Os discos flexíveis foram responsáveis pela disseminação dos computadores
pessoais, transformando-os em ferramentas importantes para pequenas
empresas. Essa disseminação foi tamanha que logo os computadores
se tornaram indispensáveis. E percebeu-se que, mesmo enormemente
mais rápidos e fáceis de usar que as fitas magnéticas que os antecederam,
discos flexíveis ainda eram muito lentos e ofereciam uma capacidade
de armazenamento demasiadamente pequena para as necessidades que
foram criadas com o uso empresarial. Pois o problema foi resolvido
da forma mais simples: modificando a tecnologia existente de modo
a atender ao novo objetivo.
A
tecnologia original consistia (e ainda consiste, já que os discos
flexíveis continuam sendo amplamente usados) em discos de plástico
flexível com ambas as faces recobertas por uma camada magnética
na qual uma cabeça de gravação e leitura acionada por um motor de
passo gravava e lia as informações em trilhas concêntricas.
Como
seria impossível aumentar o número de faces de um disco, aumentou-se
o número de discos, passando-se a usar uma pilha de discos presas
a um único eixo. O que trouxe duas conseqüências. Primeiro, foi
necessário aumentar o número de cabeças de leitura/gravação da unidade
de discos (ou “drive” de discos), pois cada face requer sua própria
cabeça. Depois, uma “pilha” de discos montada em um eixo, com diversas
cabeças de leitura/gravação acionadas por um mecanismo de precisão,
não pode ser enfiada e removida a toda hora da unidade de discos,
mas deve permanecer encerrada em uma caixa metálica que contém discos,
eixo, cabeças e motores (dois, um para fazer girar os discos, outro
- o de passo - para mover as cabeças até a trilha desejada). Por
isso esse conjunto de discos passou a ser fixo, ou seja, não pode
ser introduzido e removido da unidade acionadora como os discos
flexíveis.
Além
disso, mudaram o “suporte”, ou seja, o material dos discos. Ao invés
de plástico, passou-se a usar discos metálicos, rígidos, indeformáveis
e mais e resistentes, revestidos com uma camada magnética especial
na qual se pode gravar um número muito maior de trilhas concêntricas
e aumentar o número de setores de cada trilha, aumentando muito
a capacidade de cada face do disco. E, por fim, aumentou-se a velocidade
de rotação dos discos para cerca de três mil rotações por minuto.
O
aumento do número de discos (portanto, de faces) por unidade, de
trilhas por face e de setores por trilha aumentou brutalmente a
capacidade dos discos. O aumento da velocidade de rotação e a maior
proximidade entre as trilhas (fazendo as cabeças de leitura/gravação
percorrerem um caminho menor ao se deslocar de uma trilha para a
vizinha) aumentou a velocidade de acesso. Pronto. Problema resolvido.
Discos
desse tipo são conhecidos como discos “rígidos”, ou “fixos”, por
razões óbvias. E são também conhecidos por “Winchester”, por razões
totalmente nebulosas. Na verdade, ninguém sabe o porquê. Há diversas
lendas a respeito, mas não perderemos tempo com elas. Vamos chamá-los
de discos rígidos, e temos conversado.
A
tecnologia dos discos rígidos evoluiu brutalmente em dez anos: os
primeiros eram do tamanho de uma caixa de sapatos, custavam milhares
de dólares e armazenavam menos de dez Mb. Os novos são do tamanho
de um maço de cigarros ou menores (há alguns do tamanho de caixas
de fósforos!), custam poucas centenas de dólares e armazenam centenas
de Mb. Os motores de passo foram substituídos por um sistema magnético
de localização das trilhas e os métodos de gravação foram aperfeiçoados.
Mas os princípios básicos continuam os mesmos.
Pronto:
agora conhecemos os dois principais dispositivos de armazenamento
de dados: discos flexíveis e discos rígidos.
Os
discos flexíveis, ou “disquetes”, continuam lentos e de pequena
capacidade mas, por serem removíveis, são indispensáveis para transportar
dados de um lado para outro (e instalar programas, se bem que, para
isso, logo serão substituídos pelos CD-ROM). Para usá-los, é preciso
que o micro disponha de uma unidade de discos flexíveis (ou “drive
de disquetes”) que contém as duas cabeças de leitura/gravação, motores
e circuitos eletrônicos de controle. Há dois tipos de drives: os
que recebem disquetes de 3” 1/2 e os que recebem disquetes de 5”1/4,
mas estes últimos estão caindo em desuso.
Os
discos rígidos, cada vez menores, mais rápidos, de maior capacidade
e mais baratos, são - e ainda serão por muitos anos - o meio de
armazenamento de dados mais importante de nossas máquinas. Como
são fixos, o dispositivo a que chamamos de “disco rígido” na verdade
inclúi não somente um ou mais discos, como também a unidade de acionamento
com suas cabeças de leitura/gravação, motores e circuitos eletrônicos
de controle.
Agora
que conhecemos os dispositivos de armazenamento, vamos ver o que
neles armazenaremos.
B.
Piropo