Sítio do Piropo

B. Piropo

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01/1993

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"PC" é o nome de um modelo de micro lançado pela IBM em 1981 que acabou sendo adotado genericamente - da mesma forma que goma de mascar é conhecida por chicletes e "geladeira", em algumas áreas do nordeste, é "frigidéire". Hoje, PC é o nome de uma linha de micros pessoais. E era justamente esta a idéia: PC vem de "Personal Computer".

Desde então muita coisa mudou. A própria IBM já não fabrica aquele modelo, uma carroça pelos padrões de hoje. E mais: como a "arquitetura interna" (o tipo de interligação entre os componentes) do velho PC não foi patenteada, diversos fabricantes passaram a copiá-la e produziram micros capazes de usar os mesmos programas. Hoje há centenas deles, formando aquilo que se convencionou chamar de "linha PC" ou "PC compatíveis". Para escolher um destes micros, o primeiro critério deve ser o tipo de CPU, ou microprocessador. O coração do micro.

Pois é a CPU que vai ditar aquilo que o computador é capaz de fazer. A mais simples, justamente a que foi desenvolvida para o primeiro PC, chama-se 8088. Os micros que a usam são conhecidos por "XT". Máquinas poderosas em sua época, são hoje limitadíssimas. Mas ainda podem ter alguma serventia. Se o objetivo for apenas rodar programas simples, ainda pode ser útil. Principalmente porque, sendo máquinas praticamente obsoletas, podem ser encontradas no mercado de usados (mas ainda em muito bom estado) por menos de quinhentos dólares.

Logo acima, vem a CPU 80286. Cujos micros são conhecidos por "AT", ou "AT dois-oito-meia". E aqui acontece algo curioso: embora estas máquinas sejam, de fato, mais poderosas que os velhos XT, se comparadas aos micros mais modernos apresentam graves limitações. E costumam ser bem mais caras que os XT. Na minha opinião, a diferença de qualidade não se equipara à de preço. Portanto não aconselho a ninguém comprar um 286. A não ser que encontre um em bom estado pelo preço de um XT.

Finalmente, chegamos às CPU modernas. A diferença é enorme. De qualidade e, naturalmente, de preço. São as 386 e 486. Os micros que ostentam estas pequenas maravilhas da tecnologia são conhecidos por "três-oito-meia" e "quatro-oito-meia", respectivamente. Entre eles, a distinção básica é velocidade (há detalhes internos, naturalmente: um 486 tem um coprocessador matemático e um "cache" de memória integrados, mas do ponto de vista do usuário, estas diferenças aparecem sob a forma de maior velocidade de processamento). E, dentre os 386, há ainda os do tipo "SX" e "DX". Ainda aqui há diferenças na arquitetura interna (um 386DX quando acessa a memória pode ler o dobro dos dados lidos por um SX), que também se manifestam na velocidade de processamento.

Dentre estes, os mais baratos são os 386SX. Depois, os 386DX e no topo, os 486. Como a diferença essencial é velocidade de processamento, todos eles são capazes de rodar os programas mais modernos, sobretudo as famosas - e excelentes - interfaces gráficas.

Então, que máquina comprar? Bem, depende do uso que se pretende dar à ela. E de quanto se pode gastar.

Se suas pretensões e recursos são limitados, fique mesmo no XT. Mas tendo em mente que, caso seu interesse pela informática pessoal vier a ser aguçado, forçosamente migrará para uma máquina mais poderosa. Neste caso, evite os 286: vá direto, pelo menos, para um 386SX. Como a diferença essencial é velocidade, compre aquele que seu bolso puder suportar. Procurando nos cadernos de classificados, poderá encontra um 386SX novo, com 4Mb de memória RAM, disco rígido de 80Mb e monitor monocromático (a configuração mínima para rodar as modernas interfaces gráficas) por cerca de US$1.200. Um monitor VGA a cores - altamente recomendável se os recursos o permitirem - eleva o preço em cerca de US$300. Um 386DX custará cerca de US$200 a mais que o SX. E um 486 sairá na faixa dos dois a três mil dólares, dependendo da memória instalada, capacidade de disco rígido e tipo de monitor.

Muito dinheiro por um brinquedo? Talvez. Mas um micro bem usado também pode ser uma fonte de renda. A economia de tempo e o aumento de produtividade podem compensar o investimento. E serviços avulsos de digitação e editoração eletrônica podem ajudar na economia doméstica. Além disto, micro vicia. Se você for contaminada, vai passar horas sem conta de divertindo em frente ao seu. Em dois anos, só a economia em teatro e cinema paga o micro...

B. Piropo