Já sabemos que, em nossos computadores, quem computa mesmo é a CPU,
ou microprocessador. O resto está ali para ajudar. Mas, afinal,
o que é “computar”? Bem, um nome mais esclarecedor para definir
o que faz um computador é “processar dados”. Ele recebe dados brutos
e processa-os, ou seja, modifica-os segundo determinados critérios,
transformando-os em um produto final. Que pode ser a planta de uma
casa impressa em papel, a previsão da receita de uma empresa para
esse ano exibida na tela através da simulação feita por uma planilha
eletrônica, ou até mesmo a música de um disco laser tocado em um
drive de CD-ROM. No caso da planta, os dados são as linhas que formam
as paredes, portas e janelas, introduzidos por nós, provavelmente
com um mouse, em um programa “de desenho”. No caso da simulação,
os dados são os números correspondentes às receitas e despesas mensais
do ano passado, introduzidos na planilha pelo teclado. E no caso
da música, os dados são sons digitalizados armazenados no disco
laser e lidos diretamente no drive CD-ROM. Os produtos finais foram
muito diferentes, como foram diferentes os dados e meios usados
para introduzi-los na máquina, mas todas as atividades foram, essencialmente,
iguais: obter dados, processá-los e gerar o produto final.
Quem
processa os dados é sempre a CPU. Para fazê-lo, ela obedece a instruções.
Essas instruções chamam-se “programa”. Portanto, já podemos afirmar
que um programa de computador é um conjunto de instruções, executadas
seqüencialmente pela CPU. Evidentemente, cada produto final exige
um conjunto diferente de instruções para ser gerado: dificilmente
você esperaria ouvir sua planilha eletrônica tocar um rock pauleira
ou seu programa gráfico executar cálculos simulando cenários de
negócios. Por isso existem programas diferentes para gerar produtos
distintos: editores de textos para escrever, planilhas eletrônicas
para calcular, programas gráficos para desenhar e mais um mundo
de outros que permitem fazer as coisas mais exóticas - inclusive
joguinhos para jogar, que ninguém é de ferro. Mas todos eles fazem
a mesma coisa: recebem dados, processam-nos e os transformam em
um produto final.
De
onde vêm os dados? Ficando ainda no nosso exemplo, os da planta
da casa foram introduzidos por nós usando o mouse. Os da simulação,
foram introduzidos pelo teclado. Os da música não foram introduzidos:
estavam armazenados no disco e foram simplesmente lidos e processados.
Pois
bem: dispositivos como o disco laser, que “guardam” os dados a serem
processados, são chamados de “dispositivos de armazenamento”. E
dispositivos como o mouse e teclado, usados para introduzir dados
no computador, são chamados de “dispositivos de entrada”.
E
como o produto final nos foi entregue? A música, pelos alto-falantes
das caixas de som ligadas ao micro. A planta da casa, pela impressora.
E a simulação, que evidentemente também poderia ter sido impressa,
foi simplesmente exibida na tela. Estes dispositivos, através dos
quais o micro nos fornece o produto final do processamento dos dados,
são chamados dispositivos de saída.
A
tecnologia da informática vem evoluindo extraordinariamente, e é
cada vez maior o número de porcarias que podem ser penduradas em
um micro. Por isso mesmo há os mais variados dispositivos de entrada
e saída. Para ficar nos menos exóticos, o rei dos dispositivos de
entrada (por enquanto) é o teclado. Mas há outros igualmente comuns,
como o mouse. Além de canetas óticas com as quais se pode “escrever”
diretamente na tela, scanners que “lêem” imagens impressas em papel
e as transferem para o vídeo, microfones (que, quando a difícil
tecnologia de reconhecimento de voz evoluir o suficiente, substituirão
os teclados e nossos micros ficarão com o jeitão do HAL do “2001,
Uma odisséia no espaço”) e mais um mundo de outros. Todos eles
com uma coisa em comum: introduzem dados no micro para serem processados.
Os
dispositivos de saída mais usados são, de longe, o vídeo e a impressora.
Mas há outros, como caixas de som e plotters (uma espécie de impressora
especial para o desenho de plantas). Também todos com a tarefa comum
de nos apresentar o produto final do processamento dos dados. E
existem alguns dispositivos que são ao mesmo tempo de entrada e
de saída. O mais comum é o modem, que permite interligar dois micros
através de uma linha telefônica: o mesmo modem que recebe os dados
do micro remoto pela linha telefônica (dispositivo de entrada) é
capaz de enviar os dados gerados no seu micro para o outro pela
mesma linha telefônica (dispositivo de saída).
Semana
que vem veremos os dispositivos de armazenamento. Hoje, vimos os
de entrada e saída. Que também são conhecidos como dispositivos
de I/O, o acrônimo de Input/Output (Entrada/Saída, em inglês). Mas,
pensando bem, toda essa coluna poderia perfeitamente ser substituída
por uma única e genial frase do Millor Fernandes:
“Um
computador tem duas operações básicas: o input - tudo o que
entra - e o output - tudo o que sai. O que o input
e o output fazem lá dentro é todo o mistério da informática”.
Pois
é para tentar destrinchar esse mistério, mestre Millor, que humildemente,
estamos aqui.
B.
Piropo