< CBN Informática >
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08/10/1994
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<Exportando Programas> |
Nos tempos negros da reserva de mercado não se podia importar programas que tivessem similar nacional. Qualquer editorzinho de texto, por mais vagabundo que fosse, sendo nacional e acentuando em português, era protegido por lei. E, pela falta de concorrência na marra, vendia feito bolinho quente. Ora, se estava vendendo tão bem, para que melhorar o produto? O resultado disso era que os programas nacionais, com raras e honrosas exceções, eram uma grossa porcaria. Um dia, as coisas mudaram. Acabou a reserva e com ela, acabou a sopa. E a turma teve que trabalhar. É claro que teve o bloco do lenga-lenga, que ficou chorando pelos cantos, lamentando o terrível golpe sofrido pela indústria nacional do software, coitadinha. E jurando que não dava para competir com os gigantes internacionais. Mas a maioria meteu a mão na massa, se dispôs a encarar o desafio e pegar no pesado. Resultado: a indústria nacional de software mostrou do que era capaz. E hoje há programas brasileiros de excelente qualidade. Tão bons, que enfrentam, sim senhor, de cabeça erguida, a concorrência internacional. Aqui e lá fora. Já são dezenas as softhouses brasileiras que exportam seus produtos. Desde a Amerinvest, com seu muito bem sucedido gerador de aplicativos Autoprogram, ou a Microbase, com o sistema operacional Virtuos, até firmas como a Módulo, Nutec, Octus, Infocon, Pólo, Unicad e mais um punhado de outras que dentro de um mês estarão expondo seus produtos na COMDEX. A de Las Vegas, naturalmente. O Brasil exportando software de boa qualidade, quem diria. Nada como uma boa e salutar concorrência para melhorar a qualidade do produto. B. Piropo |