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B. Piropo

< Jornal Estado de Minas >
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20/05/2010

< Office 2010 para empresas lançado mundialmente >

Na quarta-feira da semana passada, 12 de maio, a Microsoft promoveu o lançamento mundial dos produtos Office 2010 e SharePoint 2010 para clientes corporativos. Juntamente com eles foram igualmente liberadas as versões 2010 do Microsoft Project e Microsoft Visio.
A palestra de abertura (“keynote speech”) do evento foi proferidapelo presidente mundial da Divisão de Negócios (Business Division) da MS Stephen Elop e transmitida ao vivo pela Internet para sessenta e seis países. No Brasil ela foi apresentada na sede da MS, em São Paulo, exatamente ao meio dia – graças às diferenças de fuso horário.
Uma observação à margem do assunto, porém inteiramente pertinente: mais tarde, para escrever este artigo, por mais que fuçasse a Internet para descobrir em que ponto do planeta ser encontrava Mr. Elop ao proferir sua palestra, não houve jeito de saber. Não que a MS tenha feito qualquer esforço para esconder, definitivamente não se tratava disso. Mas, simplesmente, porque não era importante. Pois se eu, assim como dezenas de milhares de pessoas em todo o mundo, a assistiram ao vivo, qual a importância de saber de onde ela era transmitida? Considerando que, segundo foi divulgado pela MS, foram usados na transmissão do evento exclusivamente recursos que integram tanto o Office quanto o Sharepoint, o lançamento em si mesmo funcionou como excelente amostra do que estas plataformas, em conjunto, serão capazes de fazer pelas corporações que as adotarem e cujas filiais se espalham por diferentes cidades ou países. Mas vamos adiante...
Mr. Elop abriu o evento falando sobre o conjunto de produtos que estavam sendo lançados e de sua importância no mundo dos negócios. E começou revelando qual seriam, desde o ponto de vista da MS, as expectativas dos empregados das corporações que usam o pacote Office e a plataforma SharePoint.
Segundo ele, este gigantesco grupo de usuários (o MS Office está instalado em 80% das grandes empresas americanas) deseja, sobretudo, usar as mesmas tecnologias tanto em casa quanto no trabalho. Espera que elas sejam seguras e, principalmente, que se integrem de forma transparente, sem que os usuários tenham de dispender esforços para que elas funcionem em conjunto.
E, finalmente, estes usuários desejam cada vez mais opções para o trabalho “em trânsito” usando dispositivos móveis como computadores portáteis e até mesmo “smartphones”. Pois, ainda segundo Mr. Elop, uma pesquisa recente mostrou que ainda este ano o conjunto daquilo que ele classificou de “mobile working population” (população de trabalhadores móveis) ultrapassará a formidável casa do bilhão de indivíduos e que em 2010 chegará a 1,2 bilhão, o que corresponderá a mais de um terço da força de trabalho mundial. E este imenso contingente de trabalhadores espera, por exemplo, ter acesso fácil e de qualquer ponto a redes sociais para que possam usá-las com objetivos profissionais: pesquisas indicam que 67% das pessoas com acesso à Internet usam regularmente redes sociais e, segundo Wolfje Van Dijk, estrategista da provedora de serviços holandesa KPN Getronics e que participou da cerimônia de lançamento, 80% de seus funcionários usam correntemente estas redes para fins de trabalho.
Porém este acesso farto à informação gera um novo problemaque se converte em grave prejuízo financeiro: um dos dados exibidos na abertura da palestra de Elop garantia que ele custa US$ 900 bi por ano em perdas de produtividade já que, em média, 40% do tempo de trabalho de um empregado de escritório nos EUA é gasto na coleta de informações. E o que ainda é mais grave: a mesma pesquisa determinou que 40% das informações mais valiosas geradas pelos empregados não estão inseridas nos sistemas corporativos.
Pois foi com estes fatos em mente que a MS desenvolveu os produtos que estavam sendo lançados.E que já estão disponíveis em 14 idiomas (entre os quais o Português), número que crescerá para 97 nos próximos meses.
E lançados com a garantia de serem produtos prontos e acabados. Pois, afirmou Elop, não menos que 8,6 milhões de pessoas baixaram a versão beta do Office 2010, um total três vezes maior que o grupo de testadores da versão 2007. E a própria Microsoft treinou nos recursos da nova versão mais de quinze mil empregados das corporações que usam seu pacote Office e mais de 45 mil no uso da plataforma SharePoint.
Portanto ele podia garantir que naquele mesmo dia, noventa milhões de empresas teriam acesso os novos produtos inteiramente funcionais através dos contratos de fornecimento de software da MS.
