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B. Piropo

< Jornal Estado de Minas >
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07/12/2006

< Windows Vista e Office 2007: >
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afinal (quase) no mercado >


Finalmente há uma semana, no último dia 30, foi lançado o Windows Vista, o tão esperado sucessor do XP. E foi um lançamento retumbante: três membros proeminentes da família Microsoft completamente renovados vindo à luz simultaneamente em todo o mundo, algo que não se via há dez anos. Sim, porque juntamente com o Vista foram lançados o novo Exchange Server 2007 e, veja só, toda a nova família Office 2007.

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Figura 1: Show de abertura.

A edição brasileira do lançamento, cujo mui apropriado mote foi “Prontos para um novo dia”, ocorreu em São Paulo de 27 a 30 de novembro concomitantemente com o sexto TechEd, um evento anual da MS voltado para os profissionais de infra-estrutura, tecnologia da informação e desenvolvedores de produtos para a plataforma Microsoft, congregando cerca de dois mil participantes que acompanharam 120 palestras em treze salões do Transamérica Expo Center e experimentaram os novos produtos em um laboratório “hands on” com 70 computadores à disposição dos participantes. Com direito a show e coquetel para revestir a ocasião da devida pompa e circunstância.

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Figura 2: Laboratório “Hands On”.

Nunca em toda a história da MS tanta gente se engajou no desenvolvimento de um produto. Sem contar com os 8.750 membros permanentes da equipe de desenvolvedores de Windows, foram envolvidos milhares de especialistas em todo o mundo, inclusive no Brasil. Além de um exército de “beta testers”, usuários que se dispõem a testar as diversas versões em estágio “beta” do produto e informar à MS sobre possíveis falhas e vulnerabilidades. E um exército respeitável: só do Vista foram mais de três milhões de testadores, cem mil deles na América Latina – dentre os quais este que vos escreve.

As novas características dos produtos, algumas revolucionárias, já foram detalhadas aqui em diversas ocasiões. Melhor então, hoje, nos restringirmos às diferenças entre as versões que a MS porá à disposição do mercado. Sim, porque haverá tantos sabores diferentes de Vista e Office com distintas capacidades para atender às necessidades de diferentes públicos que é preciso atenção para não confundi-los.

Por exemplo: se você estava esperando impacientemente este lançamento para atualizar sua velha versão do Windows ou do Office e está prestes a correr até a próxima loja e comprar o produto, melhor refrear um pouco seu entusiasmo. Porque, a não ser que seja o representante de uma grande empresa que participa do programa de licenciamento de software por volume da MS, você somente terá em mãos as novas versões dentro de cerca de dois meses. Por enquanto a MS lançou apenas as versões empresariais.

Pois ocorre que o Windows Vista foi dividido em duas famílias. Uma, voltada para o usuário final, será constituída por quatro versões sobre as quais logo falaremos. E outra, dirigida ao mundo corporativo, formada por duas: Windows Vista “Business” e a poderosíssima Windows Vista “Enterprise”. E apenas estas últimas estão disponíveis.

Tanto uma quanto outra são voltadas para as corporações, sejam de pequeno, médio ou grande porte. Essencialmente, ou seja, no que diz respeito ao sistema operacional propriamente dito, são idênticas. A diferença se limita à área, digamos, mercadológica: a versão “Enterprise” tem o objetivo específico de tornar mais palatáveis os programas de licenciamento “Microsoft Software Assurance” e “Microsoft Enterprise Agreement”, que não andavam lá muito bem das pernas e não caíram no gosto das grandes corporações. A versão “Enterprise” somente será distribuída a membros destes programas e para fazê-la mais apetitosa a MS decidiu recheá-la com algumas ferramentas adicionais que incluem o “BitLocker”, um poderoso recurso de segurança que garante a criptografia completa de discos rígidos (apenas disponível nesta versão e na “Ultimate”), e a facilidade de rodar até quatro sistemas operacionais adicionais virtualizados sem a necessidade do pagamento de novas licenças, o que garante a possibilidade de rodar qualquer aplicativo desenvolvido para qualquer sistema ou versão (a “Ultimate”, para usuário final, também aceita virtualização, mas dá direito a rodar um único sistema adicional em uma máquina virtual). Além disso serão integrados apenas à versão “Enterprise” alguns utilitários voltados principalmente para a administração de grandes sistemas. Portanto recolhamo-nos à nossa insignificância: a “Enterprise” não é para nosso pobre bico de usuário final. É só para empresas com poder de fogo suficiente para se associar a um dos programas citados. As demais terão que se contentar com a versão “Business”, já disponível. Quanto a nós, usuários finais, teremos que esperar até janeiro ou fevereiro para pôr as mãos em nossas versões.

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Figura 3: Paula Bellizia durante coletiva.

Algo parecido ocorreu com o pacote Office 2007: foram lançadas apenas as quatro versões corporativas, “Standard”, “Small Business”, “Professional Plus” e “Enterprise” e, por enquanto, apenas em inglês, alemão e japonês. As demais, voltadas para o usuário final (logo falaremos nelas) também deverão estar disponíveis dentro de dois meses. E as empresariais em português, provavelmente no dia 30 de dezembro, segundo afirmou Paula Bellizia, Gerente Geral da divisão Information Worker da MS Brasil na entrevista coletiva concedida pela direção da empresa durante o lançamento.

