Faça uma experiência: pegue um disco novo, garantidamente virgem
(em se tratando de discos, não há de ser assim tão difícil), introduza-o
no drive e emita o comando DIR para listar seu conteúdo. Como o
disco é virgem, seria de esperar uma mensagem informando que ele
nada contém. Mas não: ao invés disso, a mensagem dá conta que não
foi possível ler o disco e perguntando se deve tentar novamente,
ignorar ou desistir do comando. Pense um pouco: a razão dessa aparente
incongruência é evidente. Para listar o conteúdo do disquete, como
você sabe, o sistema operacional precisa ler informações contidas
nos setores que formam seu diretório raiz. E, sendo o disco virgem,
nele não há setores delimitados. Portanto não há diretório raiz
para ser lido. E a mensagem de erro agora faz sentido: o sistema
tentou ler algo que não encontrou.
Agora,
formatemos o disquete. Supondo que ele esteja no drive A, mantenha-o
lá e emita o comando FORMAT A: (na linha de comando, digite FORMAT
A: e tecle Enter). Mesmo constatando que há um disco no drive, o
sistema emite uma mensagem solicitando que você lá introduza o disco
a ser formatado.Trata-se de uma questão de segurança: como sabemos,
a formatação de um disquete é uma operação um tanto drástica e o
sistema precisa ter certeza que não irá formatar o disco errado.
Como nosso disco já está no drive, basta teclar Enter. O sistema
operacional, então, emite uma nova mensagem informando que está
verificando a formatação existente.
Ele
precisa desta informação porque, como sabemos, o procedimento é
diferente nos casos de discos virgens ou já formatados. Como no
nosso caso se trata de um disco virgem, o sistema não irá encontrar
nenhuma formatação anterior e prosseguirá sua faina. Mas enquanto
o faz, irá manter você informado através de uma série de mensagens:
primeiro, informa que está formatando o disco e qual é sua capacidade.
Em seguida, enquanto o led do drive permanece aceso e você ouve
um ruido ritmado sendo produzido pelo drive na medida que a cabeça
magnética se desloca de trilha em trilha para gravar as marcas que
delimitam os setores, informa a porcentagem da tarefa executada
até então. Finalmente, quando chegar a 100%, a porcentagem é substuida
pela informação que a formatação está completa e aparece uma nova
mensagem esclarecendo que você pode entrar com um nome de até onze
caracteres para o disco ou teclar Enter para prosseguir. Por enquanto,
simplesmente tecle Enter.
Neste
ponto o disco já foi formatado. E como o sistema operacional é um
bichinho danado de organizado, fornece algumas informações adicionais.
Nas duas primeiras linhas aparecem o espaço total e o espaço disponível
no disco. Essas informações parecem redundantes, pois sendo o disco
recém-formatado, nada foi nele gravado e o espaço total deve ser
igual ao disponível. Mais tarde, porém, veremos que esses valores
podem ser diferentes e discutiremos as condições em que isso pode
ocorrer. Por enquanto, anotemos que a informação foi prestada e
sigamos adiante para as próximas duas linhas, onde aparecem o número
de bytes contidos em cada “unidade de alocação” e o número total
de unidades de alocação. Mais tarde discutiremos o que são na realidade
essas tais unidades de alocação. Por enquanto, porém, basta saber
que no caso de discos flexíveis, uma unidade de alocação é sempre
igual a um ou dois setores. Em princípio, se você multiplicar os
valores fornecidos nessas duas últimas linhas, irá encontrar o espaço
total do disco. Na maioria das vezes, de fato, isso ocorre. Mas,
durante a formatação de um disco virgem, o sistema procura por defeitos
físicos na superfície magnética e, caso os encontre, marca as unidades
de alocação correspondentes como inservíveis e desconta os bytes
perdidos do espaço disponível. Portanto, se houver setores com defeito,
o produto do número de setores pelo tamanho da unidade de alocação
é diferente do espaço disponível.
Finalmente,
na última linha, aparece o número de série do disco, um conjunto
de números e letras de aparência imponente. Mas que, na verdade,
não servem para absolutamente coisa alguma. Elas lá estão porque
alguém resolveu que o sistema operacional criaria aleatoriamente
um número de série para cada disco formatado, imaginando que isso
poderia ser de grande utilidade, já que fornecia um meio do sistema
e dos programas identificarem os discos. O problema é que eu nunca
encontrei programa, aplicativo ou utilitário algum que jamais utilizasse
essa informação. Mas ela lá está para ser usada tão logo alguém
descubra uma maneira inteligente de fazê-lo.
E
pronto: depois de tudo isso, o sistema emite uma última mensagem
perguntando se você deseja formatar outro disco. Basta teclar “N”
(de não) seguido de Enter para voltar ao prompt do sistema operacional
com o disco formatado. Gostou?
Pois
eu gostei tanto que semana que vem formatá-lo-emos de novo. Enquanto
espera, digite novamente o comando DIR para listar o conteúdo do
disquete recém- formatado e veja a diferença: agora o sistema operacional
informa que o disco não tem nome, que seu número de série é aquele
que foi atribuído durante a formatação e que nenhum arquivo foi
encontrado. Todas essas informações foram lidas no próprio disco
(mais especificamente, nos setores correspondentes ao diretório
raiz), que agora tem todas as trilhas e setores devidamente marcados
e puderam ser identificados pelo sistema.
B.
Piropo