Micro Cosmo
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26/12/94
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< Abrindo o Gabinete > |
Eu parto do princípio que só se consegue ter um mínimo de perícia
no uso de qualquer coisa caso se tenha pelo menos uma idéia elementar
de como essa coisa funciona e quais são suas partes principais. Daí
o teor de nosso MicroCosmo de hoje.
Não sei se você já teve a curiosidade de abrir o gabinete de seu micro. Mas é certo que algum dia o fará, provavelmente para instalar um periférico. E como vou descrever sucintamente seu conteúdo, talvez você tenha vontade de ver com seus próprios olhos. Nesse caso, cabe mencionar que abrir, olhar e fechar é fácil e não faz mal algum - desde que você siga algumas precauções elementares, não se entusiasme demais e se abstenha de mexer no que está lá dentro. Primeiro, desligue tudo e remova o cabo de força da tomada. Depois, remova os parafusos da periferia da parte traseira do gabinete (só os da periferia) e retire a tampa metálica, levantando-a ligeiramente e puxando suavemente para trás para desencaixá-la da parte da frente. Não force: se sentir alguma resistência, desista ou chame alguém que saiba o que está fazendo para ajudá-lo. Para fechar, encaixe novamente a tampa na parte dianteira do gabinete, reponha os parafusos e não esqueça de religar o cabo de força na tomada. E se tudo isso lhe parece complicado demais e você acha que no nosso atual estágio de conhecimento abrir um gabinete é uma temeridade, eu entendo perfeitamente suas preocupações: só abri o meu mais de um ano depois de comprar o primeiro micro. Nesse caso, deixe sua máquina em paz e contente-se com a descrição que farei adiante. Há basicamente dois tipos de gabinetes: verticais, ou “torre”, e horizontais. Em ambos é fácil identificar a placa mãe: nos gabinetes torre ela se estende verticalmente ao longo de uma das paredes laterais e nos horizontais ocupa a maior parte do “chão” do gabinete. Na placa mãe há diversos componentes eletrônicos. A maioria deles são pastilhas cinza escuro ou negras com “perninhas” metálicas soldadas ou encaixadas na placa mãe. São os circuitos integrados, ou “chips”, e suas perninhas chamam-se terminais. A mais importante é a CPU, um chip sobre o qual está escrito qualquer coisa que contem um “386” ou “486”. Talvez você não consiga ler, já que em algumas placas mãe a CPU está coberta por um pequeno ventilador ou por um objeto metálico cheio de aletas que serve para dissipar o calor. Tudo o mais que está na placa mãe são circuitos auxiliares, inclusive a memória, sobre a qual ainda temos muito o que falar. Na região da placa mãe situada junto à parte traseira do gabinete você encontrará fendas, chamadas “slots” (que quer dizer fenda, mesmo, mas em inglês). Alguns slots provavelmente estarão vazios, enquanto em outros encaixam-se placas de circuito impresso. Por exemplo: seu monitor deve estar ligado a uma destas placas por um fio (que de ora em diante chamaremos de “cabo” para seguir o jargão da informática). Elas servem para controlar os periféricos e, por isso, chamam-se placas controladoras. Na parte da frente do gabinete, encaixados e aparafusados em compartimentos chamados “baias”, estão um ou dois drives de disquetes e, provavelmente, um disco rígido. Discos rígidos e drives de disquetes, por mais importantes que sejam, também são periféricos. Por isso estão ligados a uma das placas controladoras através de um conjunto de fios paralelos que, dada sua aparência, você não estranhará o nome: “cabos chatos” (algumas placas mãe incorporam os circuitos de controle dos discos; nesse caso, os cabos chatos se encaixam diretamente em terminais na própria placa mãe). Se sua máquina tiver um drive de CD-ROM, você o encontrará em uma das baias, junto aos drives de disquete. Que, por também ser um periférico, está ligado à sua placa controladora. Além dessas, a única coisa que você vai achar no interior de seu gabinete é uma caixa metálica aparafusada na face traseira na qual, no lado de fora do gabinete, encaixa-se o cabo que a liga à tomada e, do lado de dentro, partem fios coloridos que a ligam à placa mãe e aos drives. Trata-se da fonte de alimentação e sua função é abastecer com energia elétrica os circuitos da placa mãe e os periféricos internos. Tudo isso funciona na mais perfeita harmonia, como uma orquestra. O regente é a CPU, que comanda todas as atividades do micro, inclusive a dos periféricos, que controla através das respectivas placas controladoras. Para nós, interessam basicamente dois tipos de periféricos: os de entrada e saída e os de armazenamento. Complicou? Que nada. Semana que vem você vai ver como tudo isso é mais simples do que parece. B. Piropo |