O lançamento de novas versões de quatro produtos, líderes de mercado em seus respectivos segmentos, traz um bocado de novidades. Mas, neste caso particular, todas elas podem ser agrupadas sob duas categorias: trabalho em conjunto e computação na “nuvem” (veja quadro).
As corporações que as adotarem, ainda segundo Elop, podem esperar ganhos significativos de produtividade e redução de custos pois, afirmava ele baseado em pesquisa da Forrester Research realizada entre usuários das corporações envolvidas nos testes da versão beta dos produtos, a simples troca do Office 2007 pelo 2010 gerou um ganho de produtividade de duas semanas por ano para cada empregado. O que permitia projetar, em três anos, uma economia da ordem de 13,8 milhões de dólares americanos apenas em ganhos de produtividade, redução de gastos com viagens e melhoria da qualidade da informação empresarial.
E Elop encerrou a apresentação informando que a empresa que adotar agora o Office 2010 e o SharePoint 2010 obterá um retorno de investimento (ROI, “Return On Investment”) que implicará na recuperação do total investido em apenas sete meses.
Ao final da palestra, em São Paulo, um grupo de gerentes da MS Brasil se colocou à disposição dos jornalistas presentes para fornecerem detalhes sobre o novo produto.
Então vamos a eles.
O lançamento feito na semana passada foi para as empresas. E para o público em geral, quando será feito? Ana Claudia Alves, Gerente de Produto do Office da MS Brasil respondeu que nos EUA este lançamento está previsto para o próximo dia 15 de junho.
E nós, no Brasil, quando o receberemos? Segundo Ana, teremos que esperar mais um pouco. Para as empresas o lançamento é mais simples, já que pode ser feito exclusivamente via transferência eletrônica. Para o público final há que imprimir manuais, fabricar as embalagens, gravar os programas nas mídias apropriadas e, exceto para os EUA, tudo isso terá que ser “localizado” (basicamente: traduzido para o idioma local), o que leva tempo. Mas, garantiu ela, o lançamento seguramente será feito ainda no segundo semestre de 2010 (isso foi a declaração da Ana; eu me arriscaria a estreitar a faixa para o terceiro trimestre, mas apenas na base do palpite).
E as versões? Quantas teremos para o mercado doméstico?Eduardo Campos de Oliveira, Gerente de Marketing da MS Brasil, respondeu que certamente haverá diversas. Mas ainda não fora decidido exatamente quais e com que recursos.
Pergunta daqui, insiste dali, deu para traçar mais ou menos o seguinte quadro: haverá, naturalmente, uma versão Profissional, a mais completa e poderosa (e, ça va sans dire, mais cara) com todos os recursos, incluindo o Access. Abaixo dela haverá mais de uma, com recursos cada vez mais minguados. Mas o que Eduardo insistiu em enfatizar (em resposta, segundo ele, “aos que acham o Office muito caro”) é que continuará existindo a versão denominada “Home & Student”, que atualmente custa R$ 199 e contém os principais aplicativos do pacote com exceção do Outlook e Access. Mais barata que esta, só de graça.
Que, segundo Eduardo, também haverá. Será a versão “Starter”, cujos aplicativos principais serão o Word e o Excel, sem alguns dos recursos da versão completa e, sobretudo, sem o PowerPoint, Access e Outlook. Esta versão não será vendida, apenas será distribuída gratuitamente com os computadores equipados com o sistema operacional Windows.
Quais serão as principais diferenças entre as versões desenvolvidas para o mundo corporativo, que estavam sendo lançadas oficialmente, e as que serão distribuídas para o usuário doméstico a partir de junho? Ana Claudia respondeu que, além de mais baratas, as versões voltadas para o uso doméstico serão focadas na Internet. Explicando: enquanto o principal canal de integração dos aplicativos das versões comerciais é a plataforma SharePoint, o das versões domésticas será a grande rede e a versão particular da “nuvem” da MS, ou seja, o universo Windows Live / SkyDrive, que estarão fortemente integrados. Além disso, ainda segundo Ana Claudia, os novos recursos de edição de imagens e vídeo diretamente do interior dos aplicativos do pacote Office serão grandemente apreciados pelos usuários domésticos. Que, frisou ela, poderão agora fazer bom uso do desprezado utilitário “One Note”, que também faz parte do Office 2010, será incluído na maior parte das versões voltadas para o usuário doméstico e que agora também ostenta, orgulhoso, sua Faixa de Opções.
Depois, foi assistir o Eduardo Oliveira fazer uma demonstração dos novos recursos do Office 2010 (veja quadro após as fotos abaixo). Que, de fato, são impressionantes...

