Micro Cosmo
Volte
05/06/95

< Reformatando >


Lembra daquele disco virgem que formatamos semana passada? Pois para comparar o que acontece quando se formata um disco virgem e quando se faz o mesmo com um disco já formatado, vamos formatá-lo novamente. Mas a experiência ficará mais interessante se ele contiver um ou dois arquivos - e ele está vazio, já que acabamos de formatá-lo (você ainda não o usou para gravar arquivos, pois não? Se usou, formate outro disco virgem para nossa experiência). Então, vamos gravar dois arquivos em nosso disco. Coloque-o no drive A, passe para o diretório raiz do drive C e, respeitando os espaços em branco, digite o comando:

COPY AUTOEXEC.BAT A:TESTE1.TXT

e tecle Enter. O sistema vai responder que um arquivo foi copiado. Agora, digite:

COPY CONFIG.SYS A:TESTE2.TXT

tecle Enter e veja a informação que mais um arquivo foi copiado (se o disquete não couber no drive A, coloque-o no B e substitua o A: da linha de comando por B:). Pronto: o que você fez foi copiar para o disquete dois arquivos do drive C (se você não sabe porque tenho tanta certeza que estes arquivos existem no drive C, continue acompanhando esse MicroCosmo que um dia chegaremos lá) e mudar seus nomes para Teste1.Txt e Teste2.Txt para lembrar que no disquete eles servem apenas para nosso teste, não são importantes e podem ser apagados mais tarde.

Pronto. Se quiser ter certeza que os arquivos foram copiados, comande DIR A: (ou DIR B:, dependendo do drive onde o disco estiver) e veja seus nomes serem listados.

Agora que você tem no drive um disco formatado que contém apenas dois arquivos, comande FORMAT A: (ou B:, com cuidado para não errar a letra e formatar o disco do drive errado) e tecle Enter.

Repare: como no caso do disco virgem, o sistema emitiu a mensagem pedindo para introduzir o disco no drive e teclar Enter. Depois que você atendeu à solicitação, aparece nova mensagem avisando que o sistema está verificando a formatação existente. Até aqui, ao que parece, tudo segue igual. Mas atenção: agora estamos formatando um disco já formatado antes, não um disco virgem como semana passada. E o sistema descobre isso justamente ao verificar o formato existente. Você percebe que algo mudou pela próxima mensagem, onde o sistema avisa que está salvando informações do UNFORMAT, assim mesmo, em maiúsculas. E, também pela seguinte, que ao invés de informar que está “formatando” um disco de uma certa capacidade, informa que está “verificando” o disco.

No mais, tudo parece correr igual: ouve-se o mesmo ruído ritmado enquanto a cabeça magnética executa seu trabalho e a porcentagem da tarefa executada vai sendo atualizada na tela (porém mais rapidamente que no caso dos discos virgens). Ao final, aparece a mesma mensagem de formatação completa, a mesma solicitação de um nome para o disco e as mesmas informações sobre espaço livre e disponível, tamanho e número das unidades de alocação e número de série. E a mesma indagação sobre sua intenção de formatar ou não outro disco. Tudo muito semelhante á formatação de um disco virgem: a diferença mais evidente foi a mensagem avisando que as informações do Unformat foram salvas. Parece pouco, mas faz uma diferença danada.

Veja lá: em nosso disco havia dois arquivos. Agora, depois da formatação, comande novamente DIR e repare: o sistema informa que não encontrou arquivo algum. Nossos arquivos, portanto, sumiram sem aviso e, aparentemente, sem deixar sequer um único vestígio (no caso de discos rígidos, onde o prejuízo é potencialmente muito maior, o sistema é mais misericordioso: antes de iniciar a formatação, informa que todo o conteúdo do disco será perdido e pede confirmação para prosseguir; no caso de disquetes, vai na marra mesmo, sem aviso nem piedade). A formatação remove todos os arquivos que o disco continha e, aparentemente, deixa-o como um livro em branco, pronto para receber novas informações.

E os arquivos? O que aconteceu com eles?

Bem, até a versão 5.0 do DOS, lançada em 1991, depois de uma formatação teriam ido irremediavelmente para o limbo: estavam irremediavelmente perdidos e o sistema nada podia fazer para recuperá-los. Quem formatava por engano um disco que continha informações importantes, pouco podia fazer além de sentar no meio-fio e chorar.

Mas, da versão 5.0 em diante, felizmente, as coisas mudaram. Como veremos semana que vem.

B. Piropo