Fechei a coluna anterior afirmando que com ela eu havia esgotado o tema mas, não obstante isso, esperava que a série não tivesse acabado. Porque, se as coisas corressem como eu esperava, ainda haveria mais uma coluna. Que prometi ser útil e elucidativa. Aqui está ela.
Pelos comentários recebidos inferi que alguns leitores imaginaram que eu iria instalar a versão RC1 do Windows 7 (W7) e fechar a análise com ela. Não é esse o caso. Pois a política de distribuição de versões betas – seja da MS, seja de qualquer outro desenvolvedor de software – é bastante restrita. Nenhum deles entrega a observadores externos exemplares que não sejam da mesma versão. A razão disso é simples: como eles dependem do retorno (que chamam de “feedback”) de informações dos que estão usando a versão beta para continuar o desenvolvimento do sistema (afinal, é para isto que servem as betas), se houver mais de uma cópia nas mãos do público externo eles terão enorme dificuldade para homogeneizar os retornos. Portanto tive que me restringir à Beta e não me aventurar pelos escorregadios terrenos da RC1.
Alguns haverão de achar que o Piropo é um tolinho (com o devido respeito, naturalmente). Afinal até os menos informados sabem que a RC1 “vazou” e está na Internet à disposição de quem queira se aventurar a instalá-la. O que é a mais pura verdade. E, mesmo sabendo que muitos dos leitores desta coluna já o fizeram e teceram alguns comentários sobre ela, eu não me sinto autorizado a fazer o mesmo. Porque qualquer comentário que eu faça poderá ser contestado pela MS, que alegará não ter responsabilidade sobre uma cópia que não foi por ela fornecida. Enquanto que a Beta instalada em minha máquina foi obtida diretamente do sítio da empresa, fornecida por ela e devidamente autorizada. Logo, por uma questão ética, meus comentários devem se restringir a ela.
Mas se tem uma coisa que vinha me incomodando durante todo este período que dediquei à análise do W7 e a escrever sobre ele era a falta de informações oficiais da MS. E, tanto para quem gosta dela como para quem a detesta, a posição oficial da empresa é crucial para que se possa interpretar determinadas atitudes e entender certas características do novo sistema.
Então, o que eu aguardava antes de concluir a última coluna (e que, afinal, obtive) era a confirmação de uma entrevista por mim solicitada. Confirmação obtida, entrevista feita (exclusiva para o FPCs, é bom que se diga), aqui vai ela para vocês. Como, segundo minha solicitação à empresa, eu estava interessado em conhecer sua posição tanto sobre aspectos técnicos quanto mercadológicos do produto, foram destacados dois gerentes, um de cada uma destas áreas, para uma conversa longa e franca sobre Windows. Foram eles Ricardo Wagner, Gerente de Marketing e Produtos Windows, e Miguel Ferreira, Gerente de Programa (Program Manager) da Divisão de Sistemas Operacionais. A quem agradeço a paciência que dedicaram a este velho escrevinhador e a boa vontade com que responderam às perguntas, inclusive às provocativas.
Aqui vai a íntegra da entrevista realizada em 02/04/2009.
B. Piropo (BPR) - Quando Windows 7 será lançado?
Ricardo Wagner (RW) - Ainda não há uma data formalmente fixada. Mas segundo o “roadmap” da MS, o lançamento de novas versões de Windows para o consumidor final ocorre a cada três anos. E a MS confirma o lançamento do Windows 7 para três anos depois do lançamento do Windows Vista. Windows Vista foi lançado em janeiro de 2007, portanto esperamos lançar o produto em janeiro de 2010.
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Figura 1: Ricardo Wagner |
BPR – Mas há muito tempo não vejo uma versão beta tão estável e tão próxima do que seria um produto final que esta Beta do W7. Isto me autorizaria a esperar um lançamento antecipado?
