windows Seven muito “pesado” e acredita que o SO “exige muita máquina” e só roda bem em sistemas poderosos com microprocessadores de alto desempenho, aí está a foto do SO rodando em um “netbook” Asus Eee PC com processador Atom, da Intel.

Com a maquininha exposta em uma feira de informática, naturalmente não deu para fazer testes. Mas deu para “futucar” um pouco. E eu, que tenho usado o W7 em uma máquina equipada com um processador Core 2 de dois núcleos e 64 bits, não notei grandes diferenças.

Parece que desta vez a MS conseguiu desenvolver um substituto do XP que vai cair no gosto do mercado...

Nota 7 - SSD de 256GB da SanDisk

Há menos de um ano escrevi em uma série de colunas sobre os SSD (“Solid State Disks” ou “Discos de Estado Sólido”), cujo meio de armazenamento é constituído basicamente de memória não volátil tipo “flash”.

Na ocasião eu me referia a eles como os dispositivos de armazenamento do futuro.

Pois, pelo que tenho podido ver aqui nesta Computex 2009, ao que parece o futuro chegou.

Repare, na figura acima, nos discos SSD de 256GB da SanDisk, prestes a serem lançados no mercado. São discos aderentes ao padrão SATA.

Mas esta não será a única opção. A A-DATA também está lançando sua linha de discos SSD, alguns dos quais são mostrados na figura abaixo. Repare no conector do modelo da esquerda, na foto. É um disco, também SSD de 256 GB, mas aderente ao padrão PATA, o novo nome do bom e velho EIDE.

Nota 8 - Cool Coolers

Taipei / Taiwan - Fechei a coluna “A Computex 2009 começa com estilo” mencionando o prêmio de “design” D&I Award ganho pelo dissipador de calor de UCP modelo SpinQ, da Thermaltake e comentando que mesmo um dispositivo concebido para permanecer oculto no interior do gabinete merece um bom projeto e pode ser bonito. Mas parece que agregar beleza a dissipadores de calor é uma tendência, justificada sobretudo pela moda dos gabinetes semi abertos ou transparentes usados pelos adeptos de jogos.

Repare, na figura acima, se o dissipador de calor modelo KC-801F9P46 Aeolus da Loyalty Founder Enterprise Co não é o tipo da coisa que um americano chamaria de “cool”.

Já este é o Orc...

...e este é o Elf, ambos da linha Mythic da Amatech.

São apenas alguns exemplos do que parece ser uma nova tendência. Nos salões da Computex havia dezenas de outros, alguns mais agressivos, outros mais simples, mas todos compartilhando o mesmo amor pela beleza.

Produtos para gameiro nenhum botar defeito...

Nota 9 - Wet coolers

Em uma feira como a Computex, há de tudo. Desde itens essenciais para a sobrevivência do micreiro até artigos de primeiríssima linha, objetos de desejo que dão água na boca e vontade de se endividar. Passando pelos itens mais inesperados e de utilidade, se não duvidosa, pelo menos difícil de compreender.

Repare nestes produtos da San Ace. São simples ventoinhas, destas usadas para ventilar gabinetes de micros de mesa (“desktops”).

Preste atenção na figura. As ventoinhas estão presas a um suporte acionado pelo pequeno motor elétrico que se vê no alto e à direita da foto. O suporte se movimenta continuamente, o que faz com que as ventoinhas – que estão todas em funcionamento – subam pelo lado da frente, girem no alto da estrutura e desçam pelo lado de trás até... mergulhar na água contida no fundo do reservatório.

É isso mesmo: as ventoinhas são à prova d’água. Quer dizer: com uma delas, se seu micro de mesa cair na água ou for mais uma vítima das inundações que passaram a afligir nosso país, nem tudo está perdido: dá para salvar a ventoinha...

É o tipo do produto que não se pode deixar de não comprar... 

Nota 10 - Ventoinha esperta

Saí do Brasil com uma recomendação do Paulo Couto: não deixar de visitar o estande da Noctua, uma fabricante austríaca de ventoinhas e dissipadores de calor. Segundo ele, os produtos da empresa primam pela excelência e eu iria gostar da visita.

