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< Mulher de Hoje >
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04/1994
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< O Micro Doméstico II > |
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Mês passado discutimos os resultados de nossa pesquisa informal sobre o uso doméstico dos micros, comentando as utilizações mais freqüentes. Mas um computador é uma ferramenta extraordinariamente versátil, e com alguma criatividade e imaginação pode ter usos inesperados. Duvida? Pois mesmo em um universo relativamente pequeno como o da nossa pesquisa, de pouco mais de meia centena de usuários, dois deles usam o micro para montar e administrar árvores genealógicas. Tudo bem, afinal o micro se presta admiravelmente para este tipo de coisa: nele pode-se armazenar gerações e gerações, consultar os dados com facilidade e descobrir relações de parentesco muito mais facilmente que trabalhando laboriosamente com fichas de papel. Mas seria de esperar uma incidência tão grande de linhagistas entre nossos micreiros? Pois não é só isso: todos sabemos que micros são instrumentos excelentes para organizar coisas. Não é por outra razão que até mesmo algumas grandes empresas usam essas maquininhas para armazenar e manejar seus cadastros de funcionários e clientes e controlar estoques. Acontece que, de tanto serem usados para fins semelhantes, os micros ensejaram o aparecimento de programas que tornaram essas tarefas cada vez mais simples, ao alcance até mesmo dos principiantes. Resultado: virou o instrumento ideal para administrar coleções. Até aí, tudo bem. Só que tem gente gerenciando as coleções mais estranhas com um micro. Por exemplo: coleção de livros, controle de horas voadas, resultado de corrida de Fórmula 1, letras de música, estoque da dispensa doméstica, receitas de cozinha, relação dos prestadores de serviços domésticos (tipo encanador, técnico de TV e coisa e tal) e fitas de vídeo. Havia até um usuário que controlava no micro sua coleção de latas de cerveja... Está achando que está tudo muito bom, está tudo muito bem, mas esse negócio de computador é coisa para especialista? Acha que administrar uma coleção de receitas de cozinha em um micro pode ser muito interessante, mas é preciso “entender de informática” para fazê-lo? Pois se engana: um dos usuários respondeu que seu micro está sendo usado não apenas para guardar e classificar receitas, mas para fazer um livro de culinária. O cara é um micreiro esperto, de modo que tudo parecia muito natural. Só que quem redige o tal livro de receitas não é ele. Quem é? Ora, é a mãe (a dele, naturalmente). Uma típica dona de casa. Ou quase típica: essa, perdeu o medo do computador e mandou ver... Com o advento da multimidia, um ramo da informática que permite integrar som e imagem via computador, tem muita gente - inclusive alguns dos nossos “pesquisados” - usando o micro para fins até recentemente insuspeitados, como ouvir música (não se espante: com uma placa de som e um drive CD-ROM qualquer micro doméstico é capaz até de “tocar” os novos discos fonográficos tipo laser). Mas pelo menos dois deles vão mais longe: além de ouvir, usam o micro para compor música. Com programas desenvolvidos para este fim, eles não somente compõem como editam e arranjam as partituras. A gente sempre soube que muita música boa foi feita com ajuda de uma caixa de fósforos. Mas com um computador, quem diria... Pois nossos usuários mostraram muita imaginação. Um deles usava o micro para gerar rótulos adesivos para sua coleção de fitas de vídeo. E a mulher de outro usava o computador para fazer mapas astrais. E ainda outro usava o micro para facilitar suas tarefas de radioamador. E um monte deles, como era de esperar, montaram no computador suas agendas pessoais de endereços e telefones. Mas, de todas as tarefas tipicamente domésticas, uma chamou a atenção pela simplicidade e, sobretudo utilidade. E por ser, talvez, a mais “doméstica” de todas. Foi relatada por um casal de micreiros. Ambos utilizam-se do micro para as tarefas usuais, como edição de textos e joguinhos, que ninguém é de ferro. Mas o que descobriram foi uma forma muito interessante de economizar: desenvolveram uma planilha com a lista das compras da casa. E antes de comprar, fazem uma pesquisa de preços nos supermercados de que são fregueses e lançam os preços na planilha. Que, por sua vez, verifica, para cada produto, qual o supermercado que vende pelo menor preço. E monta uma lista de compras para cada supermercado pesquisado, onde constam apenas os produtos mais baratos. Depois, é só comprar em cada supermercado os itens de sua lista. A idéia foi a mais prática das que apareceram na pesquisa. Segundo eles, dá para fazer uma economia considerável. E, do jeito que os preços andam variando, aposto que fazem mesmo. . Se duvidar, só com sua listinha, o micro já pagou a si mesmo. E ainda deve ter dado um bom lucro...
B. Piropo |