Dê uma olhada em volta de seu micro e pegue um qualquer desses discos
de 3”1/2 e alta densidade que estão espalhados por aí (e não me
venha dizer que não há discos espalhados em volta de seu computador,
que não acredito). Provavelmente, nele há diversos arquivos. Como
saber quantos e quais são?
Nesso
ponto, impossível não abrir um parênteses. Que é o seguinte: há
cinco ou seis anos eu não teria a menor dúvida sobre o que lhe dizer
para fazer agora. Pois, mesmo que você não fizesse a menor idéia
sobre o que fosse um “sistema operacional”, eu poderia afirmar com
certeza quase absoluta que estaria usando o DOS. Mas hoje tudo está
muito mais complicado. E para evitar uma longa digressão que, no
momento, só serviria para complicar ainda mais as coisas, vamos
estabelecer o seguinte: “sistema operacional” é um programa muito
importante. Tanto, que micro algum funciona sem ele, pois é o sistema
operacional que controla a máquina. E tão importante que, mais adiante,
dedicaremos colunas e mais colunas apenas a ele. E, mesmo antes
disso, freqüentemente nos referiremos a ele como se fosse nosso
velho conhecido. Mas, por enquanto, isso é tudo que será dito sobre
o assunto. Além de constatar que, se você usa um micro da linha
PC, é quase certo que esteja usando um dentre quatro sistemas operacionais:
DOS, Windows (que não é exatamente um sistema operacional, mas para
todos os fins práticos se comporta exatamente como se fosse), OS/2
ou Windows NT.
Se
ainda está usando o DOS puro eu diria que, além de ser um exemplar
de uma espécie em extinção, você: a) tem um micro “devagar-quase-parando”,
tipo XT ou 286; b) é um saudosista; c) está mais perdido que cégo
em tiroteio ou d) todas as respostas anteriores. Em compensação,
para acompanhar a coluna de hoje não vai precisar de mais nada.
Já se usa Windows, OS/2 ou Windows NT, então vai ter que abrir uma
sessão DOS. O resultado será o mesmo: você se verá diante de uma
tela (ou janela) vazia, com um cursor piscando, através da qual
pode controlar o computador entrando com comandos via teclado e
premindo a tecla ENTER para finalizar a linha na qual o comando
foi digitado. A essa forma de interagir com o micro (ao invés de
mover o cursor do mouse e clicar sobre ícones ou opções em menus)
chama-se “linha de comando”. Ela era a única forma de se entender
com a máquina há cinco ou seis anos atrás, na era do byte lascado.
Mas não se assuste: vamos usá-la apenas um momento para entender
a anatomia dos discos e logo você estará de volta à segurança de
sua tela gráfica. Portanto, abra sua sessão DOS que eu fecho meu
parênteses.
Então,
vamos lá: introduza o disquete no drive correspondente (que vamos
aqui supor ser o drive “B”), digite “DIR B:” em sua linha de comando
e tecle ENTER. Se você reparar no drive, vai notar que seu led (aquela
luzinha verde ou vermelha que indica que o drive está funcionando)
vai piscar rapidamente e, na tela (ou janela da sessão DOS) aparecerão
algumas linhas contendo informações. Nas primeiras encontram-se
dados genéricos sobre o disco, como nome do volume e seu número
de série, que discutiremos adiante. As seguintes correspondem, cada
uma, a um arquivo contido no disco e informam o nome completo do
arquivo (ou seja: nome propriamente dito e extensão, cujas regras
de formação serão discutidas mais tarde) e seu tamanho em bytes,
além da data e hora da criação (ou última modificação). A penúltima
informa o número total de arquivos contidos no disquete e o total
de bytes usados por eles. E a última mostra o total de bytes livres
(ou disponíveis para gravar arquivos) no disco.
Você
acabou de efetuar uma ação das mais simples: executou um dos comandos
mais elementares do sistema operacional. Mas, aqui em nosso MicroCosmo,
ela vai dar muito pano pra manga. Destrinchê-mo-la, pois.
“DIR”
é a abreviação de “directory”, ou diretório. Que nada mais é que,
justamente, aquele conjunto de informações que lhe foi fornecido,
ou seja, a lista do conteúdo do disquete (o nome parece estranho
até você lembrar que “directory” é o nome que se dá, em inglês,
à lista telefônica). E, se seu disquete contiver um número muito
grande de arquivos, o comando DIR vai resultar em uma chusma de
linhas que correm rapidamente pela tela e desaparecem na parte de
cima, podendo se estender por diversas telas (se isso acontecer
e você quiser que a lista “pare” quando cada tela for inteiramente
preenchida, digite “DIR /P”). Não obstante, para buscar no disco
todas essas informações antes de exibi-las, o led do drive deu apenas
sua costumeira - e rapidíssima - piscadinha. Será que o micro esquadrinhou
todo o disco em busca dos arquivos, “mediu” seu tamanho e somou
o tamanho dos setores livres do disco em tão pouco tempo? E as informações
sobre data e hora de criação, onde foram encontradas?
Sendo
você uma pessoa esperta como é (senão não estaria lendo essas mal
traçadas...) já deve ter percebido que não. Todas essas informações
foram previamente processadas e estão disponíveis, no próprio disquete,
à disposição do comando DIR. Que tudo o que tem que fazer é consultá-las
e exibi-las.
O
local e forma pela qual elas foram armazenadas, juntamente com outras
informações sobre a localização de cada arquivo no disquete, serão
nosso assunto das próximas semanas.
B.
Piropo