Confesso que estranhei. Primeiro, pelo inusitado de encontrar um fabricante deste tipo de dispositivo logo na Áustria. Depois, por estranhar a recomendação. Afinal, pensei eu, uma ventoinha é uma ventoinha, serve para fazer vento e temos conversado. Que segredo pode haver em uma ventoinha para justificar uma recomendação como esta?

Pois me enganei.

Tem muito mais ciência no projeto de uma boa ventoinha do que podia imaginar minha vã filosofia. Tanto assim que as da Noctua já ganharam mais de 800 prêmios.

Mas o que pode tornar uma ventoinha tão especial?

Vamos ver. Primeiro, repare nas duas ventoinhas da foto. Por que uma tem tantas pás e a outra tão poucas?

Bem, é que uma, a que tem menos pás, serve apenas para soprar, ou seja, para movimentar o ar para dentro ou para fora do gabinete. Já a outra serve para comprimir o ar, aumentando sua pressão. Ela é usada, como na figura abaixo, para fazer o ar circular entre as lâminas de um dissipador de calor, o que exige maior pressão para vencer a resistência oferecida pelas estreitas passagens entre as lâminas.

Até aí, tudo bem. Coisa simples de entender e de projetar. Mas volte novamente sua atenção para a primeira figura. Repare na borda externa das pás da ventoinha da esquerda e na borda frontal das pás da ventoinha da direita, a de maior número de pás. Notou que elas apresentam uma irregularidade, como se fossem dentadas?

Pois são. E aqueles “dentes” não estão ali à toa. Nem são feitos “de qualquer maneira”. Muito pelo contrário: seu projeto é executado com o auxílio de modelos e cuidadosamente verificado em túneis de vento. Segundo Jacob Dellinger, o engenheiro da Noctua que me recebeu no estande, os dentes “reduzem a formação de vórtices quebrando cada um deles em vórtices menores que dissipam a energia de forma mais eficiente”. Não entendeu? Bem, não importa. O que importa é saber para que serve isso, por que cargas d’água os engenheiros da Noctua, todos especialistas em mecânica dos fluidos, se dão ao trabalho de fazer tantos ensaios só para projetar aqueles dentinhos.

E a resposta é simples: barulho.

Ou melhor: a ausência dele. As ventoinhas da Noctua são tão silenciosas que mal se percebe que estão funcionando. O que, embora não pareça, faz uma bruta diferença para quem passa horas ouvindo o zumbido de uma ventoinha barulhenta.

Veja você, quem diria, tanta ciência em uma simples ventoinha...

Mas não é que vale a pena?

Nota 11 - Pen drives exóticos

Há poucos anos “pen drives” eram novidade. E uma novidade tão útil, tão necessária, que logo se tornou indispensável. E como tudo que é novo, útil e indispensável, vendia como bolinho quente e ninguém se preocupava muito com o formato. Era apenas um circuito integrado de memória não volátil tipo “flash” e nada mais natural que encapsulá-lo em um objeto de plástico com formato de paralelepípedo.

Mas aí a concorrência aumentou e começaram a aparecer “pen drives” de diferentes formatos. Desde modelos voltados para um nicho de mercado específico, como por exemplo as crianças (se eu escrevesse há quinze anos que um dia o mercado de informática incluiria um nicho infantil me chamariam de maluco...), seja para o mercado genérico, que está sempre em busca de algo “diferente”. E começaram a surgir tanto “pen drives” como “hubs” de todo o tipo e formato.

Tem de tudo. Os daí de cima são de fabricantes diversos.

Já estes são parte da “Zoo Series”, da Ridata...

... enquanto este grupo, para crianças (mas nunca se sabe...) é da Datotek...

...e este é da Wemart.

Finalmente mais dois exemplos interessantes de “pen drives”...


... e dois de “hubs”.


 

Este último também é um porta-clipes. É meio estranho, eu sei, mas afinal, cada um enfia seus clipes onde mais lhe apraz...

Nota 12 - Arte em pen drive

A criatividade dos fabricantes de “pen drives” e a liberdade de conceber formatos variados não os levou apenas a conceber produtos exóticos. Alguns são verdadeiras obras de arte.