RW – Ela é tão estável porque seu “kernel” é o mesmo do Vista, o que fez com que não tenha sido preciso preparar um novo ecossistema, especialmente no que diz respeito a hardware. Não foi preciso desenvolver novos “drivers” e isso é uma vantagem. É por isso que se pode observar que a MS conseguiu incorporar ao Beta do W7 todas as melhorias já da versão SP1 do Windows Vista. Isso nos permite garantir que poderemos manter o cronograma e nos concentrarmos em melhorias mais avançadas do que seria possível em outras versões. Por exemplo: em geral, durante as fases de versão beta costumamos receber “feedbacks” que nos levam a alterar a essência dos produtos. Com os que temos recebido sobre o Windows 7 percebemos que já conseguimos “acertar” a base do Sistema Operacional (SO) e podemos nos concentrar em detalhes, em refinar o SO para o lançamento. Ou seja: aquela máxima tradicional que diz que se deve esperar o lançamento do primeiro “service pack” antes de instalar um novo produto não valerá para o W7. Quando entregarmos o W7 ao usuário estaremos entregando um SO “inteiro”.
BPR – Isso quer dizer que em vez de antecipar o lançamento do produto por ter uma versão beta bastante estável a MS adotou a estratégia de manter a data do lançamento e aproveitar o tempo disponível para refinar o produto?
RW – Sim. Porque na medida que mais e mais pessoas experimentam o beta e gostam dele, mais pessoas o adotam, ainda que seja para testes. Mais pessoas experimentando, temos mais “feedback”, o que nos dá chance de implantar novas melhorias. E isto acaba gerando um círculo virtuoso. É esta a sensação que temos em relação ao Beta do W7.
BPR – Uma questão recorrente nos comentários das colunas que escrevi sobre o W7 é que ele não deveria ser lançado como uma nova geração do SO mas sim como um pacote de serviço do Vista. Qual a posição da MS em relação a isto?
RW – O Windows 7 não é o último SO da MS nem foi o primeiro. É parte de uma evolução. Seu desenvolvimento e lançamento fazem parte do “roadmap” de produtos da empresa. E sempre acrescentamos melhorias a cada versão, desde a primeira. Quem acompanha a história dos SO vê que o W7 é uma evolução. Ele traz tudo o que nós aprendemos com outros SO, não só com o Vista mas com o XP, 98, NT, 2000, com todos eles. O W7 é um estágio de uma cadeia de evolução com lançamentos a cada três anos. O XP foi lançado em 2001, mas como em 2004 MS lançou uma revisão importante, o SP2, ele estendeu sua vida por mais um ano. Mas as gerações de SO da MS se sucedem em média a cada três anos.
BPR – Mas é justamente este ponto que se discute, se esta versão Beta seria de um SP como o SP2 do Windows XP lançado em 2004 ou de uma nova versão...
RW – O “roadmap” da MS previa que uma nova versão seria lançada em 2010 e nós cumpriremos a previsão. Portanto, será uma nova versão. Da mesma forma como prevemos o lançamento do sucessor do W7 para daqui a três anos e já iniciamos os trabalhos de pesquisa e desenvolvimento. O nosso plano é lançar uma nova versão de SO a cada três anos. Isso porque o desenvolvimento de uma nova versão exige pesquisas de mercado, pesquisas junto a clientes tipo pessoa-física, junto a empresas, instituições de educação, enfim, uma série de coleta de dados de mercado para descobrir as preocupações, as necessidades, aquilo que os clientes esperam de um SO, o que leva tempo. O que ouvimos muito logo depois do lançamento do XP é que a grande preocupação era com questões de segurança. Só se falava em segurança, segurança, segurança. E, levando em conta este aspecto, a MS desenvolveu o Vista totalmente voltado para segurança. Criou o User Account Control, o Windows Defender, incluiu dispositivos de segurança no IE envolvendo o SO. Qual foi o preço disto? Para garantir segurança você interfere com todo o software e hardware que “conversam” com o computador. É preciso, por exemplo, adaptar os drivers para as novas exigências relativas à segurança. E isso pode trazer como consequência alguma incompatibilidade. O que nós sentimos com isso foi que, na medida em que se promove um padrão de segurança, acaba-se gerando um impacto na indústria. E qualquer “benchmark” de produto hoje mostra que o Vista foi o sistema mais seguro que a MS lançou até hoje. E isso comparado não apenas com o XP, mas com concorrentes: comparado com qualquer “distro” do Linux e inclusive o Mac (em termos de segurança) o Vista ganha. Mas não é só isto que o cliente quer. Ele quer que o computador funcione do jeito dele. Ele quer ligar e ver o computador ligar rápido. Ele quer desligar e ver o computador desligar rápido. Ele quer que o computador faça com simplicidade coisas como reconhecer sozinho os dispositivos que forem “plugados” nele. Que, quando ocorrer um problema no computador, ele resolva sozinho. Foi este “feedback” que nós recebemos e incluímos no W7.
