Micro Cosmo
|
||
28/08/95
|
< Particionando III > |
Continuando nosso tema: temos um disco subdividido em três partições principais, ou primárias. Uma delas usa o sistema de arquivo baseado na FAT e nela instalamos o DOS. Outra usa o sistema de arquivos HPFS e nela instalamos o OS/2. Na terceira, que usa o NTFS, instalamos Windows NT. Semana passada vimos o que acontece quando damos o boot carregando o DOS da primeira partição. Mas nada nos obriga a fazê-lo. Poderíamos, se quiséssemos (não importa como: por enquanto, basta saber que é possível) carregar o OS/2 da segunda partição principal. Nesse caso, essa segunda partição apareceria como Drive C: e as duas outras desapareceriam, pois somente uma partição principal pode estar ativa. Veja lá: bem que o OS/2 “entende” a FAT usada pela primeira partição onde está o DOS. Portanto, até que poderia encontrar os arquivos que lá estão. Mas, como ambas são partições principais (ou primárias), somente uma delas pode estar ativa em um dado momento. Às demais, nada resta senão ir para o limbo até que um boot seja dado de uma delas. O mesmo acontece, evidentemente, com a partição onde está instalado Windows NT: dando-se um boot a partir dela, carrega-se o Windows NT e ela aparece como Drive C:. E as outras duas somem. Note que, não importa quantas partições principais existam em um disco rígido (até o máximo de quatro, evidentemente): só uma pode ser usada de cada vez e ela será sempre o drive C:. E agora podemos entender porque é obrigatório particionar o disco, nem que seja em uma única partição principal: é a forma de atribuir o designador “C:” à essa partição e obrigar o boot a ser dado dali. Na verdade, as partições principais servem exclusivamente para permitir instalar mais de um sistema operacional no mesmo disco rígido, de forma a poder escolher de qual delas será dado o boot. E como a máquina só pode ser controlada por um sistema operacional de cada vez, não faria sentido que mais de uma partição principal estivesse ativa: basta a que contém o sistema operacional em uso em um dado momento. Então, eu só posso usar um “pedaço” do disco rígido de cada vez? Bem, se esse pedaço foi particionado como partição principal, não tem outro jeito. Mas não se esqueça que existem também as partições estendidas, ou secundárias. Parece complicado? Ora, mas só parece. Porque partição estendida nada mais é que uma partição da qual não se pode dar um boot. Por isso uma partição estendida nunca aparece como Drive C: (o único, além do A:, de onde se pode dar um boot, ou seja, carregar um sistema operacional). Em contrapartida, estará sempre ativa e poderá ser subdividida em um monte de unidades lógicas (ou seja, poderá aparecer como um monte de drives independentes). Complicou de novo? Então, nada como um bom exemplo para esclarecer. Imagine um disco rígido particionado em três partições, duas principais e uma estendida. Na primeira partição principal instalou-se o DOS usando a FAT. Na segunda, também principal, instalou-se o OS/2 usando o HPFS. Na terceira partição, a estendida, não se instalou nenhum sistema operacional (mesmo porque não adiantaria: só se pode carregar um sistema operacional de uma partição principal). Mas ela precisa usar um sistema qualquer para localizar os arquivos. Então, vamos escolher a FAT, que é “entendida” tanto pelo DOS quanto pelo OS/2. E para simplificar, não vamos subdividi-la: toda ela será uma única unidade lógica, ou seja, aparecerá como um único “drive” (adiante veremos um exemplo onde a partição estendida será subdividida em unidades lógicas). Nessas condições, como as coisas funcionam? Quando o boot for dado a partir da primeira partição (a partição principal onde “mora” o DOS), ela aparecerá como Drive C:. A segunda, também principal, onde instalamos o OS/2, desaparece (pois somente uma partição principal pode estar ativa). Já a terceira, estendida, aparece como drive D. E como ela usa a FAT, o DOS pode ler e gravar arquivos nela sem problemas. Mas o que acontece quando se dá o boot pela segunda partição, a partição principal onde se instalou o OS/2? Bem, ela aparece como drive C:, enquanto a outra partição principal desaparece. E a partição estendida continua ativa, aparecendo como Drive D:, e seus arquivos podem ser lidos e gravados pelo OS/2, que “entende” a FAT. Viu como é simples? Pois semana que vem vamos complicar um bocadinho mais: subdividiremos a partição estendida em mais de uma unidade lógica e depois, só de maldade, ainda instalaremos um segundo disco rígido. Aí é que a giripoca vai chiar... B. Piropo |