Este tipo de dispositivo destina-se não apenas a  ser usado como meio de armazenamento mas, sobretudo, para ser exibido.

Os da figura acima, concebidos para serem usados como pingentes são, sem exagero, jóias verdadeiras. Criados pela Mayikang, cada um deles é feito a mão, revestidos com cristais Swarovski incrustados um a um.

Já estes são revestidos com madeira trabalhada. Criados pela Wemartec, enfeitam a mesa de trabalho enquanto não estão sendo usados.

Nota 13 - All In One

Há pouco mais de um par de décadas, na chamada “era do byte lascado”, afirmar que um computador um dia se converteria em um eletrodoméstico como qualquer outro soava como heresia. Pois um giro pelos corredores da Computex 2009 mostra que este dia chegou. E chegou com o computador transmutado em central de entretenimento. São os chamados “all in one PC”, ou AIO.

Na Computex 2009 eles estavam por toda parte. E, para provar que já se tornaram objetos corriqueiros, não eram encontrados apenas nos estandes dedicados especificamente ao tema, mas espalhados por toda a feira, usados para demonstrar outros produtos, como quaisquer computadores comuns.

Sua aparência é de uma televisão de porte médio. Tela plana do tipo largo (“wide screen”) quase sempre de alta definição (HD), se destacam pela beleza do “design”. Com poucos botões, são operados principalmente por controle remoto e não apenas reproduzem vídeo e áudio de CDs e DVDs como também capturam sinais de TV aberta ou a cabo.

Em geral são esbeltos. Percebe-se, pelo fator de forma, que quase todos derivam de computadores portáteis (“notebooks”) dos quais tomaram emprestado a placa-mãe, alimentação e a maioria dos componentes internos.

Como a função principal de um AIO acaba sendo (quase exclusivamente) ligada a áudio e vídeo, gravadores/reprodutores de CD/DVD (ou Blu Ray, nos modelos mais avançados) são essenciais. E em geral se encontram na lateral da unidade, como nos “notebooks”.

Como quase todos usam como principal dispositivo de entrada telas sensíveis ao toque (“touch screen”), teclados e mauses são opcionais. Alguns nem ao menos os oferecem. Os demais, quando oferecem, são quase sempre do tipo sem fio (“wireless”).

Os modelos, cores, formatos e tamanho são variados. Tem de tudo. O tamanho da tela varia bastante (há até alguns de tela gigante) mas sempre com uma coisa em comum: a alta definição.

É claro que há modelos e modelos, desde os mais sofisticados, concebidos desde a origem para enfeitarem sua sala de visitas até projetos quase improvisados.

Por exemplo: pode-se simplesmente pegar uma placa-mãe dessas comuns, para uso em micros de mesa (“desktops”)...

... montá-la na traseira de um monitor de tela plana ...

... conectá-la a um desses conjuntos comuns de teclado e mause sem fio...

... e apresentar tudo isso como um revolucionário centro de entretenimento AIO.

Afinal, tem gosto (e bolso) para tudo.

Nota 14 - Touch Screen

Desde os primeiros tempos da era PC, talvez o maior obstáculo à disseminação do computador tenha sido o teclado. Manejá-lo com maestria exige aprendizado e alguns anos de prática e nem todo usuário casual de computador está disposto a despender tanto esforço. Não é à toa que novos dispositivos de entrada têm sido testados, desde o mause, que acabou por se transformar no fiel companheiro do teclado, até comandos de voz, que já estão integrados aos sistemas operacionais modernos.

Atualmente, sobretudo com o início da disseminação dos “all in one” e “tablet” PCs, começam a se popularizar telas sensíveis ao toque. E estão sendo bem aceitas pelo mercado.

O problema é como transformar uma tela comum em dispositivo sensível ao toque.

Ao que parece a NextWindow tem a solução. E uma solução razoavelmente simples: sobrepor à tela uma placa sensível ao toque.

Pena que não seja um produto que possa ser instalado pelo usuário final. A adaptação tem que ser feita na fábrica. Mas qualquer fabricante de monitores LCD pode recorrer à tecnologia TruRange da NextWindow para transformar suas telas em dispositivos de precisão sensíveis ao toque.