BPR – O W7 me parece mais “leve” que o Vista. Alguma coisa foi reduzida? Algo foi retirado do SO?
RW – Não. O que houve foi otimização. As exigências de configuração mínima de hardware do W7 são as mesmas do Vista: processador de pelo menos 800 MHz, memória RAM igual ou maior que 1 GB, acionador de disco ótico de DVD, placa de vídeo preferencialmente independente e com memória dedicada. Mas veja: na época do lançamento do Vista, janeiro de 2007 – e isto são dados da GFK, uma empresa de consultoria que analisa vendas no varejo – 80% das máquinas vendidas no Brasil, tanto “desktops” quanto “notebooks”, vinham com 256 MB de memória. Se olharmos hoje no varejo brasileiro, 80% das máquinas vêm com 1GB ou mais de RAM. Isso porque o custo da memória caiu muito neste período. E no mercado de computadores do Brasil, hoje, o preço ainda é um fator determinante. Talvez por isso quando o Vista foi lançado se tenha ouvido muito falar de exigências de hardware. Que hoje já não é mais um fator de limitação. Na verdade já se discute quando o número de máquinas de 64 bits será maior que o das máquinas de 32 bits. E estamos muito perto disso...
BPR – O SuperFetch de Vista continua ativo no W7? Porque parece que o uso da memória foi reduzido...
Miguel Ferreira (MF) – Sim, continua ativo. O que aconteceu é que o algoritmo do uso de memória foi otimizado e se tornou mais “inteligente”. O mecanismo de carga antecipada das aplicações na memória continua, mas agora se tem um pouco mais de controle de quais aplicações são carregadas, ainda no nível do sistema. E a evolução do hardware tem permitido distribuir melhor a carga de tudo isso. Um bom exemplo são os discos híbridos ou SDD que estão aparecendo agora.
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Figura 2: Miguel Ferreira |
BPR – E, já que agora conto com a participação do “Program Manager” da divisão de SO da Microsoft, que engloba inclusive os sistemas denominados “servers”, pergunto: a diferença entre a linha Windows simples e a linha “server” é muito grande?
MF – Se você me perguntasse isso há uns sete anos, eu seria obrigado a lhe dizer que sim. Mas hoje a diferença está bem menor. E há uma grande influência da configuração. Por exemplo: embora os novos “servers” possam usar o Aero (recurso do Windows que agrega transparências e recursos gráficos à interface), neles este recurso vem desabilitado por padrão. E as versões “servers” são concebidas para rodar em sistemas mais robustos, que são os usados na maioria das corporações que a utilizam. Fora isso, há mais semelhanças que diferenças.
BPR – Hoje, a grande maioria dos usuários de Windows ainda usa o XP. Portanto é neste grupo, e não no dos usuários do Vista, que está o maior número de usuários que migrarão para o W7. Eles enfrentarão problemas de compatibilidade, por exemplo, com “drivers”?
RW – Provavelmente não. Poder ocorrer, pode. Mas não é provável. Hoje a maioria dos micros vendidos no Brasil já não provêm de integradores autônomos, mas sim de fabricantes, parceiros da MS. E nós temos acompanhado estes produtos. Se houver algum problema nós tentaremos resolver com nossos parceiros. A Dell, por exemplo, já disponibiliza a maioria dos “drivers” em seu “site”.
BPR – Então a probabilidade de ocorrerem incompatibilidades é pequena?
RW – Sim. A busca da MS por compatibilidade é um movimento global, internacional, e não focado apenas no Brasil. O que não quer dizer que ela não dê atenção aos problemas locais aqui no Brasil. Pelo contrário: todo o “feedback” que recebemos de usuários dos produtos originais MS é analisado pela equipe local e tomado em consideração.
BPR – É, este é outro ponto sobre o qual eu gostaria de ouvir a MS. Como funciona o programa de coleta de dados da experiência de usuários? Que dados são coletados? As máquinas são “espionadas”?
