Sítio do Piropo

B. Piropo

Assunto Referente :
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1997
Partições
Referente a: PC@World

Aquilo que chamamos de disco rígido é um objeto que consiste de um ou mais discos metálicos superpostos, que giram em torno de um eixo comum, recobertos por uma camada de material magnético na qual os arquivos são gravados em setores distribuídos ao longo de circunferências concêntricas denominadas trilhas.

Um disco rígido aparece assim para nós, humanos, e para o sistema operacional de nossos micros.

Para nós, os discos rígidos sempre aparecerão com este aspecto. Mas para o sistema operacional, nem sempre. Ou, pelo menos, não necessariamente. Porque, para o sistema operacional, qualquer coisa que pareça um disco rígido e se comporte como tal (ou seja: exiba um conjunto de trilhas e setores onde podem ser gravados arquivos), do ponto de vista prático, é um disco rígido - mesmo que para nós, humanos, pareça (e seja) algo completamente diferente.

Um exemplo típico é o RAM-Disk, muito usado nos tempos pioneiros da informática pessoal, quando ainda não existiam discos rígidos e se utilizava um trecho de memória para simular um disco onde se armazenavam arquivos freqüentemente acessados (ganhando tempo, já que acessos a memória são muito mais rápidos que acessos a discos, especialmente em se tratando de lentos discos flexíveis). O RAM-Disk não era um disco, mas o programa usado para implementá-lo fazia com que ele aparecesse para o sistema operacional exatamente como se fosse, simulando trilhas e setores (inexistentes) devidamente organizados. E como o sistema operacional o "enxergava" assim, o tratava como um disco igual a qualquer outro, atribuindo-lhe um designador ( ou "letra de drive") e nele gravando e lendo arquivos da mesma forma que o fazia nos discos reais (só que muito mais depressa).

Uma outra forma de simular discos é subdividir um único disco em trechos menores, de tal forma que cada um se comporte como um disco independente. Estes trechos, ou subdivisões, recebem o nome de "partições".

As partições são criadas com um programa especialmente destinado a este fim. Cada sistema operacional usa um programa diferente, porém tanto o DOS quando Windows 95, Windows NT e OS/2 adotaram o mesmo nome para seu programa gerador de partições: Fdisk.Exe.

Para o sistema operacional, cada partição aparece como um disco diferente, com suas próprias faces, trilhas e setores. E recebe seu próprio designador (letra), atribuído pelo sistema operacional durante a inicialização da máquina.

A independência entre partições é total e absoluta. Cada uma delas se comporta rigorosamente como um disco tão independente dos demais que pode utilizar um sistema de arquivos completamente diferente. Por exemplo: nada impede que um único disco rígido seja subdividido em, digamos, quatro partições e uma delas use a FAT (do DOS, Windows e Windows 95) enquanto outra usa o NTFS (de Windows NT) e as demais o HPFS (do OS/2) e a nova FAT32 (de Windows 95 OSR2), respectivamente.

Há muitas razões para se subdividir um disco rígido em partições. As principais são a possibilidade de usar diferentes sistemas operacionais no mesmo micro, cada um com seu sistema de arquivos, escolhendo o sistema desejado no momento em que a máquina é inicializada. Ou meramente permitir uma melhor organização dos arquivos. Por exemplo: uma prática relativamente comum é subdividir um único disco rígido em duas partições, usar a primeira para armazenar os arquivos pertinentes ao sistema operacional e aos programas executáveis e a segunda apenas para os arquivos de dados criados durante a utilização do micro (como arquivos texto, planilhas, gráficos ou seja lá que tipo de arquivos você costuma criar em seu micro), adotando-se uma política de segurança baseada em cópias de segurança diárias da segunda partição (onde estão seus preciosos e insubstituíveis arquivos de dados ) e mensais ou semanais da primeira (onde estão apenas o sistema operacional e os programas, que podem ser reinstalados em caso de necessidade).

Uma outra razão é subdividir um disco em partições (ou "discos") menores, com o objetivo de possibilitar a utilização de discos demasiadamente grandes para serem reconhecidos pelo sistema operacional.

As partições se tornaram populares na primeira metade dos anos 80, quando os discos rígidos começaram a se disseminar e as versões do DOS então disponíveis (até a versão 3.2) somente reconheciam discos de no máximo 32 Mb - o que obrigava a subdividir todo disco rígido de capacidade superior a 32 Mb em partições menores de 32 Mb (e que, como se comportavam como discos independentes, eram reconhecidas pelo sistema operacional). Depois, ciaram praticamente em desuso.

Recentemente, com a popularização dos discos rígidos com capacidade superior a 2 Gb, as partições voltaram a ser empregadas para permitir que tais discos sejam utilizados pelos sistemas operacionais que adotam o sistema de arquivos denominado FAT incapaz de reconhecer discos com capacidade superior a 2 Gb.

B. Piropo