Micro Cosmo
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10/06/96
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< Barramentos de Endereços > |
Vimos semana passada que para acessar a memória RAM o DOS armazena o segmento e o deslocamento do endereço da posição de memória a ser acessada em dois registradores de 16 bits da CPU. A forma pela qual estes dois números binários são combinados para formar o endereço é engenhosa: acrescentam-se quatro zeros ao final do número que representa o segmento e soma-se o resultado ao número que representa o deslocamento. Ora, acrescentar quatro zeros a um número binário expresso em 16 bits e somá-lo a outro número binário expresso em 16 bits resulta em um número binário expresso em 20 bits. Depois disto o processo de leitura ou escrita é disparado. Para isto é preciso informar à memória em que endereço o dado será lido ou escrito. E isto não depende da CPU, mas sim do hardware da placa-mãe. Que usa para este fim um conjunto de condutores elétricos que conectam a CPU aos chips de memória, denominado “barramento de endereços”. Como a CPU 8088 podia acessar endereços de vinte bits (1Mb), o barramento de endereços das placas-mãe que usavam esta CPU era constituido por vinte condutores elétricos, ou vinte linhas paralelas ligando CPU à memória. Estas linhas receberam um nome formado pela letra “A” (inicial de “Address”, “endereço” em inglês) e um número seqüencial. Em um barramento de vinte linhas, a primeira era A0, a última A19. Em 1984 a IBM lançou uma nova máquina, o AT. Que usava o microprocessador 80286 da Intel, uma CPU muito mais avançada que o velho 8088. Tão mais avançada que podia acessar diretamente um campo de memória de 16 Mb. E que, portanto, usava barramento mais largo, de 24 linhas paralelas. Que foram batizadas de A0 a A23. Com o lançamento do AT um dos maiores problemas de então parecia resolvido: romper a barreira de 1Mb de memória, o máximo que o 8088 podia “enxergar”. Mas infelizmente, para que isto realmente pudesse ocorrer, seria preciso um novo sistema operacional, já que o DOS foi concebido tendo em mente a limitação de 1Mb de memória da CPU 8088 para a qual foi desenvolvido. Para resolver este problema, a IBM e a Microsoft desenvolveram conjuntamente um sistema operacional mais poderoso que o DOS. Chamava-se OS/2 (espantou-se? Mas é verdade: todas as versões do OS/2 até a 2.0 foram desenvolvidas em conjunto pela IBM e Microsoft). O objetivo era suprir o mercado com um sistema operacional capaz de usufruir de todas as vantagens da CPU 80286. B. Piropo |