MF – Nós apenas recebemos dados dos clientes que desejam compartilhá-los. Nós perguntamos: “você quer ajudar a melhorar o Windows? Quer ajudar a melhorar o programa x, y ou z?” Se o usuário aceita – e somente se ele aceita – nós coletamos dados sobre a forma pela qual sua máquina é usada, mas nunca sobre o conteúdo e sem jamais identificar o usuário. E por que isso é importante? Digamos que você esteja navegando pela Internet e um programa qualquer, desenvolvido no Brasil, “deu pau”. É claro que o penalizado é sempre o Windows: “Ah, foi o Windows que travou”. Mas, se você permite que este programa reporte as informações do software para a MS, nós mantemos isso em base (de dados) e temos um grupo que analisa estas informações e mantém contato com o desenvolvedor do programa para garantir que aquele problema específico seja corrigido.
BPR – Vamos ser mais específicos. Quais são os dados que transitam nesta transação e o que a MS faz com eles? Dá para identificar de onde eles vieram?
MF – Não. É inviável. Todo o “report” é anônimo, não há informações sobre pessoas, nós não mantemos associação entre chave do produto e hardware específico, nós não sabemos se o Windows é legal ou se não é uma cópia original. Neste programa de experiência do usuário nós não verificamos isso. Dados que nós pegamos, por exemplo, e somente se o usuário quiser nos informar: quantos arquivos de fotos ele tem nos discos dele? Porque este é um fator importante. Qual é o mercado que usa mais imagens fotográficas hoje, serão os asiáticos ou os europeus? Qual o mercado que mais consome música “online” hoje? Serão os latino-americanos? Se o usuário nos fornece estas informações, nós agradecemos porque elas são muito úteis.
BPR – Mas veja que não é o usuário que fornece. Os dados obtidos na minha máquina sem que eu tenha controle sobre eles. Ou seja: a partir do momento em que eu consenti em participar do programa, nada mais me é perguntado. Então, insisto: em algum momento eu sou identificado? Minha máquina é identificada? Meu sistema é identificado como “pirata”?
MF – Não. Nós não fazemos este tipo de identificação. São apenas estatísticas de uso: quais são os programas que “crasham”, quanto tempo levou para o seu sistema dar algum problema... Estas são as informações que usamos para analisar o que está ocorrendo com as máquinas.
BPR – Tudo bem, o programa de experiência com o usuário foi explicado. Agora vamos ao outro programa, o WGA (Windows Genuine Advantage). Se eu tentar fazer uma atualização de Windows o procedimento verifica se minha cópia é legal. Se não for, a atualização é negada, o que eu acho justificável. O que eu não acho justificável é que, a partir deste momento, a MS passe a me incomodar regularmente com aquele aviso que o produto não é legal. Isto ainda está sendo feito?
RW – Veja o seguinte aspecto: o WGA não nega atualizações críticas. E somente é executado e verifica se a cópia é válida se o usuário autorizar. Isto porque a MS constatou que há um grande número de usuários rodando cópias ilegais apenas porque suas máquinas foram fornecidas com uma cópia ilegal instalada e ele nem sabe disso. Se o WGA constatar esta situação, a MS convida o usuário a legalizar sua cópia e oferece um período de 30 dias para que ele escolha uma das opções, seja comprando o Windows diretamente pelo WGA, seja comprando uma licença no varejo ou escolhendo em uma lista de parceiros da MS. E durante estes 30 dias o sistema emite um lembrete. Se a regularização for feita, o SO continua operando normalmente. Se não, o “desktop background”, a tela de espera do sistema, fica preta com uma marca d´água permanente. E isto é feito não para punir a cópia não genuína, mas para privilegiar a legal. Que, a propósito, é a grande maioria. Pois, para nossa surpresa, o mercado de cópias piratas não é constituído em sua maioria por pessoas de má fé. Ao contrário, são pessoas que não sabem que suas cópias são ilegais.
BPR – Você acabou de me dar uma informação surpreendente. Vamos examinar isso melhor. Você afirmou que hoje, no Brasil, o número de cópias “pirata” de Windows é menor que o de cópias legais? Qual seria a porcentagem de umas e de outras?
RW – Sim, é menor. Não posso informar quanto porque isto é um dado interno, confidencial. Mas posso explicar qual a razão que levou a isso. No Brasil, até 2003 ou 2004, o mercado de vendas de computadores domésticos era dominado por pequenos integradores que, na maioria dos casos, fornecia máquinas com cópias “pirata” instaladas. A partir daí o perfil mudou e a grande mudança ocorreu no varejo. Surgiram grandes fabricantes, com escala de produção para atender uma grande quantidade de pedidos. E isto fez com que o canal varejista aumentasse muito sua participação frente ao canal integrador. O integrador não morreu, mas se especializou. Seja como prestador de serviços, seja montando micros mais sofisticados que os encontrados no varejo, ou na revenda de “notebooks” de pequenos fabricantes. O canal integrador mudou e o varejista aumentou, passando a vender máquinas a baixo preço de grandes fabricantes. Que, por sua vez, preferem instalar o produto original.
