Sítio do Piropo

B. Piropo

< Jornal Estado de Minas >
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29/09/2005

< A vida sexual dos pandas >


GPS é a sigla de Global Positioning System, ou sistema de posicionamento global, um sistema de navegação por satélite usado para determinar a localização de um objeto com extrema precisão em qualquer ponto da superfície da terra ou orbitando em torno dela.
O sistema GPS usa uma constelação de pelo menos 24 satélites que giram em torno da Terra em altitudes entre 1.400 km e 35.750 km (órbita circular intermediária). É um sistema altamente complexo constituído por três segmentos: espacial, que cuida da constelação de satélites propriamente dita, controle, constituído por um enorme conjunto de estações terrestres espalhadas por todo o globo cuja função é monitorar continuamente a trajetória dos satélites, sincronizar os relógios atômicos à bordo de cada um deles e emitir dados que serão por eles retransmitidos, e usuários, constituído pelo imenso conjunto de receptores GPS usados tanto para objetivos militares quanto para fins civis.
Para determinar sua posição com precisão, o receptor GPS deve estabelecer contato com  pelo menos três satélites. O sinal recebido indica a distância exata entre o receptor e cada satélite. Combinando esses dados através de um processo denominado “trilateração” (semelhante à triangulação, porém que usa distâncias a três pontos de localização conhecida em vez dos ângulos formados pelas linhas que os unem) e conhecida a localização de cada satélite estabelecida pelas estações terrestres, o receptor exibe as coordenadas exatas (latitude, longitude e, se as condições de recepção forem favoráveis e houver mais algum satélite ao alcance, altitude) do ponto em que se encontra. Alguns modelos, quando alimentados com os dados geográficos da região, mostram em sua tela a localização em um mapa das redondezas.
O sistema foi criado, implementado e é administrado pelo Departamento de Defesa dos EUA, que dispende cerca de quatrocentos milhões de dólares anuais em sua manutenção, incluindo a eventual substituição de satélites. Não obstante, seu uso é liberado para qualquer pessoa ou instituição sem qualquer tipo de cobrança ou limitação.
Já Ailurpoda Melanoleuca é o nome científico da espécie conhecida como urso panda, panda gigante ou, simplesmente, panda. Embora sua doce imagem seja geralmente associada à de ursinhos de pelúcia, trata-se de um bicho de razoáveis proporções, um mamífero que chega facilmente a pesar 150 kg e atingir uma altura de 1,5 m.
Os pandas vivem apenas no Sudoeste da China, principalmente nas florestas de coníferas e bambus da montanhosa província de Si-Chuan, onde medram as poucas espécies de bambu que são seu prato preferido, pois embora seja um animal onívoro que come diversos vegetais e até peixes e pequenos roedores, sua dieta consiste predominantemente de broto destas espécies de bambu. Sua voracidade é enorme: o panda passa em média doze horas por dia se alimentando.
São animais ariscos e detestam a presença humana. Porém, quando capturados e criados em cativeiro, tornam-se dependentes e não mais conseguem sobreviver caso voltem a ser liberados em seu habitat natural.
Estas duas razões, aliadas ao seus hábitos sexuais parcimoniosos (somente se acasalam durante os três meses que vão de março a maio) fizeram deles uma espécie em extinção. Hoje, estima-se que sua população em liberdade não chegue a mil e seiscentos exemplares, aos quais se somam 120 criados em cativeiro.
Pandas e GPS.

Figura 01: Panda

Mas o que uma coisa tem a ver com a outra?
Bem, segundo informações do sítio Yahoo News, em
< http://news.yahoo.com/s/ap/20050927/ap_on_fe_st/china_panda_sex;_ylt=[Nota: na mesma linha]
AhyDD1rqcjpeT7y68lwyagHtiBIF;_ylu=X3oDMTBiMW04NW9mBHNlYwMlJVRPUCUl
>,
uma equipe formada por cientistas chineses e americanos pretende usar dispositivos eletrônicos aliados à tecnologia GPS para espionar a vida sexual dos pandas.
O projeto será implementado na reserva natural de Foping, situada em uma região particularmente alcantilada, onde a dificuldade de acesso complica as atividades de monitoramento convencionais. O pesquisador do Instituto de Zoologia da Academia Chinesa de Ciências, Wei Fuwen, citado no artigo, afirma que “Pandas gigantes permanecem inacessíveis por longos períodos o que torna impossível revelar o mistério ecológico de seu comportamento usando a observação tradicional. Rasteá-los usando tecnologia avançada e observar suas atividade sexuais pode nos ajudar a encontrar meios de evitar a extinção da espécie”.
O projeto, desenvolvido em parceria com a Sociedade Zoológica de San Diego, Califórnia, EUA, está orçado em US$ 660 mil e deverá se estender por três anos.
Eu sei que a espécie está ameaçada, que o projeto é meritório e que talvez nesse caso os fins justifiquem os meios.
Mas, que diabo, será que um bicho assim tão tímido e recatado não deveria ter um pouco de privacidade na hora da saliência?
Sei não, mas acho que se os pandas descobrirem que estão sendo observados, aí mesmo é que a espécie vai para o brejo...

B. Piropo