< CBN Informática >
|
||
06/10/1994
|
<Internet> |
Na década passada, em plena guerra fria, o maior pesadelo dos militares americanos era garantir a transferência de informações em caso de conflito nuclear. O que somente seria possível mediante uma enorme rede de comunicação de dados. O problema era como preservar essa rede: um único artefato nuclear em seu ponto crítico, e adeus rede. Ela teria que ser tão descentralizada que não tivesse pontos críticos. Para isso, teria que ser uma imensa teia cobrindo todo o território americano, de tal modo que nunca houvesse um só caminho para a informação: se um nó fosse destruído, os demais, interligados, garantiriam o fluxo dos dados. E para assegurar que estaria disponível em caso de guerra, ela teria que ser usada 24 horas por dia, mesmo em tempo de paz. Ora, mas quem mais precisa trocar informações em tempo de paz é a comunidade científica. Então os Estados Unidos resolveram criar uma enorme rede de dados interligando poderosos computadores de universidades, centros de pesquisas e órgãos do governo. Uma rede absolutamente anárquica: não haveria um ponto central nem um órgão ou agência responsável por ela. Nem regras, normas ou regulamentos. Uma rede aberta e livre. Assim, tão descentralizada, seria impossível destrui-la. Não se pode esmagar a cabeça de um organismo acéfalo. A guerra fria, felizmente, acabou. E com ela, ao que parece, acabou também a iminência de um conflito nuclear. Mas a rede que ela gerou continua firme e forte É a hoje famosa Internet. Tão famosa que brevemente voltaremos a falar sobre ela. B. Piropo |