BPR – Sim, mas grande parte destas máquinas, principalmente as de menor custo, voltadas para o consumidor de menor poder aquisitivo, era fornecida com o Windows Starter Edition e a primeira coisa que o usuário fazia era trocar por uma cópia pirata...
RW – De fato nós observamos isso, principalmente partindo de usuários que tinham maiores conhecimentos técnicos ou que queriam usar a máquina em um domínio de rede, o que o XP Starter Edition não permite. Mas este não é o usuário típico do Starter Edition. O Starter Edition é uma oferta de sistema de baixo custo para os clientes que estão comprando seu primeiro computador. Que, estatisticamente, nós sabemos que provêm das classes D e C, com renda familiar baixa, que compram o computador em parcelas. Grupos nos quais o preço é um fator decisório de compra. E a MS precisa criar uma opção de software genuíno para atender estes orçamentos. Com o Starter Edition a MS conseguiu posicionar um sistema operacional adequado à oferta de equipamentos com configuração de entrada.
BPR – E a MS está satisfeita com o desempenho do Starter Edition no mercado? Se ela tivesse que tomar novamente esta decisão, ela lançaria a versão?
RW – Sim. Lembre que o Starter Edition só existe em alguns países emergentes. Poucos. E a MS acha que foi bem sucedida. O Starter Edition não é um sistema para quem tem experiência em informática. Ele é um sistema para uma classe que está saindo de um computador de “lan house” e levando a máquina para dentro de sua casa. O Starter Edition permite que estas pessoas comprem o equipamento de uma fonte segura, no varejo, de uma marca confiável, que ofereça suporte. Uma máquina que em geral é para uso da família inteira. Se estes aspectos forem considerados, o Starter Edition foi a forma pela qual a MS conseguiu se adequar a este mercado.
BPR – Então voltemos para o W7 que, afinal, é o tema desta entrevista que está por se encerrar. Ainda repisando o tema das diferenças entre ele e o Vista, para informar aos leitores do FPCs: na opinião de vocês, o que mais vale a pena ressaltar neste campo?
MF – Um dos pontos que mal se fala mas que eu considero importante é a economia de energia que W7 proporciona. Nestes tempos de processadores “multicore” é muito difícil reduzir o consumo sem a participação ativa do SO. E economia de energia vem se tornando um fator importante não apenas nos “notebooks” devido à duração da carga da bateria como também nos “desktops” que permanecem ligados mais tempo. E um recurso do W7 sobre o qual pouco se fala é sua capacidade de cortar o fornecimento de energia, desligar circuitos que não estão em uso. Por exemplo: quando ele detecta que uma porta USB ou mesmo uma entrada de rede não está sendo utilizada, ele simplesmente as desliga. Outros pontos importantes são o gerenciamento centralizado de dispositivos e a extensão do ambiente de computação para fora da máquina com os “homegroups”.
RW – É verdade. Com o recurso dos “homegroups” o SO vai além do computador. E eu gostaria de destacar também a inovação das “libraries”. Estes dois recursos permitem coisas muito interessantes, como a função “play to”, que permite a execução de arquivos multimídia em qualquer máquina do grupo, independentemente de onde ele esteja armazenado, sem que o usuário tenha que se preocupar com este tipo de detalhe.
BPR – Muito bem. E para encerrar, o que vocês gostariam de acrescentar?
RW – Que é importante que os usuários saibam que para lançar o Windows 7 a gente ouviu, a gente aprendeu. E a gente desenvolveu um sistema operacional para funcionar do jeito que as pessoas querem.
Pois é isto. Aí está a entrevista. Acho que ela esclarece alguns pontos interessantes e, sobretudo, passa para os leitores do FórumPCs o ponto de vista da Microsoft sobre algumas questões controversas abordadas na série de colunas sobre Windows 7. O que me parece a forma ideal de encerrá-la. Bom proveito.
B.
Piropo