O sistema consiste em uma placa de material transparente e vidro com transmissão luminosa superior a 92% que drena uma corrente de apenas 100mA (e que, portanto, pode ser alimentada pela mesma fonte de uma porta USB) e que pode ser operada com o toque dos dedos – mesmo de uma mão enluvada – ou com um estilete. Aparece para o sistema operacional como um mause (usa o mesmo driver) e funciona com qualquer hardware que aceite o sistema operacional Windows.

A NextWindow tem fornecido o sistema não apenas para computadores tipo “all in one” (toda a linha TouchSmart da HP usa o TruRange) como também para equipar monitores de grandes dimensões para sinalização eletrônica, quiosques, museus e feiras.

Uma solução inteligente, eficiente e barata.

Taí um bom produto no qual raramente reparamos, pois estamos sempre inclinados a pensar que a tecnologia faz parte do monitor, quando na verdade é uma solução independente.

Nota 15 - Taipei 101

Impossível vir a Taipei sem falar no Taipei 101.

É um prédio de 101 andares (a rigor, 106, pois inclui mais cinco andares abaixo do nível do solo).

 Mais alto que as Torres Petronas, da Malásia, desde sua inauguração em 2003 até julho de 2007, com a construção do Burj Dubai com seus 141 andares, foi o prédio mais alto do mundo.

Seu nome deriva não somente do número de andares como também do fato de ser este o Código de Endereço Postal (CEP) do bairro onde foi construído.

Seu mirante, no 89º andar, domina toda a cidade de Taipei. Em dias de sol com pouca poluição atmosférica (que, infelizmente, são raros em Taipei) a vista é deslumbrante. Mas mesmo em dias de nevoeiro vale a pena a visita para apreciar a arquitetura peculiar do edifício e sua ornamentação que harmoniza o moderno com a cultura tradicional e mais que milenar chinesa.

Tudo, no prédio, é simbolismo, fundindo o tradicional com o moderno. O número 101 representa a renovação a cada século (100 + 1). A torre principal é constituída de oito segmentos de oito andares cada, apoiados sobre uma base tronco-piramidal. Na cultura chinesa o número 8 é associado com abundância, prosperidade e boa sorte e representa ainda a renovação a cada semana (7 + 1). Na era digital não apenas o numeral 101 evoca o sistema binário como o número oito representa o número de bits em um byte.

O conjunto de segmentos lembra ainda a estrutura de um pagode tradicional e a segmentação de uma vara de bambu. A estrutura circular que se vê em cada face, na união entre a base e o primeiro dos oito segmentos, representa uma moeda para evocar riqueza e prosperidade.

Porém o mais interessante no prédio foi a forma pela qual os engenheiros estruturais o dotaram da propriedade de resistir a ventos e terremotos.

Taiwan se situa no Mar da China do Leste, zona sujeita a tufões e movimentação sísmica. Portanto uma estrutura de grande porte a ser levantada numa região como esta merece cuidados especiais. Por exemplo: as fachadas irregulares (não somente devido aos oito segmentos do alto mas também ao recuo em cada uma das arestas laterais do edifício) foram concebidas não apenas por razões simbólicas mas também para dispersar o vento.

Na foto, estou no 89º andar do prédio. Essa esfera que está atrás de mim pesa 700 toneladas. Ela é presa na parte de cima à estrutura metálica do prédio por quatro conjuntos de cabos de aço (estão bem visíveis) e apoiada na de baixo por um sistema de gigantescos amortecedores também presos à estrutura. Quando o vento sopra a esfera tende a balançar no sentido oposto ao do vento. O esforço sobre os amortecedores reduz a oscilação e absorve a maior parte da energia. Com isso, mesmo com ventos muito fortes, não se percebe qualquer oscilação no prédio. Esse sistema garante que o prédio se manterá estável até sob ventos de 216 km/h e terremotos com período de recorrência de 2.500 anos.

Ou seja: Taipei 101 não apenas é um marco na cidade como também uma formidável obra de engenharia. O que lhe fez ganhar o Emporis Skyscraper Award de 2004 e ser considerado pelo Discovery Channel uma das sete maravilhas da engenharia.

 

 

B. Piropo