Micro Cosmo
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04/09/95
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< Particionando IV > |
Revisando: discos rígidos podem ser subdivididos em “pedaços” denominados partições. Há dois tipos de partições: primárias e estendidas (ou secundárias). As partições primárias servem para conter os arquivos de um sistema operacional que são carregados no momento em que a máquina é ligada, e como somente um sistema operacional pode controlar a máquina em um dado momento, somente uma partição primária pode estar ativa de cada vez (as demais partições primárias, caso existam, permanecem ocultas e não podem ser acessadas). Já a partição estendida permanece sempre ativa e pode, por sua vez, ser subdividida em diversas “unidades lógicas” que recebem designadores (ou “letras”) de drives que, semelhantemente às partições principais, comportam-se como se fossem discos independentes. Agora vamos esclarecer um detalhe sobre o qual se faz muita confusão até mesmo em livros técnicos de excelente qualidade: o número máximo de partições nas quais se pode dividir um disco rígido. E por mais que afirmem o contrário, acredite: um disco rígido admite um máximo de quatro partições. Destas, no mínimo uma tem que ser primaria. E no máximo uma pode ser estendida. Portanto, as possibilidades são poucas: quatro partições, todas primárias (e nesse caso somente uma de cada vez pode estar ativa), e uma partição secundária sucedendo a uma, duas ou três partições primárias. Meu prezado amigo Carlos Martins, por exemplo, reclama que “se um disco rígido pode ter no máximo quatro partições, como é que o meu aceitou cinco?”. Não aceitou não, mestre Carlos. Nunca vi seu disco rígido, mas aposto que ele só aceitou duas: uma primária, que aparece como drive C:, e mais uma estendida, subdividida em quatro unidades lógicas que aparecem como drives D:, E:, F: e G:. Para o usuário, em princípio, não faz a menor diferença se aquilo que ele pensa que é seu drive D: seja uma partição ou uma unidade lógica (que, como sabemos, é apenas uma subdivisão de uma partição estendida). Pelo menos até ele incluir um segundo disco rígido em sua máquina. Porque a forma pela qual as “letras” que designam os “drives” são distribuídas pelo sistema operacional parece que foi concebida com o objetivo precípuo de causar confusão. A regra é a seguinte: os designadores A: e B: são reservados para os drives de disquete. O designador C: é reservado para a partição primária do primeiro disco rígido ligado à controladora. Daí para a frente, a coisa vai assim: se houver outro disco rígido, sua partição principal receberá a letra seguinte (no caso, o designador D:) não importando se o primeiro tem ou não uma partição estendida. Depois que todas as partições primárias ativas de todos os discos recebem seus designadores, as letras seguintes são distribuídas pelas unidades lógicas das partições estendidas na ordem do primeiro para o último drive. Complicou? A culpa não é minha, é do DOS, já que a coisa é complicada mesmo. Vamos tentar esclarecer com um exemplo. Imagine uma máquina com um único drive de disquetes e dois discos rígidos, que chamaremos de HD 1 e HD 2. Cada um deles é particionado em uma única partição primária (obrigatória) e em uma partição estendida, que por sua vez foi subdividida em duas unidades lógicas cada uma. Como ficam os designadores dos “drives” dessa máquina? Fácil: as letras A e B são reservadas sempre para os drives de disquetes, mesmo que, como em nosso caso, a máquina somente tenha um. Portanto a letra C ficará para a primeira partição do HD 1 (onde deverá estar instalado o sistema operacional, pois a máquina só “sabe” inicializar o sistema dos drives A: ou C:). A letra seguinte, D, será atribuída à primeira partição do HD 2 (e não à primeira unidade lógica da partição estendida do HD 1, como seria de esperar). E só agora, depois de batizar todas as partições primárias, o sistema cuidará das estendidas. Volta, então, para o HD1 e distribui sucessivamente os designadores das unidades lógicas de sua partição estendida, que como são duas recebem as letras E e F. Finalmente retorna ao HD 2 e distribui as letras G e H para as duas unidades lógicas de sua partição estendida. A coisa então fica assim: no HD 1 temos o drive C (partição primária) e os drives E e F (duas unidades lógicas da partição estendida), enquanto que no HD 2 encontramos o drive D (partição primária) e os drives G e H (duas unidades lógicas da partição estendida). Tudo isso continua parecendo não ter grande importância. Afinal, que diferença faz saber onde, fisicamente, se alojam os drives F e G? Aparentemente, nenhuma. Mas só aparentemente. Semana que vem vou contar um causo. E vocês verão como a ignorância desse tipo de detalhe pode custar a perda de todos os arquivos de uma unidade lógica inteira... B. Piropo |