Micro Cosmo
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29/07/96

< Os Novos Setup >


Semana passada vimos como ajustar a opção “Fast Gate A20” do setup. E com ela encerraremos nossas discussões sobre o tema.

Não que tenhamos esgotado o assunto. Na verdade, nem chegamos na metade. Na maioria dos setups há ainda um mundo de parâmetros que podem ser alterados conforme a vontade (e o conhecimento técnico) do usuário. Mas, como avisamos no início da série, é impossível examiná-los todos. Não somente porque seu número é demasiadamente grande para uma modesta série de colunas como a nossa, como também - e principalmente - porque para discutir alguns deles seria necessário um nível de conhecimento técnico muito acima do que dispomos até agora. E não daria para destrinchá-los sem entrarmos em detalhes que decididamente não caberiam em nosso MicroCosmo. Mas não se aflija: em dúvida, mantenha sempre os ajustes dos parâmetros cuja função você desconhece em seu valor default usando as opções de auto-configuração com valores default discutidas no início desta série.

Adiante, alguns destes ajustes tornar-se-ão auto-explicativos. Um exemplo são aqueles referentes aos tempos de espera (wait states) para acesso à memória: quando tivermos conhecimento suficiente para entender o que é um “wait state”, saberemos efetuar seu ajuste sem necessidade de explicações adicionais (e se você acompanhar a série sobre memória que se inicia hoje na Trilha Zero, dentro em breve saberá o que é um wait state). Portanto, o fato deles não terem sido examinados aqui logo será irrelevante.

E há, finalmente, os novos ajustes que aparecem nestas placas-mãe modernas que suportam as novas CPU Pentium. Coisas como configuração de periféricos, gerenciamento de energia e Plug and Play. Que não examinaremos porque, se começarmos, jamais terminaremos - pois quase toda a semana aparece uma coisa nova. Em contrapartida, as velhas estão desaparecendo, já que os fabricantes estão fazendo o possível para simplificar o procedimento de setup, dotando os novos BIOS com funções que os tornam capazes de detectar automaticamente alguns dos parâmetros que antes tinham que ser digitados pelo usuário - como as características do disco rígido e o tipo e quantidade de memória instalada. E, com o aperfeiçoamento da tecnologia conhecida como “Plug and Play” que permite à máquina se auto-configurar, a tendência é que o setup se torne cada vez mais simples. Até o dia em que não venha a exigir nenhuma interferência do usuário.

Neste dia, você irá a uma loja qualquer - talvez o supermercado da esquina - e comprará um conjunto de placas controladoras, um gabinete e alguns periféricos - incluindo um disco rígido com sistema operacional e programas pré-instalados. Montará sua máquina encaixando as placas umas nas outras e aparafusando tudo no gabinete. Depois, conectará os periféricos e ligará tudo na tomada. Assim que receber o primeiro fluxo de energia, a nova máquina acordará de seu sono letárgico como Fênix rediviva, investigará rapidamente o tipo de placas e periféricos que estão conectados, configurar-se-á de acordo e, sem que você tenha que mover um dedo, pôr-se-á lépida e fagueira à sua disposição, pronta para o uso.

O que, convenhamos, fará com que a informática perca inteiramente a sua graça...

B. Piropo