< CBN Informática >
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09/09/1994
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<Escritório sem papel > |
Quando os computadores pessoais começaram a se disseminar, lá pelo meio da década passada, surgiu a lenda do "paperless office", o escritório sem papel. A idéia é interessante e tentadora. Veja lá: Os computadores são capazes de produzir enormes quantidades de texto e exibi-las na tela. Para ler um texto, você não precisa imprimi-lo: basta carregar o arquivo e percorrê-lo no monitor da máquina. E isso não funciona só com textos: funciona com qualquer documento, seja uma carta ou uma imagem, seja uma planta ou um diagrama, seja uma foto ou um desenho. E mais: com o recurso do zoom, que aumenta qualquer detalhe para o tamanho que você quiser, e com a evolução dos monitores, agora coloridos e em altíssima resolução, pode-se examinar qualquer documento com mais conforto que em uma folha de papel. Então, pensaram os otimistas, todos os documentos poderiam ser eletrônicos. E o papel seria banido dos escritórios. Mas se esqueceram que a natureza humana tem lá suas razões que a própria razão desconhece. As impressoras tornaram mais rápido e menos trabalhoso imprimir cópias em papel. E as impressoras a laser, combinadas com a multidão de fontes e recursos gráficos das novas interfaces, são uma tentação irresistível. Resultado: agora, em vez de bater uma carta na máquina de escrever, imprime-se cinco cópias do arquivo. E em vez de eliminar o papel nos escritórios, a informática acabou fazendo o milagre oposto: o da multiplicação das cópias. A natureza humana é assim mesmo. E parece que, por mais que evolua a tecnologia, há pelo menos dois lugares onde o papel jamais será eliminado. O escritório e o banheiro. B. Piropo |