Micro Cosmo
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03/07/95

< Tipos de Disquetes >


Como sabemos desde quando discutimos os drives, há dois tamanhos de discos flexíveis: os de 5”1/4 de diâmetro contidos em um invólucro de plástico flexível e os de 3”1/2 de diâmetro encerrados em um invólucro de plástico duro (note que apenas o invólucro é duro: o disco contido em seu interior ainda é flexível; menciono esse fato porque já ouvi usuários mal informados, que certamente jamais trafegaram aqui nesse nosso MicroCosmo, cometerem a heresia de se referirem a disquetes de 3”1/2 como “discos rígidos” apenas porque seu invólucro não é flexível).

Já tipos de disquetes, há mais que dois. Porque pode haver outras diferenças além da mais evidente, a forma física. Que, em última análise, resultam sempre em diferentes capacidades. O que faz com que a maneira mais fácil de identificar o tipo do disco seja justamente por sua capacidade, ou número de bytes que pode armazenar. E como esse é o critério mais fácil, será o que usaremos para identificar os diferentes tipos.

Vamos começar pelos mais antigos, os disquetes de 5”1/4. Destes, ainda usam-se dois tipos, os discos “de 360K” e “de 1,2Mb”. Os primeiros, também conhecidos por discos de 5”1/4, face dupla e densidade dupla, podem armazenar exatamente 360K de dados em suas duas faces com quarenta trilhas de nove setores cada. Já os últimos, também conhecidos por discos de 5”1/4, face dupla e alta densidade (ao invés de “dupla densidade”), armazenam 1200K em suas duas faces com oitenta trilhas de quinze setores cada. Como sabemos, 1200K não são 1,2Mb (pois 1Mb corresponde a 1024K e não a 1000K). Não obstante, esses discos se tornaram conhecidos como “discos de 1,2Mb”. Há alguns anos havia ainda três tipos adicionais de disquetes de 5”1/4: os de face dupla e densidade simples, com quarenta trilhas de apenas oito setores por face (também conhecidos como “disquetes de 320K” devido à sua capacidade), os de face simples e densidade simples (uma única face com quarenta trilhas de oito setores, ou “disquetes de 160K”, os primeiros a serem usados nos PC) e os de face simples e densidade dupla (uma única face com quarenta trilhas de nove setores, ou “disquetes de 180K” - usei muito esses trambolhos em meu velho MSX). Embora o comando FORMAT aceite modificadores para formatar discos de 160K, 180K e 320K, há muito eles já cairam em desuso. Como, aliás, em breve cairão os dois últimos sobreviventes dos disquetes de 5”1/4, os de 360K e 1,2Mb: seu tamanho incômodo e o fato de permitirem que sua superfície magnética fique exposta às intempéries e dedos engordurados farão com que cedo desapareçam do mercado (logo, se você comprar um micro com um único drive, exija que ele seja de 3”1/2, jamais de 5”1/4).

Os disquetes de 3”1/2, com seu tamanho menor e mais conveniente que cabe no bolso, seu invólucro duro e sua couraça metálica deslizante que protege a sensível camada magnética quando não está em uso, são claramente um aperfeiçoamento do formato anterior. Por isso tendem a dominar o mercado. Os mais usados são de dois tipos: os de “720K” e os de “1,44Mb”. Os primeiros, também conhecidos como discos de 3”1/2, dupla face e densidade dupla, embora de tamanho menor, armazenam exatamente o dobro de dados que seus irmãos mais velhos de 360K. O que faz sentido, já que nas mesmas duas faces gravam o dobro do número de trilhas (oitenta, ao invés de quarenta) com os mesmos nove setores cada. Já os últimos, também conhecidos como discos de 3”1/2, dupla face e alta densidade, dobram essa capacidade para 1440K, dobrando o número de setores por trilha (dezoito ao invés de nove) nas mesmas oitenta trilhas por face. Tambem nesse caso (e pela mesma razão) a designação de “1,44Mb” é imprópria. Não obstante, é assim que eles são conhecidos. Ainda com 3”1/2, além dos discos de 720K e de 1,44Mb, há ainda os disquetes de 2,88Mb, um padrão relativamente recente mas que, não “pegou” apesar da maior capacidade - alcançada mantendo o número de trilhas em oitenta e dobrando novamente o número de setores para trinta e seis.

Resumindo: no que toca a disquetes, podemos considerar que, na prática, são quatro os formatos usuais. Dos de 5”1/4, ainda encontam-se os de 360K (“dupla densidade”) - embora raríssimos, já que sua pequena capacidade os torna praticamente inúteis para as necessidades atuais - e os de 1,2Mb (“alta densidade”), relativamente comuns, embora tendendo a desaparecer. Já dos de 3”1/2 encontram-se ainda poucos de 720K (“dupla densidade”). A imensa maioria é de 1,44Mb (“alta densidade”). Já os de 2,88Mb (“extra-alta densidade”), confesso, não conheço ninguém que use.

Bem, agora chegamos a um ponto importante: em que drives esses discos podem ser usados. Evidentemente é impossível usar um disco de 5”1/4 em um drive de 3”1/2 (ou vice-versa), já que o disco não cabe no drive (tanto em um caso como no outro: discos de 3”1/2 não cabem em drives de 5”1/4 porque são mais grossos que a fenda do drive). Mas e os tipos diferentes de mesmo tamanho?

Bem, nesse caso vale a chamada “compatibilidade com o tipo anterior” (“backward compatibility”). Ou seja: em um drive para discos de densidade dupla é impossível ler discos de densidade alta (ou extra-alta, ça va sens dire). Já drives para discos de alta densidade (ou “drives de alta”, como são conhecidos) podem ler e gravar tanto discos de alta quanto discos de dupla densidade. E, finalmente, os (raríssimos) drives para discos de extra-alta densidade (ou “drives de 2,88Mb”) aceitam discos de 3”1/2 de densidade dupla (720K), alta (1,44Mb) ou extra-alta (2,88Mb).

Vamos simplificar? Pois então anote: a não ser que sua máquina seja uma antiguidade da era do byte lascado, é quase certo que seu drive seja (ou seus drives sejam) de alta densidade. Portanto, no drive de 5”1/4 você pode usar tanto discos de 360K quanto de 1,2Mb. E o drive de 3”1/2 aceita discos de 720K e de 1,44Mb.

Semana que vem veremos o efeito disso sobre o comando FORMAT.

B. Piropo