< Jornal Estado de Minas >
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18/08/2005
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< Dados confidenciais na ponta do dedo > |
Há cerca de um mês, no artigo “Até debaixo d’água”, contei a curiosa história dos estudantes californianos que, após darem por perdido seu equipamento de pesquisas meteorológicas que permaneceu cinco dias imerso em água salgada quando o balão estratosférico que o transportava foi carregado por ventos inesperados e caiu no mar, conseguiram não apenas encontrá-lo em uma praia à qual foi levado pelas correntes marinhas como recuperar os dados coletados. O meio de armazenamento que logrou preservar dados em condições tão adversas foi um cartão de memória da SanDisk. Como semana passada a Gerente de Produtos da SanDisk, Tanya Chuang, responsável pelo segmento de produtos de alto desempenho, estava no Brasil para participar da Photo Image Brasil, aproveitei sua presença para obter algumas informações sobre a empresa e seus produtos. Afinal, foi a SanDisk que “inventou” o Compact Flash, o formato pioneiro de cartões de memória para câmaras digitais. Acontece que desde então os formatos proliferaram com tal intensidade que hoje em dia estamos muito perto de uma babel. Na opinião de Tanya, por que isso teria ocorrido? Segundo ela a diversidade de formatos e capacidades de cartões de memória flash para câmaras digitais e equipamentos portáteis, como telefones celulares e micros de mão (PDAs), pode ser atribuída a duas causas. A primeira é de ordem tecnológica: dispositivos diferentes apresentam necessidades diferentes. Por exemplo: não se pode pretender usar o mesmo cartão de memória em um minúsculo telefone celular e em uma câmara digital de grande porte e alto desempenho. Os próprios Compact Flash hoje em dia são considerados demasiadamente grandes e dificilmente seriam aceitos para uso nos pequenos e elegantes telefones celulares modernos – mas que nem por isso, com a enorme gama de funções que incorporaram, demandam menor capacidade de armazenamento. Portanto é natural que surjam novos formatos, pequenos mas de grande capacidade, como o minúsculo “Transflash”, criado pela Motorola especialmente para celulares, que a SanDisk fabrica sob o nome de “Micro SD”. A outra razão, ainda segundo Tanya, é de natureza comercial: algumas empresas não desejam compartilhar seus cartões de memória com máquinas de outros fabricantes. Por exemplo: a Toshiba criou o formato xD só para ela e a Olympus durante muito tempo foi praticamente a única empresa que adotou o “SmartMedia”. E só recentemente se curvou às evidências passando a aceitar outros formatos, já que o “SmartMedia”, apesar do nome, tinha muito pouca “inteligência” ou seja, armazenava dados, mas não rotinas de programação como os formatos modernos, que permitem desenvolver dispositivos que trazem integrado além da memória, o software para certas funções. Um bom exemplo é a linha Wireless Connect Plus, da própria SanDisk, pequenos cartões no formato SD que contêm não apenas a memória para armazenar dados como também um módulo de conexão a redes sem fio padrão WiFi para uso em PDAs e micros portáteis. E cuja fabricação será interrompida pela SanDisk já que a maioria dos dispositivos portáteis passou a trazer embutido o suporte a rede WiFi, fazendo com que a linha Connect Plus se tornasse obsoleta em um tempo surpreendentemente curto. Coisas da tecnologia... Uma das mais importantes fabricantes de cartão de memória do mercado internacional, a SanDisk produz praticamente todos os formatos, desde seus pioneiros Compact Flash, ainda muito populares, até os novíssimos TransFlash, passando pelos cartões MultiMediaCard, xD (para as câmaras Toshiba), SD, Memory Stick e o novo miniSD para celulares. E, segundo Tanya, trouxe quase todos eles para a Photo Image Brasil, inclusive seus cartões de memória de alto desempenho para máquinas SLR (Single Lens Reflex). Mas, dos produtos mencionados por Tanya, talvez o mais interessante seja o Cruzer Profile. Não é um cartão de memória nem, infelizmente, pode ser encontrado no Brasil (mas Tanya garante que até o final do ano o veremos por aqui). Trata-se de um “Flash Drive”, um desses dispositivos que pouco a pouco vão substituindo os drives de disquete e quando conectados a uma porta USB do computador se comportam como um dispositivo de armazenamento removível e são “enxergados” pelo sistema operacional como um drive adicional. O Profile seria apenas mais um dos muitos Flash Drives que rolam por aí não fosse um detalhe particular: ele vem acoplado a um sensor de impressões digitais. E somente permite acesso aos dados se reconhecer a impressão digital do dono.
O Cruzer Profile, fabricado com capacidade de 512 MB e um GB, é o único dispositivo de armazenamento externo que utiliza autenticação biométrica. E a autenticação não depende de qualquer programa armazenado no micro, mas exclusivamente de rotinas armazenadas no próprio Flash Drive. Portanto, se você quiser carregar seus dados pessoais mais sigilosos pendurados em seu chaveiro, pode fazê-lo sem medo. E quando desejar consultá-los, basta espetar o bichinho em uma porta USB de qualquer computador das vizinhanças. Terminada a consulta, remova o Flash Drive e não se preocupe que ninguém meterá o dedo em seus segredos. Porque se o dedo não for o seu, nada feito... [ATENÇÃO: Segue anexa uma foto do Cruzer Profile. Porém ilustrações de todos os produtos em diversos tamanhos, formatos e resoluções podem ser encontradas em: http://www.sandisk.com/corporate/media.asp?kit=retail Particularmente as do Cruzer Profile estão em http://www.sandisk.com/corporate/media/photos-cruzer-profile.asp ] B. Piropo |