A maior multiplicidade de versões do Office em relação ao Vista é fácil de explicar: o pacote cresceu. E cresceu muito. Dos três ou quatro aplicativos que originalmente o compunham (um editor de textos, uma planilha, um banco de dados e um organizador, todos bastante elementares), o Office 2007 transmutou-se em um rico e poderoso conjunto de aplicativos que atendem às necessidades mais complexas de planejamento, comunicação e organização empresariais. E as diferentes “versões” nada mais são que pacotes que englobam um número crescente de aplicativos.

Assim, a versão “Standard” traz apenas o indispensável para uma pequena empresa: editor de textos Word, planilha Excel, gerador de apresentações PowerPoint e organizador Outlook. A “Small Business” agrega ainda o programa de editoração Publisher e o gerenciador de contatos comerciais BCM. A “Professional Plus” é bem mais poderosa, incluindo o gerenciador de banco de dados Access, o gerador de formulários eletrônicos InfoPath e, brevemente (espera-se para o segundo trimestre de 2007) o Communicator, um produto que gerencia a troca de informações não apenas na rede da empresa como também com componentes externos como telefones celulares, PDAs e outros dispositivos móveis, tudo isto integrado ao Office. E, finalmente, a poderosíssima versão “Enterprise”, para a seleta coleção de membros dos programas “Microsof Software Assurance” e “Microsoft Enterprise Agreement”, que tem tudo isto e mais o poderoso gerenciador de trabalho em conjunto “Groove” e o interessante “One Note”, um aplicativo criado tendo em mente os computadores portáteis tipo “tablet” (sem teclado, com entrada de dados diretamente na tela sensível ao toque) mas bastante útil mesmo nos micros convencionais para coletar e gerenciar informações esparsas.

O Exchange Server 2007, também lançado no dia 30, é a nova versão da plataforma para servidor de correio eletrônico, um produto tipicamente empresarial, agora integrado ao Outlook Express, Sharepoint Portal Server e todos os aplicativos Office. Não diz respeito aos comuns dos mortais como nós, usuários domésticos.

Então, já que tocamos no assunto, como ficamos nós, usuários não empresariais?

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Figura 4: Michel Levy, presidente da MS Brasil, respondendo na entrevista coletiva.

Bem, como afirmou Michel Levy, o novo Presidente da Microsoft Brasil durante a entrevista coletiva, as versões em português para usuário final tanto de Vista quanto do Office 2007 somente estarão disponíveis dentro de um par de meses. Em compensação, quando chegarem, poderemos desfrutar do Vista em quatro sabores.

O mais amargo será a “Starter Edition”, concebida para pôr Windows legalmente ao alcance dos usuários que compram computadores a preços populares e desejam rodar Vista. Não haverá venda no varejo: a “Starter Edition” somente poderá ser adquirida já instalada em um novo micro. E tem duas características únicas: o preço muito inferior ao das demais versões e severas limitações de uso, como número de aplicativos a rodar simultaneamente, baixa conectividade e limitada memória RAM. Mas, a não ser que você compre um computador “popular”, dificilmente porá as mãos nela.

O degrau seguinte será a “Home Basic”. É o equivalente à “Home Edition” do Windows XP, destinada tipicamente ao usuário doméstico. Incorpora o “parental control” que permite aos pais limitarem o acesso (sobretudo a sítios da Internet) das contas dos filhos adolescentes e suporta uma ampla gama de conectividade, inclusive a rede sem fio. Acima dela haverá a “Home Premium”, que em termos de Windows XP seria um híbrido entre a versão “Home Edition” e a “Media Center Edition” e visa justamente substituir com vantagem esta última como centro de controle das atividades de entretenimento doméstico. Finalmente, para fechar o conjunto com brilho, será ainda liberada a “Ultimate”, uma versão extremamente poderosa de Windows para o usuário final, quase equivalente à versão “Enterprise”, incorporando todos os recursos das demais versões além da possibilidade da instalação virtual de um sistema operacional adicional virtualizado e a avançadíssima criptografia de discos rígidos “BitLocker”.

Quanto ao Office 2007 para usuários finais, haverá igualmente um escalonamento de versões. A menos poderosa será a “Basic”, com Word, Excel e Outlook. Imediatamente acima haverá a “Home & Student”, que incorporará ainda o PowerPoint e o OneNote (mas que a MS ainda não decidiu se será ou não comercializada no Brasil). Em um degrau superior virá a clássica versão “Professional”, com todos estes recursos e mais o banco de dados Access e o gerenciador de contatos comerciais BCM. E, como novidade, o poderosíssimo “Office 2007 Ultimate”, com tudo a que se pode ter direito: todos os recursos das demais versões e mais o OneNote, InfoPath, Communicator, Groove, além de alguns recursos adicionais. Será um Office super-vitaminado.

Pois é isso. Prepare-se, que Windows e Office mudaram. Talvez você não migre imediatamente para eles: as exigências de hardware, sobretudo para Vista (é bom lembrar que o Office 2007 não exige o Vista e roda muito bem no Windows XP) são pesadas. O mínimo que recomendo (a MS recomenda menos...) é um processador com freqüência de operação superior a 1 GHz, memória RAM de pelo menos 1 GB e uma placa de vídeo poderosa, com não menos de 128 MB de memória de vídeo.

Parece muito? Não se preocupe, logo este será o nível básico. Afinal, há cinco anos, quando Windows XP foi lançado, todo o mundo reclamou das exigências de hardware e hoje ele roda mansinho no micro de meu neto de seis anos...

B. Piropo