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1 - Uso dos mesmos aplicativos do Office 2010 no desktop, no celular e na "nuvem"

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2 - Novo Outlook 2010 e seus recursos de comunicação

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3 - Excel 2010 e alguns de seus novos recursos

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4 - Web Applications

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5 - O novo Word 2010 - Notar interface já em português

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6 - O novo PowerPoion 2010 também com interface em português

7 - Eduardo Campos de Oliveira, Gerente de Marketing da MS Brasil, durante a entrevista sobre o lançamento

Os novos recursos do Office 2010:

  • Os usuários do Office 2010 e plataforma SharePoint 2010 poderão se conectar e trabalhar em conjunto no Word, PowerPoint, Excel e OneNote. O mesmo arquivo, se armazenado em um servidor SharePoint, poderá ser aberto e editado simultaneamente por diversos usuários que detenham o privilégio de acesso ao arquivo.

  • O Outlook oferece funcionalidades novas e avançadas de gerenciamento de correio eletrônico, o que inclui o Outlook Social Connector, com o histórico da comunicação entre usuários e das redes sociais diretamente no Outlook. Além disso, o SharePoint pode funcionar como uma rede social privada dentro da empresa na qual cada empregado pode criar sua página, que se comunicará com as demais.

  • Se o usuário tiver acesso ao arquivo gerado pelo Office 2010 e armazenado em um servidor SharePoint, independentemente da máquina usada para o acesso e dos aplicativos nela instalados, poderá editar o arquivo com as novas “Office Web Applications”, um conjunto de aplicativos instalado “na nuvem” (ou seja, em um dos servidores conectados ao sistema). As Web Applications incluem o Word Web, Excel Web, PowerPoint Web e One Note Web. As funcionalidades das Web Applications são um pouco menores que as dos aplicativos que constituem o pacote, mas perfeitamente adequadas para um trabalho de edição rápida de um arquivo quando o usuário não tiver acesso aos aplicativos do pacote.

  • Com a possibilidade de edição pelas Web apps, os arquivos podem ser acessados e editados de qualquer lugar, independentemente dos dispositivos. O que inclui, por exemplo, “smartphones”. O conteúdo permanece o mesmo em todos eles. O usuário, com o Office Mobile 2010 instalado em seu telefone celular, poderá editar documentos do Office, atualizar sua agenda corporativa, utilizar correio eletrônico, anexar arquivos a mensagens, editar e atualizar arquivos armazenados em servidores SharePoint 2010 e trabalhar cooperativamente seja lá onde estiver.

  • Entre muitos outros recursos, os aplicativos do Office 2010 incluem a capacidade de, além de inserir imagens e vídeo nos documentos, editá-los diretamente do aplicativo. Por exemplo: é possível inserir uma imagem em um documento Word e, usando os recursos de edição de imagens do próprio Word, cortar a imagem, alterar brilho, contraste, tom ounitidez, remover plano de fundo, corrigir cor, aplicar efeitos artísticos e muito mais. Da mesma forma, um vídeo inserido em um slide do PowerPoint pode ser editado diretamente do interior do aplicativo.

  • Os aplicativos Office oferecem um painel de navegação integrado com a ferramenta de busca e uma nova guia “Arquivo”, que substitui o malfadado “botão Office”. Ambos facilitam extraordinariamente a navegação no documento e a visualização de aspectos como estrutura de itens, previsão de impressão e muitos outros.

  • E o Word, finalmente, inclui um corretor ortográfico que adere à ultima reforma ortográfica. E vai além: permite revisar um documento segundo as regras desta reforma, segundo as regras vigentes antes dela e segundo ambos os conjuntos de regras.

 

B. Piropo