Micro Cosmo
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19/12/94

< Dando Nome ao Bios >


Nessa fase inicial do MicroCosmo nosso objetivo é fazer com que você tire proveito de seu micro no menor prazo possível. Por isso vou direto ao ponto, sem apelar para tecnicismos para definir o que é um computador pessoal. Serei curto e grosso: embora existam diversos tipos, marcas e modelos, no que nos diz respeito um computador pessoal é um micro da linha PC. Muito provavelmente um 386 ou 486.

Antes que comece a chover carta dos membros das demais tribos acusando-me de odiosa discriminação, esclareço que nada tenho contra Amiga, Mac, MSX ou qualquer outra marca, tipo ou modelo de micro. Trata-se apenas de tentar ser útil à maioria, e sem dúvida hoje a esmagadora maioria dos micros pessoais é da linha PC. Por outro lado, se você tem um velho XT ou 286, esse MicroCosmo também lhe será útil - só não poderá usar os novos programas ou interfaces gráficas modernas. E se é o orgulhoso proprietário de um vibrante Pentium, não terá motivos para preocupações: ele faz tudo o que fazem os demais membros da linha PC - e mais alguma coisa.

Já se você não entendeu nada disso aí de cima porque ainda não sabe o que é "interface gráfica", nunca ouviu falar de MacIntosh ou Amiga e não tem a menor idéia da diferença entre XT, 286, 386, 486 ou Pentium, relaxe. A seu tempo, tudo será devidamente esclarecido. Por enquanto, nada disso importa: basta saber qual é seu micro (se não souber, informe-se com quem o vendeu). Se for um 386 ou 486 (que, por misteriosas razões, diz-se "três-oito-meia" e "quatro-oito-meia"), com certeza você está no lugar certo. E também não importa se é "DX" ou "SX": ambos servem (como você vê, a informática é prenhe de siglas e códigos cuja maior serventia é fazer com que quem "entende de computador" impressione os leigos; mas logo destrincharemos tudo e seremos nós que impressionaremos os outros).

Agora que estamos de acordo sobre o que é um computador pessoal (que chamarei freqüentemente de "micro", "máquina", "computador", "PC" e outros eufemismos e que provavelmente você chamará com igual freqüência de nomes impublicáveis sempre que algo der errado no seu relacionamento com ele), vamos ser mais específicos e estabelecer uma terminologia básica. Mas não se preocupe: nosso objetivo de levá-lo a desfrutar de sua máquina no menor tempo possível não foi esquecido. O que segue não são digressões supérfluas, mas a mera tentativa de dar nome aos bois e formar um vocabulário comum para que possamos nos entender daqui para a frente.

Chamamos de "computador" a um conjunto de coisas. Na maioria das máquinas dos membros da NSM essas coisas são um teclado, um negócio parecido com uma televisão, talvez uma impressora e uma caixa metálica à qual tudo isso está ligado. Ao teclado e impressora chamaremos, naturalmente, de teclado e impressora mesmo. À "televisão", chamaremos de vídeo, ou monitor. E à caixa metálica chamaremos de gabinete (se você tem um destes novos computadores portáteis, ou "notebook", fique tranqüilo: ele é fundamentalmente igual ao micro de mesa, ou "desktop", que será aqui descrito; a única diferença é que suas partes são integradas em uma única peça).

Todos os dispositivos que estão fora do gabinete recebem o nome genérico de "periféricos". São assim chamados porque não integram a atividade essencial do computador, que é computar. Pode parecer estranho que vídeo e teclado sejam considerados periféricos, já que é difícil imaginar computadores sem eles. Mas nada impede que existam, desde que sejam previstas formas alternativas de introduzir dados e examinar os resultados. Na verdade os primeiros computadores eram assim: entrava- se dados com cartões perfurados e os resultados eram impressos em papel.

Os circuitos eletrônicos responsáveis pelas atividades de computar moram dentro do gabinete em uma grande placa de circuito impresso chamada "placa mãe". A ela ligam- se outras placas de circuito impresso que controlam os periféricos (e por isso mesmo chamadas "placas controladoras"). Assim, já podemos restringir ainda mais nosso conceito: o computador, propriamente dito, é a placa mãe. Tudo o mais são circuitos ou dispositivos auxiliares que, direta ou indiretamente, estão ligados à ela.

Alguns desses periféricos, como o teclado, vídeo e impressora, ficam fora do gabinete. São os dispositivos externos. Mas há alguns que ficam dentro e que por isso mesmo são chamados de dispositivos internos, ou periféricos internos.

Semana que vem vamos conversar sobre os principais dispositivos que se escondem no interior do gabinete.

B. Piropo